Arca das Letras: uma viagem ao conhecimento

Projeto distribui 61 bibliotecas no Vale do Juruá e capacita pessoas da própria comunidade para atuarem como agentes de leitura 

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Projeto Arca das Letras disponibiliza livros didáticos e literários às comunidades (Foto: Gleilson Miranda / Secom)

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Maria Idália é monitora do projeto e diz que ele é o caminho para o conhecimento (Foto: Gleilson Miranda / Secom)

Qualquer sala de aula, casa, associação de bairro pode ser a sede de uma biblioteca, afinal, a magia está nos livros contidos em uma arca que tem o único intuito de estimular a leitura em pessoas de diferentes lugares, seja na zona urbana ou rural, entre ribeirinhos e seringueiros. Esse é o projeto Arca das Letras, que atua em todo o Brasil, e chega ao Acre com a distribuição de 50 bibliotecas em Rio Branco, e mais 61 no Vale do Juruá.

Em cada lugar que chega, a biblioteca passa a ser a grande novidade. Ela vai até pessoas de baixa renda e em lugares nos quais o acesso ao livro não é tão fácil.

Atuante desde 2003, o projeto é uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Agrário, por meio da Secretaria de Reordenamento Agrário e da Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário. No Acre, o Arca das Letras acontece com a parceria do Governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour, e apoio do Banco do Brasil.

Os municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Rodrigues Alves são sedes das novas 61 bibliotecas. Para elas funcionarem, pessoas de comunidades e bairros onde serão instaladas participaram de uma capacitação e receberam seus certificados de agentes de leitura, nesta quinta-feira, 28. 

O programa veio ao encontro de um dos projetos do Governo do Estado, que é de implantar bibliotecas em todo o Estado. Segundo Helena Carloni, chefe do Departamento Estadual de Bibliotecas Públicas, a iniciativa só veio a acrescentar. "O Arca das Letras é um projeto de vasta experiência por todo o Brasil que só veio agregar ao nosso trabalho".

No Acre o projeto tem um diferencial, a Arca foi adaptada a realidade local, devido muitos locais serem de difícil acesso, portanto, de maior dificuldade para transportar a biblioteca. "Aqui a Arca foi adaptada, por meio de um convênio com o BID, por designs do Pólo Moveleiro."

Desde seu lançamento, em 30 de abril deste ano, na Usina de Arte João Donato, em Rio Branco, diversas comunidades aguardavam pela chegada das bibliotecas e também pela formação dos monitores, escolhidos por eles próprios, assim como o acervo. Finalmente, as 101 bibliotecas estão sendo instaladas.

O representante da FEM durante a cerimônia em Cruzeiro do Sul, Assis Pereira, diz que parte da tarefa foi cumprida, agora a outra parte precisa ainda mais da população. "A leitura é um instrumento de diálogo, que torna as pessoas questionadoras, com conhecimento para exigirem seus direitos. São essas pessoas que o governador Binho Marques, o presidente Lula, o presidente da FEM, Daniel Zen, querem. Esse projeto representa um esforço coletivo, ele só é possível graças as parcerias", diz.

Diplomação – Professor na aldeia Katukina, Edevaldo Gomes da Silva, 32, diz que o projeto vai agregar à outras iniciativas existentes na aldeia. "Ler é conhecimento. Estamos muito felizes com o projeto", ressalta.

Maria Idália, 29, também será agente de leitura na comunidade Foz do Paraná dos Mouras, que fica seis horas de barco de Cruzeiro do Sul. A biblioteca, ela diz que funcionará na casa da diretora de uma das duas escolas da comunidade, até que uma sala seja construída exclusivamente para o projeto, que garante, é um caminho para o conhecimento.

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