Agricultura Familiar: o incentivo do PAA e as conquistas da classe rural

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Do cultivo da cana-de-açúcar, cerca de 40 famílias prosperaram, com lucros ampliados para aproximadamente R$ 2 mil por mês (Foto: Diego Gurgel/Secom)

Desde 2003, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) executa uma das modalidades do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – a Formação de Estoque pela Agricultura Familiar. O objetivo é fortalecer a produção familiar no país e incentivar o surgimento de organizações e cooperativas, beneficiando a produção em larga escala para a formação de estoque de produtos.

Exemplo de organização bem sucedida é a Cooperopção, localizada no km 58 da BR-317, sentido Boca do Acre.

A cooperativa atualmente dispõe de uma agroindústria para o processamento de rapadura, vendidas para a Conab e escolas da rede pública do Acre. Apoiados pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), os cooperados tiveram a conquista da fábrica como um divisor de águas na renda mensal. Do cultivo da cana-de-açúcar, cerca de 40 famílias prosperaram, com lucros ampliados para aproximadamente R$ 2 mil por mês.

Literalmente, um trabalho suado, mas de retorno palpável. Até o doce da cana chegar à forma de rapadura, é necessária muita força de trabalhadores como Oriolindo Barbosa. A mesma habilidade de lidar sob o sol forte e manusear o facão que exige técnicas obtidas apenas com o tempo ele tem para percorrer os canaviais, retirar a produção e levá-la à indústria. “É puxado, mas depois vem a recompensa, faço em média meio hectare por dia. Com o incentivo que a gente tem, só não trabalha quem não quer”, frisou.

"Com o incentivo que a gente tem, só não trabalha quem não quer”, diz Oriolindo Barbosa (Foto: Diego Gurgel/Secom)
“Com o incentivo que a gente tem, só não trabalha quem não quer”, diz Oriolindo Barbosa (Foto: Diego Gurgel/Secom)

Depois de colhida, a cana começa a ser transformada na Cooperopção. Devidamente moída e em forma de garapa, o produto é aquecido nos caldeirões. É mais uma etapa do trabalho feito com esmero pelos cooperados, que entregam a rapadurinha embalada para a Conab. Envolto na fumaça de uma sala com temperatura de mais de 100 graus, Raimundo Silva converte-a em “melado”, para ser levado às fôrmas e, por fim, empacotado. Há cinco anos nesse trabalho, ele diz: “Foi uma porta que se abriu para mim e minha família”.

No momento, todo o trabalho está voltado para a produção de 600 mil unidades de rapadura. “Temos uma divisão da venda da produção total e todos se beneficiam dela, desde quem corta a cana até quem faz o processamento dela. A venda é garantida tanto para a Conab quanto para a merenda escolar”, explicou o gerente-geral João Lima.

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