Depois de participar do ato de assinatura do primeiro acordo de cooperação técnica subnacional para tratar especificamente dos créditos de carbono, firmado entre os Estados do Acre e do Rio de Janeiro, o senador Aníbal Diniz comemorou o feito na tribuna do Senado em discurso na manhã desta sexta-feira, 22.
O acordo do qual também participa o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi assinado nesta quinta-feira, 21, na cidade do Rio de Janeiro, e pretende estimular a redução das emissões dos gases do efeito estufa e avançar em itens como desenvolvimento de um inventário de carbono das empresas, estruturação de uma rede de conhecimento em economia de baixo carbono e realização de estudos de viabilidade para uma bolsa de ativos ambientais.
Segundo Aníbal Diniz, a parceria “é perfeita” porque, de um lado, está um Estado “com preocupações ambientais e que tem desafios a superar”, que é o Rio de Janeiro, e, de outro, o Acre, que, segundo ele, pode oferecer serviços de sequestro de carbono por conta de sua floresta, preservada em até 88%.
“Graças a todos os esforços empreendidos ao longo da história do Estado do Acre, graças ao movimento de resistência socioambiental liderado por Chico Mendes, por Marina [Silva, ex-senadora acreana e ex-ministra do governo Lula] e por muitos outros lutadores em defesa da floresta, graças às políticas públicas que foram empreendidas a partir de 1999 e a partir de todos os empreendimentos feitos, do Zoneamento Ecológico-Econômico, do respeito e da valorização da vocação natural do Acre, que é uma vocação florestal, o Estado do Acre conservou e mantém sua floresta preservada”, destacou.
Aníbal Diniz participou da reunião em que o acordo foi assinado ao lado do governador do Acre, Tião Viana, do secretário do Estado do Rio de Janeiro para o Ambiente, Carlos Minc, do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, do secretário de Meio Ambiente do Acre, Carlos Edegard de Deus, e do diretor-presidente do Instituto de Mudanças Climáticas, Eufran Amaral.
Para ele, a iniciativa pode representar o início de um mercado de carbono em âmbito nacional. “Esse ato foi da máxima importância neste momento, em que a crise na Europa e nos Estados Unidos comprometeu também o mercado de carbono, que ainda não se consolidou”, avaliou.
Continuidade do projeto de sustentabilidade – Atos como esse, segundo sublinhou o senador Aníbal, trazem maior segurança, no sentido de que o Acre vai continuar seu projeto de desenvolvimento sustentável, uma vez que a política de valorização do crédito de carbono garante condições para que as famílias possam sobreviver sem desmatar a floresta onde vivem.
“Na medida em que temos alternativa de financiamento, na medida em que temos serviços ambientais remunerados, aí, sim, temos maior garantia de que a floresta será preservada. Esse tem sido basicamente o princípio norteador, tem sido a nossa bússola, no governo do Acre”, lembrou, destacando que essas políticas tiveram início com o governador Jorge Viana, se aprofundaram com Binho Marques [ex-governador] e agora dão um passo além com o governador Tião Viana.
Como exemplos dessas possibilidades, o senador Aníbal mencionou a indústria de preservativos de borracha natural de Xapuri; a produção de castanha e o programa de piscicultura do Acre, e disse que os seringueiros são “guardiões por excelência da floresta”.
“Tenho certeza de que o produtor que trabalha adequadamente as exigências ambientais, o seringueiro, o castanheiro e o piscicultor que também procura ter a sua atividade sempre pautada pelo respeito ao meio ambiente estarão sendo reconhecidos e remunerados e, dessa maneira, a gente estará dando uma grande contribuição para a preservação da Amazônia e para o equilíbrio climático do planeta”, concluiu.