Alunos de seis municípios do Acre farão parte de pesquisa sobre esquistossomose

Um total de 2.280 estudantes do Acre – alunos das redes pública e privada de ensino de seis municípios – deverão participar do Inquérito Nacional de Prevalência da Esquistossomose Mansoni e Geohelmintoses. A abordagem começa a ser feita logo após a conclusão do treinamento pelo qual passam técnicos de vigilância epidemiológica, de laboratório, bioquímicos, farmacêuticos e veterinários dos municípios contemplados na seleção feita pelo Serviço de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, que começou nesta segunda-feira, 24, e segue até o dia 27. A intenção é obter respostas para avaliação do programa de controle da doença no país, implantado há 30 anos.

 

 O Brasil tem apenas dois levantamentos sobre a esquistossomose (Foto: Assessoria Sesacre)

O Brasil tem apenas dois levantamentos sobre a esquistossomose (Foto: Assessoria Sesacre)

O Brasil tem apenas dois levantamentos sobre a esquistossomose. O último data de 1978, quando começou o controle da doença. A previsão é de que 225 mil alunos de 7 a 14 anos sejam submetidos a exames de fezes simples, feitos pelos municípios ou Estados. Desse total, 10% das lâminas serão enviadas à Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) para controle de qualidade nos centros de pesquisas regionais. Os exames feitos no Acre serão encaminhados à Fiocruz em Belo Horizonte (MG).

Bujari, Feijó, Manoel Urbano, Porto Acre, Tarauacá e Rio Branco foram as cidades prioritárias selecionadas como objeto da pesquisa. “Depois da capacitação começa o trabalho nas escolas junto aos pais para sensibilizar sobre a participação do inquérito”, explica o veterinário José da Conceição Guimarães, responsável pela Coordenação Estadual de Zoonoses. Ele lembra que no Acre, apesar da ocorrência do caramujo, não há relatos da doença. Os únicos três casos registrados entre 2007 e 2012 são “importados” – os pacientes era provenientes ou passaram por Estados como Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo e Mato Grosso.

A técnica Kato-Katz, desenvolvida no Laboratório de Esquistossomose da Fiocruz Minas e que tem o respaldo da Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo usada atualmente em todo o mundo, será a utilizada no inquérito.

O que é esquistossome – É uma doença transmissível, parasitária, causada por vermes trematódeos do gênero Schistosoma. O parasita, além do homem, necessita da participação de caramujos de água doce para completar seu ciclo vital. Na fase adulta, o parasita vive nos vasos sanguíneos do intestino e fígado do hospedeiro definitivo, o homem.

No Brasil é conhecida popularmente como “xistose”, “barriga d’água” e “doença dos caramujos”. Os ovos são eliminados por meio das fezes no ambiente, ocasionando a contaminação das águas naturais (córregos, riachos e lagoas) ou artificiais (valetas de irrigação, açudes e outros).

Na fase aguda, o paciente pode apresentar febre, dor na cabeça, calafrios, suores, fraqueza, falta de apetite, dor muscular, tosse e diarreia. Em alguns casos o fígado e o baço podem inflamar e aumentar de tamanho. Nos casos graves, há perda de baço e a necessidade de transplante de fígado, mas a evolução da doença pode ser evitada com diagnóstico precoce.

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