Após registros de barulho de explosão e tremor de terra, Corpo de Bombeiros acompanha situação em Tarauacá

Pelo segundo dia seguido, os moradores de Tarauacá, no interior do Acre, relataram ouvir barulho de explosão seguido de tremor de terra. De acordo com os relatos e registros, o fenômeno foi ainda mais forte nesta quarta-feira, 2, por volta das 4h20 da manhã.

Desta vez, alguns vídeos de câmera de segurança captaram o ruído e a movimentação em diversos pontos da cidade. O que mais chama a atenção é que a plataforma oficial não registrou terremotos recentes na região. Vídeos de rachaduras em casas foram compartilhados por alguns internautas e, diante da situação, o Corpo de Bombeiros da cidade está acompanhando e fazendo algumas vistorias, segundo o comandante da região, capitão Marcos Corrêa, especialista em operações em desastres.

“Realmente, nos últimos dois dias conseguimos detectar alguns abalos sísmicos em nosso município. Inclusive o de hoje foi bem mais perceptível do que o de ontem, que também foi na madrugada. Eu estava acordado no momento e pude sentir. Devido aos registros de alguns vídeos, estamos fazendo algumas verificações e vamos atualizar, caso algo relevante for encontrado”, esclarece.

 

Para o professor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Waldemir dos Santos, que é doutor em Geografia, autor do projeto “Eventos tectônicos no Acre: levantamento e caracterização da ocorrência de terremotos” e coordenador do Laboratório de Geomorfologia e Sedimentologia da Ufac, não se trata de um terremoto, mas o fenômeno pode estar relacionado com a queda de fragmentos de um meteorito, o que explicaria a incidência de tremor, em dois dias seguidos, e também o clarão visto no céu.

“Não existe, em nenhum órgão oficial, nem na USGS [órgão americano que registra terremotos em nível mundial], nenhum registro de que tenha sido por causa de movimentação de placa tectônica, embora seja uma região com alta probabilidade para isso”, acrescenta.

Meteorito é um fragmento de rocha que atravessa a atmosfera e chega à superfície a uma velocidade que varia entre 10 a 72 km/s, causando estrondo e clarão, em razão de chegar aquecido, podendo vir a causar incêndios, segundo Santos.

O pesquisador destaca ainda que o laboratório trabalha com a perspectiva da possibilidade, já que, apesar de existir o Brazilian Meteor Observation Network (Bramon), que é uma rede de observação de meteoros no Brasil, com quatro estações e oito câmeras, não há nenhum operador desse sistema no Acre, o que impede a obtenção de dados concretos.

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