Arraial Cultural garante renda aos pequenos produtores

Nas barracas montadas no Terreiro dos Quitutes estão sendo comercializados pratos da culinária regional e produtos do artesanato acreano

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O Arraial Cultural, além de revitalizar a cultura popular junina, garante geração e renda aos pequenos produtores (Foto: Val Fernandes)

Uma das festas de maior expressividade do calendário artístico-cultural do Acre, o Arraial Cultural, além de revitalizar a cultura popular junina, garante geração e renda aos pequenos produtores. Nas barracas montadas no Terreiro dos Quitutes estão sendo comercializados sucos, doces, bolos, açaí, bombons, receitas com carne-de-sol, galinha picante, rabada-no-tucupi, charutos, bobó  de camarão e outras iguarias, tudo ao gosto do freguês.  Além da culinária regional, o evento abre espaço para o artesanato acreano.

Concurso de quadrilhas, apresentações de folguedos, shows com artistas locais e brincadeiras tradicionais formam a programação junina que acontece até dia 26 deste mês, domingo, na Amadeo Barbosa.

Na Casa de Farinha, a produtora Maria Gertrudes Alves de Sousa, 54, comercializa tapiocas feitas na hora no fogão a lenha e com os recheios mais variados. Há dez anos Gertrudes participa do evento. Ela veio de um seringal, localizado próximo ao município de Jordão, onde aprendeu desde cedo com os pais a arte do ofício. Dona Gertrudes diz que a fabricação de tapiocas é que tem permitido a sobrevivência da família.

“A tapioca feita na hora é saborosa e sadia. É produto de qualidade e natural. Já perdi a conta de quantos anos faço tapioca. Enfrentei muitas dificuldades financeiras quando vim morar em Rio Branco, mas graças ao meu trabalho tenho conseguido dar uma vida digna a meus cinco filhos. Iniciativas como essas, promovidas pelo governo do Estado, servem para melhorar a nossa renda. Graças ao arraial tive a oportunidade de ganhar um bom dinheiro”, declarou.

Proprietária de uma casa de farinha no Ramal Benfica, Gertrudes chega a comercializar entre 400 e 500 tapiocas por dia durante o Arraial, que são vendidas a dois reais a unidade. O lucro, ela diz que já está garantido para investir em seu pequeno negócio.

“Todos os anos esse dinheiro serve e muito para a gente melhorar a nossa Casa de Farinha. Já vou pagar um serviço que estamos fazendo lá”, diz, acrescentando que, além do dinheirinho extra, participar do arraial é uma forma de fazer novos amigos. “É importante porque a gente pega um conhecimento com as pessoas. Para quem trabalha na roça, a gente se diverte e garante um trocado, pois não saímos para canto nenhum lá, aqui a gente acaba fazendo amigos também.”

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Na Casa de Farinha, a produtora Maria Gertrudes Alves de Sousa, 54, comercializa tapiocas feitas na hora no fogão a lenha e com os recheios mais variados (Foto: Val Fernandes)

Para a quituteira Sandra Lopes, que comercializa doces e bolos, participar do evento é sempre positivo . "A gente vende e ainda faz amigos. Participar é maravilhoso, primeiro porque é um espaço que nós conquistamos. Acho importante para nós, acreanos, um evento como o arraial. A cultura popular faz parte de nossa vida, é algo típico do acreano.”

O Arraial Cultural é promovido pelo governo do Estado, através da Fundação de Cultura e Comunicação Elias Mansour (FEM) e apoio da prefeitura de Rio Branco, por meio da Fundação Garibaldi Brasil e da Liga das Quadrilhas Juninas do Acre.

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