Alfabetizandos recebem novas carteiras de identidade

Projeto da escola Georgete Eluan Kalume garante a formação para os filhos e seus pais

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Maria Antônia sentia vergonha em mostrar a identidade de não alfabetizada (Foto: Assessoria SEE)

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José Alves e Raimunda Paixão agora já podem se casar no religioso (Foto: Assessoria SEE)

A dona de casa, Antônia Barbosa, 45 anos, não imaginava que aprender a ler e escrever fosse trazer tantos benefícios. O simples ato de retirar da carteira de identidade, o informe de não alfabetizada, já fez grande diferença em sua vida, pois agora não precisa mais escondê-la. A emissão da segunda via da identidade aconteceu na sexta-feira, 11, na escola Georgete Eluan Kalume, através do Instituto de Identificação da Secretaria de Polícia Civil.

O trabalho de substituição da RG só foi possível graças ao projeto Pais e Filhos Alfabetizados, que a Geogete Kalume desenvolve desde o início do ano com apoio do Governo do Estado, atendendo a 58 pais de alunos que não eram alfabetizados. As aulas são ministradas por professores voluntários do programa Alfa 100 e também da própria escola, que utilizam os livros do Programa ALFA 100 (caderno de florestania).

Com um largo sorriso no rosto e a ansiedade de pegar a nova carteira, dona Antônia Barbosa revela que descobriu uma nova vida, que antes não sabia que existia. "Fazia muito tempo que eu queria estudar para trocar minha carteira e saber o que estava escrito nas coisas. É muito bom ler e escrever. Agora eu mesma ajudo nas tarefas da escola de minha filha, não preciso pedir ajuda aos vizinhos".

Se a alegria tomava conta de Antônia, para o casal José Alves, de 66 anos e Raimunda Paixão, de 60, o momento era mais que especial, pois o sonho de ser alfabetizado e ver suas identidades assinadas chegou com outra realização do casal: o de se casarem no religioso. "Estou me sentido maravilhosa por esta oportunidade. Tudo melhorou para nós. Agora consigo cantar os hinos da igreja, onde iremos casar no final do mês", fala emocionada Raimunda, avó de dois alunos da escola.

Para seu José, que vende balas e picolé em frente à escola, há nove anos, além da satisfação em poder ter seu nome assinado no RG, o curso trouxe ainda melhorias para seu negócio. "Fiquei tão feliz, mesmo depois de velho, em ver meu nome escrito por mim. Agora posso anotar e acompanhar todas as minhas vendas e ler a bíblia".   

{xtypo_quote_right}É muito bom ler e escrever. Agora eu mesma ajudo nas tarefas da escola de minha filha
Maria Antônia, alfabetizanda{/xtypo_quote_right}De acordo o gerente do Instituto de Identificação, Carlos Bacelar, o atendimento às pessoas carentes com este tipo de serviço é comum nos bairros e escolas. "Nossa equipe já tem larga experiência neste trabalho. Temos que ter paciência para atender esta parcela da população que ainda escreve com dificuldade", destaca Bacelar.

Além da substituição das carteiras, os pais tiveram ainda a oportunidade de tirarem dúvidas sobre emissões de carteira de trabalho, CPF e título de eleitor com uma equipe da Organização de Centrais de Atendimento – OCA, que montou um stand no local.

De acordo com o calendário do Alfa 100, em dezembro, todos os 58 pais que freqüentam o projeto Pais e Filhos Alfabetizados estarão recebendo o certificado.

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