Agroflorestal Manuel Gomes amplia produção no centenário de Tarauacá

Nos últimos cinco anos, a vida do ex-seringueiro Manuel Gomes, 56 anos, casado, um filho, nascido e criado no seringal Jaminawa, nas cabeceiras do rio Tarauacá, só tem melhorado. E melhorado muito. Afinal, além da estrada toda asfaltada até Tarauacá, a produção de sua propriedade só tem aumentado.

A horta de Manuel Gomes responde por boa parte de sua renda no Pólo Agroflorestal de Tarauacá (Foto: Alexandre Carvalho)

A horta de Manuel Gomes responde por boa parte de sua renda no Pólo Agroflorestal de Tarauacá (Foto: Alexandre Carvalho)

Assentado numa área de quatro hectares do Polo Agroflorestal de Tarauacá, situada a beira da rodovia federal BR-364, a 12 km da cidade, Manuel Gomes, com apenas a terceira série do ensino fundamental, expressa hoje “muita felicidade” por ter uma das propriedades mais férteis e produtivas do município que comemora seu centenário na próxima quarta-feira, dia 24 de abril.

A produção de cacau também colabora para o aumento da renda do produtor agroflorestal (Foto: Alexandre Carvalho)

A produção de cacau também colabora para o aumento da renda do produtor agroflorestal (Foto: Alexandre Carvalho)

A satisfação do pequeno produtor agroflorestal se deve ao fato de sua área ser bastante próspera em produção de frutas regionais, animais domésticos, produtos da horticultura e de peixes tirados de dois açudes, além de seis cabeças de gado de leite e de dois cavalos e uma égua que possui.

Manuel Gomes e a esposa Francisca das Chagas cuidam diariamente da horta (Foto: Alexandre Carvalho)

Manuel Gomes e a esposa Francisca das Chagas cuidam diariamente da horta (Foto: Alexandre Carvalho)

“Além da ajuda do governo, que a gente recebe através da Seaprof, essa rodovia só veio melhorar a vida da gente, ajudando a aumentar a nossa produção e nossas vendas porque o povo da cidade está consumindo mais”, afirma Manuel, que também reflorestou sua terra com 200 pés de aguano (mogno).

Produtor Manuel Gomes é visitado periodicamente pelos técnicos da Seaprof (Foto: Alexandre Carvalho)

Produtor Manuel Gomes é visitado periodicamente pelos técnicos da Seaprof (Foto: Alexandre Carvalho)

Das fruteiras, Manuel produz banana, mamão, caju, limão, ingá e cacau. Na roça, ele produz milho e mandioca, que mistura com banana para fazer a ração que dá às centenas de pacus e tambaquis que cria hoje em seus dois açudes. Da horta, o produtor tira tomate, cebola, cuento, alface e couve, que ele vende na feira da cidade e para o governo do estado e a Conab através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Propriedade do casal de produtores agroflorestais, a 12 km da cidade de Tarauacá (Foto: Alexandre Carvalho)

Propriedade do casal de produtores agroflorestais, a 12 km da cidade de Tarauacá (Foto: Alexandre Carvalho)

Do gado, Manuel adquire o leite que a esposa Francisca das Chagas, também ex-seringueira, 44 anos e com o primeiro ano do segundo grau completo e vários cursos profissionalizantes dados pela Seaprof, o Senar e o Sebrae, transforma em vários derivados para a família consumir e vender na feira. Considerado por Manuel os seus “braços e mãos”, Francisca tem, entre outros, cursos de piscicultura, bordados, doces, corte e costura e empreendedorismo.

Base de rendimentos vem da piscicultura e da horticultura

A base de rendimentos hoje do produtor Manuel Gomes vem da produção de peixe, que ele cria com a orientação dos técnicos da Seaprof, e os produtos da horticultura, que tem sua aquisição garantida pelo PAA do governo estadual e da Conab. Manuel também ganha um pouco com os derivados de leite produzidos pela esposa, tais como queijo e manteiga.

O gado do produtor Manuel Gomes garante a produção de derivados de leite (Foto: Alexandre Carvalho)

O gado do produtor Manuel Gomes garante a produção de derivados de leite (Foto: Alexandre Carvalho)

Do peixe, Manuel Gomes diz que apurou R$ 3.500,00 no ano passado, tirando as despesas que teve com a ração e os alevinos. E da horta, ele fatura atualmente em torno de R$ 150,00 por semana pelas vendas ao PAA e R$ 120 pela venda direta na feira de Tarauacá.

Para ampliar ainda mais os rendimentos da família, o produtor agroflorestal espera conseguir ajuda da Seaprof para ampliar um de seus açudes, onde ele quer criar mais peixes. No mais, ele diz que só tem a agradecer a ajuda que recebeu nos últimos cinco anos do governo.  “Eu estou com 56 anos de idade e, do meu conhecimento, não entrou um governo que nem esse de bom para todos os nossos problemas”, completa Manuel Gomes.

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