Adolescentes em conflito com a lei farão cursos profissionalizantes em Cruzeiro do Sul

A aula inaugural do primeiro curso, o de informática, ministrado pelo Instituto Federal do Acre (Foto: Onofre Brito)

A aula inaugural do primeiro curso, o de informática, ministrado pelo Instituto Federal do Acre (Foto: Onofre Brito)

Os jovens internados na Casa de Medidas Socioeducativas Juruá, em Cruzeiro do Sul, irão participar de cursos profissionalizantes. A aula inaugural do primeiro curso, o de informática, ministrado pelo Instituto Federal do Acre (Ifac), foi realizado na quarta-feira, 8, com as presenças do presidente do Instituto Socioeducativo do Acre (ISE), José Henrique Corinto, o diretor da casa de medidas, Erisson Cameli, representantes do Ifac e SENAI, além de pais e parentes dos menores.

Os cursos são oferecidos através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), do governo Federal. Segundo o diretor do IFAC em Cruzeiro do Sul, Cristiano Ferreira, o curso de informática terá a mesma qualidade do curso oferecido na instituição, com algumas adaptações. “O curso de operador de computador busca melhorar a qualificação profissional dos jovens potencializando suas chances de inserção social”, disse.

Para o diretor do ISE, a casa de medidas oferece oportunidades para quem perdeu todas as oportunidades. “Os jovens que estão conosco são os que se afastaram da escola, se aproximaram da criminalidade e cometeram infrações graves e têm que ser responsabilizados por isto. Temos que indicar um novo caminho e este caminho é pela educação, pelo preparo à profissionalização”, ponderou. Corinto informou que existe a intenção dentro do instituto de oferecer cursos também para familiares dos internos de maneira a aproximar todos envolvidos na recuperação dos adolescentes.

 Trabalhos na horta fazem parte da rotina dos menores (Foto: Onofre Brito)

Trabalhos na horta fazem parte da rotina dos menores (Foto: Onofre Brito)

A senhora Raimunda Nonata Correia, que vive de fazer salgadinhos acha que o fato de o filho interno estar tendo a oportunidade de aprender uma profissão é muito importante para a sequência de sua vida depois que for liberado. “Ele vai poder me ajudar”, disse.

Maria da Conceição da Silva, que tem um filho cumprindo medida socioeducativa, também gostou, pois considera que o estudo livra os jovens de pensarem coisas indevidas. “Assim eles ficam pensando no trabalho e ser alguém na vida quando saírem daqui”, comentou.

Cursos

Segundo o diretor da Casa, Erisson Cameli, 12 adolescentes participarão do curso de informática. Em seguida será realizado o curso de eletricista em baixa tensão, para outros 12. A previsão, segundo ele, é de que os 39 internos sejam contemplados com ensino profissionalizante em diversas áreas.

Cameli conta que todos os menores passam a manhã estudando. A tarde é dedicada a trabalhos na horta, como uma forma de terapia, para que os reeducandos não fiquem nos alojamentos. A instituição também tem uma padaria montada e deverá proporcionar um curso de panificação. “Com os cursos esperamos que haja redução nas reincidências”, analisou.

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