Aprovação social

Em mundo onde a internet se tornou um grande meio de comunicação e extremamente necessária na vida atual, as personalidades se tornaram uma mercadoria em potencial. O questionamento que fica é: quem você escolhe ser? O quão capaz a internet é de moldar a nossa existência virtual e presencial? É uma explosão de sentimentos gerados por esse meio, sendo eles bons ou ruins.

Se somarmos quantas horas, dias, semanas, meses e anos ficamos na internet o resultado exibiria um número alto. A internet manipula de tal modo que não conseguimos ficar sem estar ligados a um celular ou computador. Eles sabem literalmente o que estamos pensando, têm nossos dados justamente para que o produto chegue à nossa rede social. Quanto mais mexermos no celular, mais engajamento e ganho para os donos de aplicativos.

Nós, seres humanos, estamos completamente sendo controlados pelas redes sociais, pois se não é você quem vende o produto, então você é ele. Os botões de curtida, monetização, a facilidade em vender, a gratuidade dos aplicativos em pleno século XXI, tudo isso foi e é pensado para que as grandes empresas lucrem sobre os usuários.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o pais com maior taxa de pessoas com transtorno de ansiedade no mundo, e o quinto com mais casos de depressão. Conforme o levantamento da OMS, 9,3% dos brasileiros tem algum transtorno de ansiedade e a depressão afeta 5,8% da população.

Quantas vezes você já se sentiu intimidado em postar alguma coisa nas redes sociais, seja por medo de comentários, poucas curtidas, comparação, entre outros? Será que ainda conseguimos diferenciar o significado entre viver e vender a vida? A futilidade das redes sociais nos faz sentir excluídos a depender do número de curtidas, visualizações e seguidores. Há quem diga que estamos sendo acostumados a ficar cada vez mais nesse vício. Os empresários trabalham para que isso aconteça de modo com que as pessoas fiquem mais acomodadas à essa necessidade de consumo exacerbado de internet.

A tecnologia supera as fraquezas dos humanos e isso será um xeque-mate da humanidade, pois ela não para mais para refletir há quanto tempo que não tem uma boa conversa pessoalmente: as pessoas naturalizam ficar no celular. Os algoritmos são vistos como sucesso nas redes sociais e os computadores estão prevendo seu próximo passo para que apareçam publicações que se encaixam no perfil de cada usuário e você não sabe nada por trás disso. Estamos de fato mostrando quem somos ou apenas criamos uma identidade e seguimos a lógica mercadológica de consumo, o que gera riquezas para os chefes.

Ingrid Guedes é estudante de jornalismo da Universidade Federal do Acre (Ufac) e estagiária de comunicação na Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp)