A produção de látex, uma atividade duradoura e rentável, vem despertando a atenção dos produtores rurais acreanos. Nesta semana, de 23 a 25, produtores se reuniram em Xapuri para um intercâmbio sobre o cultivo da seringueira.
Segundo o coordenador da Divisão de Remuneração de Ativos Ambientais da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), Ademir Batista, o objetivo é divulgar conhecimentos técnicos e científicos e promover o intercâmbio de experiências entre produtores rurais, empresários, pesquisadores, ambientalistas e estudantes na busca de soluções para os desafios existentes no agronegócio da borracha natural.
As principais explanações sobre o tema foram do chefe-geral da Embrapa no Acre, Eufran Amaral, do professor de Ciências Agrárias da Universidade de São Paulo (Unesp) de Botucatu, Edson Furtado, e de Altemar Alvino, extensionista do Incaper, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural. O dia técnico sobre produção aconteceu na propriedade de Osmar Facundes, em Xapuri.
A ideia principal é mostrar as potencialidades da heveicultura como forma de possibilitar mais uma alternativa de geração de renda para os agricultores familiares. No segundo dia do intercâmbio, o secretário de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), Lourival Marques Filhom participou de um ato simbólico com o plantio de clones de seringueira na praça central daquele município. “Essa é uma atividade viável, que pode gerar economia para o produtor durante muito tempo, mas é necessário que se faça um planejamento adequado, respeitando as etapas de plantio, manejo e comercialização do látex”, argumentou Lourival Marques.
Entre as palestras, “Mudanças climáticas atuais no cultivo de seringueiras”, abordada pelo chefe da Embrapa. Já o tema “Desenvolvimento Sócio Econômico da Heveicultura no Espírito Santo” ficou por conta do extensionista Itamar Alvino, e “Fitossanidade e Legislação para produção de mudas de seringueira” foi o tema do professor Edson Furtado.
Durante a atividade, o que ficou evidente é que, além da importância econômica, o cultivo da seringueira representa uma das atividades de maior relevância pelo seu aspecto ambiental. É uma espécie de elevada fixação de carbono atmosférico em sua biomassa, característica significativa para o crescente mercado de crédito de carbono e para ações de mitigação do processo de aquecimento global. Ainda de acordo com os especialistas, sua exploração sustentável, que favorece a proteção do solo e da água, transforma o cultivo em uma alternativa para a recuperação de áreas degradadas.