As condições climáticas desfavoráveis fizeram com que o preço do feijão tivesse uma alta inesperada em todo o país. O problema no maior centro produtor, a Região Sul, foi o excesso de chuvas. Com menos feijão no mercado, a tendência é o preço subir.
No Acre, agricultores do Ramal Campo Novo, em Acrelândia, que plantaram feijão estão aproveitando a crise e faturando alto.
A produção ainda é pequena, mas a garantia de comercialização anima os produtores a aumentarem a área de cultivo na região, que tem como principais atividades o café e a banana.
Um grupo de 12 produtores do local plantou cerca de oito hectares de feijão.
Um deles é Gersi de Souza, que deve colher em 2,5 hectares cerca de 40 sacas de feijão carioquinha. Com o preço em alta, a produção deve render ao agricultor cerca de R$ 20 mil. “Mesmo com o preço anterior, que não andava tão bom, já era possível conseguir um bom lucro. Agora, muita tem gente tem nos procurado, e o feijão já está todo reservado”, disse.
Souza explica que um outro atrativo do feijão é o baixo custo de produção, o que rende uma boa lucratividade ao produtor. Por esses motivos, a comunidade pretende aumentar a área de plantio na safra do ano que vem. “Em 2017, a comunidade deve passar de oito para 40 hectares de feijão plantado aqui no Campo Novo.”
Governo ajuda no preparo da terra e no beneficiamento do feijão
Os agricultores estão se preparando para iniciar a colheita do feijão plantado nos próximos dias. A cultura tem um ciclo rápido, durando em média 80 dias do plantio até o ponto de colher.
O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária (Seap), tem sido parceiro dos produtores da região.
Um trator foi destinado à comunidade para fazer o serviço de mecanização agrícola no preparo das áreas de plantio. Outro benefício foi a doação de uma trilhadeira, máquina usada para separar o feijão da vagem. “Aqui temos tido toda a ajuda possível do governo. O trator faz a destoca, e a máquina, o trabalho que seria muito complicado fazer de forma manual”, afirma Souza, que também é presidente da Associação de Produtores Rurais do Ramal Campo Novo.
José Carlos Reis, secretário da Seap, explica que a região é uma das mais produtivas do estado. “Estamos fortalecendo cada vez mais a parceria com esses agricultores aqui de Acrelândia, que já são grandes produtores de banana e de café, e agora vão aumentar de forma considerável a produção de feijão. Esse é o nosso objetivo: apoiar quem quer produzir no Acre.”