Aluna da EJA comemora a primeira participação na Ciência Itinerante de Tarauacá

Alunas da EJA em sua primeira participação na Ciência Itinerante (Foto: Thais Farias/SEE)

Há um ano, antes de iniciar os estudos na Educação de Jovens e Adultos (EJA) da escola estadual João Ribeiro, em Tarauacá, Raquel Rodrigues, de 27 anos, nunca havia cogitado a ideia de participar de um evento científico. Hoje, aluna do módulo 2 da EJA, que corresponde ao segundo ano do ensino médio, ela está encantada com o mundo das ciências, em especial a química, tema de seu projeto apresentado durante a Mostra Viver Ciência Itinerante, na região do Envira até a sexta-feira, dia 8.

No estande que destaca os trabalhos elaborados pela EJA, não é difícil identificar a felicidade de Raquel. Sempre sorrindo e agitada, ela explica aos visitantes o significado de seu estudo científico abordado na Mostra – um experimento que simula a formação de um tornado dentro de uma garrafa. “É a minha primeira vez participando de um evento tão importante como este e estou muito satisfeita com o resultado, principalmente porque nem eu mesma imaginava que seria capaz de participar”, conta Raquel.

Estudante da EJA, em Tarauacá, durante Mostra Viver Ciência Itinerante (Foto: Thais Farias/SEE)

Mãe e dona de casa, Raquel até hesitou em colaborar com o evento científico, mas foi incentivada pelo professor a perder a timidez e acreditar em seu potencial. Juntamente aos colegas de sala de aula, enfatizou a importância dos estudos com base nas pesquisas científicas em prol de um futuro melhor para ela e a comunidade onde vive.

“Fiquei até envergonhada quando o professor me convidou para a Mostra, porque sei que tem alunos mais jovens que tem mais conhecimento do que nós, da EJA, mas buscamos forças para continuar a estudar e encarar esse desafio de estar aqui. Com certeza é um impulso que nos fará estudar muito mais a partir de agora, inclusive a química, que a gente adora”, celebra a aluna.

Para o professor de química Uarlen Lima, que orientou a turma da EJA durante o evento, “é fundamental inserir esses estudantes na mostra porque é um momento em que fazemos um resgate do conhecimento que, às vezes, nem eles mesmos acreditavam alcançar. Fazemos questão de abordar não somente o conteúdo teórico, mas diversos assuntos relacionados ao cotidiano para facilitar o entendimento. Dessa forma, eles percebem que tudo à nossa volta é ciência e buscam aprender cada vez mais e praticar no dia a dia”.

Os estudos científicos abordados em sala, finalizando com a participação dos estudantes da EJA na Mostra Acreana de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação – Viver Ciência, significa um grande passo na formação educacional de jovens e adultos do estado, proporcionando uma experiência que incentiva a busca pelo conhecimento.

“Vamos continuar estudando e participando de feiras científicas para melhorar cada vez mais nosso aprendizado. E isso é muito bom, porque as pessoas passam a enxergar o que a gente faz na escola, e são estudos que servem para todos”, comenta Raquel.

EJA na Viver Ciência

Desde 2015, alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) colaboram com o maior evento científico da educação básica do estado. A iniciativa oportuniza aos estudantes o desenvolvimento de ações científicas, a troca de experiências e a construção de novos conhecimentos a partir de atividades inovadoras.

Matrículas

As matrículas neste método de ensino tiveram um crescimento de 116% entre 2010 e 2017. Até o ano passado, a EJA totalizou 39.017 mil matrículas em todo o Acre.

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