“O câncer não me quis, por que essa doença vai me querer?”, era o que dizia seguramente, a senhora de 60 anos, dona Sônia Braga, até ser considerada um dos casos confirmados de coronavírus no Acre. Reclamando de cansaço, falta de ar, tosse e febre, os familiares a conduziram à Unidade de Pronto Atendimento do Segundo Distrito, no dia 19 de abril, onde passou pelo procedimento de coleta para o exame e o resultado deu positivo no dia 21.
A mulher ficou oficialmente internada para tratamento e passou 11 dias no hospital, isolada e sem poder ver a família. Foram dias difíceis, mas no final deu tudo certo. Dona Sônia recebeu alta médica, e foi para casa no último sábado, dia 2 de maio.
“Quem não pegou essa doença, faça de tudo para não pegar, evite ao máximo que puder, porque é forte. Tem dias que você acha que vai morrer. Eu era uma das que brincava e dizia que ela não ia me pegar e olha só o que aconteceu. Logo que eu fiquei sabendo, avisei o meu trabalho, minha família e fui para o hospital. Tive a felicidade de encontrar um leito e ser bem tratada. Ontem, tive alta e já estou em casa, graças a Deus, Ele me deu uma nova oportunidade de vida”, contou dona Sônia.
Segundo a diretora da unidade, Maria Vitorino, a mulher, além de já ter a idade avançada, também tinha um histórico de câncer na bexiga e ainda faz o acompanhamento médico pela Unacom. Foi um dos primeiros profissionais de Saúde do Estado a ser contaminada pela doença e todos esses fatores causavam preocupação.
“Dona Sônia foi internada no dia 21, uma das primeiras pacientes da Saúde com o vírus e tínhamos uma preocupação grande com ela, afinal tinha 60 anos e um histórico de câncer, mas graças a Deus e o tratamento correto ela pôde se recuperar e voltar pra casa. Agora é manter o repouso e o isolamento, pois nem mesmo os que já pegaram estão livres de se contaminarem de novo”, explicou a diretora.
A Unidade de Pronto Atendimento do Segundo Distrito foi preparada pelo governo do Estado para ser unidade de referência ao tratamento da doença, e todos que porventura sintam os sintomas devem se direcionar para lá. Os critérios para realizar o teste para coronavírus são febre, dor na cabeça, tosse, coriza, cansaço e falta de ar.
O lugar todos os dias passa por um serviço de desinfecção e, até a presente data, não há funcionários da unidade acometidos pelo vírus. Trabalham com o devido equipamento de proteção individual, evitam a circulação sem necessidade e têm o horário de refeição fracionado, tudo para manter tanto os funcionários como os pacientes protegidos.
“O que vemos hoje é o número de pessoas infectadas aumentando e cada vez mais pessoas procurando atendimento aqui na unidade, este é o resultado de não se praticar o isolamento. Filas em bancos, aglomerações em supermercados, lojas sem tomar os devidos cuidados. Não seja mais um contaminado e transmissor do vírus. Se puder, fique em casa e, se não puder, se cuide”, finalizou Maria Vitorino.