Pioneiras da Educação
O começo da Educação no Acre teve como pioneiras as Servas de Maria Reparadoras, congregação fundada no ano de 1900 pela Madre Elisa Andreoli, na cidade italiana de Treviso. Atendendo aos pedidos dos Servos de Maria, em 1921, seis irmãs foram enviadas para missões no Brasil e chegaram ao município de Sena Madureira em 14 de novembro de 1921, ampliando suas atividades para Rio Branco e Xapuri dois anos depois.
Ao seguir estas transformações proporcionadas pelas ações da Congregação, o Acre começou a sofrer mudanças. A sociedade crescia, as necessidades aumentavam, e os educadores viam a necessidade de instaurar centros de ensino para a população. Com o crescimento do Estado e dos investimentos aqui feitos, algumas instituições possuem uma longa história de transformações e formações de cidadãos, que se une à própria evolução educacional do Estado.
Nosso Protetor José
O trabalho das Servas de Maria continuou a ser preservado quando, em 1953, se estabeleceu em Rio Branco uma comunidade que iniciou um programa de bordados e costuras voltado especialmente para os jovens, ansiosos pela profissionalização. Com o aumento da clientela, que via naquelas pequenas experiências a chance de um futuro melhor, ainda que simples, surge também a vontade das Irmãs de criar uma escola fundamental que atendesse os ensinos do Jardim de Infância e Primário.
A construção de uma Capela, originalmente designada para simples propósitos religiosos dos fieis da cidade, dá origem, em 1958, ao Instituto São José, que teve como administradora a Madre Evangelista Simonatto, e o Padre André Ficarelli como engenheiro da obra.
Após o falecimento da Madre Evangelista, a Madre Hildebranda da Prá prosseguiu à frente da escola ampliou as instalações e posicionou a imagem de São José na frente do prédio, afirmando que, enquanto o santo estivesse lá, o Rio Acre jamais causaria dano ao prédio, vindo daí o lema da instituição: “Nosso protetor José”. Hildebranda também era grande defensora da importância dos estudos como agente transformador, e costumava dizer que “a privação da Educação é uma causa mortis inegável”.
Professora de Língua Portuguesa, Redação e Literatura há 25 anos, e atual diretora do Colégio, Esmelina de Souza Boni afirma que a política educacional se adaptou aos novos tempos, mas ainda preserva os valores e as principais lições do aspecto religioso que sempre existiu na escola. “Atualmente contamos com 1.123 alunos dos três segmentos nos nossos horários de aula. Com a abertura da escola para recebermos alunos de comunidades mais carentes, temos a chance de garantir mais oportunidades para jovens que, com a dedicação e o incentivo apropriados, chegarão muito longe na vida. A Educação é uma poderosa catalisadora de mudanças”, diz Esmelina.
Ensino Infantil
Mesmo com os serviços prestados pelas Servas de Maria em benefício da educação infantil, é de outro estabelecimento o marco de ser a primeira escola voltada para essa modalidade de ensino.
Com mais de 60 anos a Escola Menino Jesus foi construída durante o governo de Guiomard Santos e oficialmente inaugurada em novembro de 1949, foi a primeira instituição de ensino no Acre voltada exclusivamente para a Educação Infantil.
Inicialmente voltada para uma clientela tida como “privilegiada” pelos administradores, a Escola Menino Jesus passou por uma democratização na adesão às matrículas durante o fim da década de 1970 e início de 1980, fugiu do estereótipo de “escola elitizada” e passou a ter suas matrículas disputadas por sorteio, atendendo de forma igualitária todas as camadas sociais.
Quem observa a escola nem consegue imaginar que ela já sobreviveu de donativos dos próprios pais de alunos para custeio da merenda escolar das crianças. Hoje, devido à parceria com o município, o Estado é responsável apenas pelo corpo funcional.
Símbolo da educação acreana
Com uma história profundamente ligada aos fatos marcantes de Rio Branco, o atual Colégio Acreano, inicialmente batizado de Ginásio Acreano, nasceu em 17 de julho de 1933, por meio da ação de educadores como Raimundo Gomes de Oliveira e Julieta Passos Galvão, que buscavam trazer para o Acre condições favoráveis de ensino, o próprio professor Raimundo dirigiu a escola por mais de 30 anos.
Os docentes e servidores considerados pioneiros da escola trabalharam um ano sem nenhum tipo de remuneração, a não ser pela vontade de ver o resultado daqueles anos de planejamento nos futuros de seus alunos. Décadas mais tarde, ex-estudantes do Colégio Acreano se tornariam destaques em várias áreas do conhecimento – alguns com reconhecimento em todo o território nacional, como o jornalista Armando Nogueira, a educadora Clarisse Fecury, dentre outros.
“Desde a reinauguração, quando Binho Marques ainda era secretário de Educação, em 2006, a escola passou por reformas e ganhou instalações mais adaptadas para um ensino didático e interativo, o Colégio Acreano continua a incentivar seus alunos a persistirem no que desejam e a nunca deixar de querer mais, principalmente quando se trata do sucesso profissional e acadêmico deles”, disse o diretor Adalberto Rangel de Lima.
“Mãos para o trabalho, coração para Deus, amor para o próximo”
Foi com este lema que a professora mineira Maria Angélica de Castro, primeira mulher a ocupar o cargo de Secretária de Educação e Cultura no Acre, prosperou nas ações e projetos dos quais participou. Nascida em 1898, foi apenas na década de 1940 que a educadora deixou Belo Horizonte e veio trabalhar no Acre, a pedido do governador José Guiomard dos Santos, que buscava pessoas que pudessem trazer para o Estado novas visões dentro de suas áreas de especialidade.
A escola que carrega seu nome, inaugurada em 15 de outubro de 1950, teve início com o primeiro Grupo Escolar de Rio Branco, o Grupo 24 de Janeiro, que, em 1915, reunia várias turmas separadas por séries para atender a necessidade educacional e cultural de Rio Branco. O modelo do Grupo, que separava as salas através das mesas dos professores, chegou ao conhecimento da professora Maria Angélica, que, com auxílio da professora Clarisse Fecury (primeira diretora da escola), trabalhou para concretizar a instalação da pensada “Escola José Guiomard dos Santos”.
No dia da inauguração, mal sabia Maria Angélica da homenagem planejada para a ela, a escola foi batizada com seu nome.
Josefa Oliveira da Silva, atual diretora da Escola Prof.ª Maria Angélica de Castro, trabalha com a educação de crianças há mais de 20 anos e o início da sua vida profissional foi na própria instituição, em 1990. “Sou formada em Pedagogia, e sempre tive o sonho de trabalhar com o desenvolvimento educacional. Tendo certo tempo na escola pude perceber como as conquistas ao longo do tempo e as mudanças de metodologias e aplicação do conhecimento fizeram e ainda fazem diferença quando se trata de alcançar novos rumos”, enfatizou a diretora.
Excelência na hora de educar
Manoel Bergstrom Lourenço Filho, nascido em 1897 no interior paulista, é uma das figuras eminentes da Escola Nova Brasileira. Sua formação educacional foi marcada pela influência do pai, que fez dele um leitor voraz ainda menino. Desde o exame de admissão para a Escola Normal Primária de Pirassununga (SP), exercitava habilidades docentes ao ministrar aulas particulares de preparação para os testes de admissão, conhecidos por não facilitar para os que não realmente se dedicassem em conseguir aprovação.
Aliadas à preocupação de Lourenço Filho sobre os rumos educacionais do país, suas experiências pessoais, combinadas com suas inúmeras viagens pelo Brasil e pelo exterior, além do amplo conhecimento cultural, lhe possibilitaram escrever em diversas áreas do conhecimento, como Geografia, História do Brasil, Psicologia, Estatística e Sociologia.
As mudanças vieram e com elas a reestruturação do ensino no país, provocando a reformulação do ensino normal do então Território, que, mais tarde, se tornaria o Estado do Acre. Instituída em 1º de junho de 1942, através do Decreto nº 99 pelo então governador Oscar Passos, a Escola Normal Lourenço Filho foi concebida com o objetivo de preparar os professores primários do Território, como também ministrar cursos de revisão e aperfeiçoamento para o magistério público.
Arquivos vivos
Nesses 50 anos existiram muitas administrações e muitos responsáveis pelo comando da Secretaria de Estado de Educação e do Conselho Estadual de Educação do Acre, onde alguns se tornaram verdadeiros “arquivos vivos”, personalidades que contam com detalhes a evolução da Educação no Acre.
Prestes a completar 81 anos, Florentina Esteves tem parte fundamental nesta história. Trata-se da primeira professora graduada a atuar na Educação do Acre. “Concluí o curso de Letras Neolatinas em 1953, na Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ). Catorze anos depois, assumi a responsabilidade de secretária de Educação”, disse Florentina.
“Incluindo a honra de ter estimulado os professores de outra época para buscarem aprimoramento, tenho orgulho de ver pessoas para as quais lecionei ainda exercendo papeis fundamentais na educação”, explicou a professora, citando como exemplo a atual reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Olinda Batista.
Como educadora também contribuiu para o acervo da literatura acreana, em 1993, com a publicação de seu romance O empate, além de suas coletâneas de contos Enredos da Memória e Direito & Avesso.
Florentina comentou que, “no decorrer dos últimos anos, vê e agradece todo o trabalho que foi realizado na área. Objetivos que, antes, pareciam impossíveis de se concretizarem, agora estão sendo visualizados e melhorados a cada ano. É importante que os professores lembrem-se da melhor educação: aquela que forma de maneira íntegra o aluno, indo além das matérias escolares e tendo fundamento na humanização das pessoas”.
Novas dimensões
Íris Célia Cabanellas Zanini que já contabiliza mais de 50 anos dedicados à Educação, tem 26 de atuação como presidente do Conselho Estadual de Educação. De acordo com ela, um dos grandes destaques ocorreu em 1971, quando foi inaugurado o 1º curso superior para os professores não-titulados que já tinham passado por escolas normais (regulares ou com curso de formação do magistério), em convênio com a Universidade do Acre, que teria sua federalização três anos depois.
“Esse curso superior abrangeu todos os municípios, ajudando na formação de educadores para o Ensino Médio que, antes, não existiam fora de Rio Branco, contribuindo imensamente para a expansão da continuidade dos estudos”.
Uma das maiores conquistas da educação no Acre foi a criação da Ufac, inaugurada em abril de 1974, que, de acordo com a educadora, “constitui não apenas um orgulho junto com outras instituições de ensino, como Menino Jesus e Colégio Acreano, mas uma grande colaboradora na promoção da cultura, de pesquisas esclarecedoras e na formação de diversos profissionais”.
“Nos últimos 13 anos, percebem-se as novas dimensões do ensino acreano, importantes no sentido de levar a formação para áreas de difícil acesso, e no esforço dos ex-governadores Jorge Viana e Binho Marques, que procuraram qualificar todos os professores do Quadro. Apesar das enormes dificuldades, a Educação no Acre sempre buscou reduzir o isolamento social”, afirmou Íris Célia.
Ensino Técnico
Contribuíram para o desenvolvimento educacional no Acre as ações do Almoço Escolar, que fornecia refeições para alunos e funcionários de baixa renda, da Assistência Saúde, responsável por campanhas de vacinação diversas, e, especialmente, a criação da Escola Técnica de Comércio Acreana.
O surgimento da instituição teve grande impulso da Lei 5.692, de 1971, ofertando cursos profissionalizantes de Contabilidade, Secretariado, Construção Civil, Enfermagem e outros, incluindo exames de suplência profissionalizante, que diplomavam os participantes para que tivessem melhores chances de emprego.
A criação da Escola Agrícola Roberval Cardoso, atual Escola da Floresta, em 1983, voltada para filhos de agricultores de todos os municípios, também foi uma grande incentivadora do ensino técnico combinado com a oferta de crescimento das oportunidades na zona rural.
Todas estas investidas do ensino técnico, combinadas com cursos profissionalizantes, abriram mais oportunidades de empregos para os jovens e adultos que buscavam melhores condições de vida.
Gerenciamento e educação institucional
Ex-secretária de Educação, Maria Corrêa da Silva começou sua carreira muito cedo, aos 16 anos de idade. Influenciada por seus próprios professores, fez o magistério na capital e formou-se em Pedagogia, incluindo um mestrado na área e uma posição como professora efetiva da Ufac.
Segundo ela quando a equipe do então secretário de educação Binho Marques assumiu o comando da Secretaria de Estado de Educação, há exatos 13 anos, os diretores escolares iam à Secretaria pedir orientações de como proceder na gestão das escolas. “Em decorrência disso, adotamos o gerenciamento informatizado, onde os gestores só poderiam ser eleitos depois que recebessem orientações para a aplicação de metodologias pedagógicas voltadas para a gestão escolar. Graças a isso, a educação institucional deu um grande avanço de qualidade ao longo destes anos”, disse Maria Corrêa.
A formação superior dos professores também foi uma das grandes preocupações. “Sentimos a necessidade de continuarmos o trabalho com as formações iniciais e continuadas para professores, além das parcerias com o Ministério da Educação (MEC) e outras entidades na criação de mestrados e especializações para nossos educadores”, explicou a ex-secretária.
“No plano pedagógico, foi muito emocionante realizar o ‘É tempo de aprender’, que gerou oportunidades para que as crianças da zona rural descobrissem novos mundos por meio da alfabetização”, lembrou Maria. “Conseguir apresentar mais perspectivas para alguém desde cedo é uma contribuição imensa que continua a ser praticada pela atual gestão educacional”.
Valorização do ensino
Quem também começou a lecionar aos 16 anos foi Francisca Aragão Leite, atual Coordenadora Geral do Núcleo de Educação Estadual de Tarauacá. Ela iniciou seus estudos no local de nascimento, o Seringal Novo Porto, em 1952 foi para Tarauacá, onde começou a trabalhar no programa para a alfabetização de Jovens e Adultos. Em 1964 fundou a Escola Instituto São José, da qual foi também a primeira professora.
“Comecei a cursar Pedagogia em 1973, sempre levando comigo a importância do esforço e da dedicação que meus pais ensinaram. Em 1989, assumi a Secretaria Municipal de Educação, trouxe para Tarauacá o primeiro Curso de Ensino Superior (Pedagogia), do qual fui coordenadora até 1992”.
Desde o início de sua carreira profissional Francisca conta que encontrou vários desafios, como a falta de recursos tecnológicos e pedagógicos, além do baixo investimento na área educacional. Segundo ela, “todos os desafios transformaram-se em conquistas: a formação acadêmica dos professores das Redes Estadual e Municipal; ampliação das estruturas físicas das escolas, e a criação de mais de 150 escolas na área rural. Nossa maior conquista, no entanto, foi a valorização do educador nos quesitos de salário e de formação acadêmica e continuada”.
“O Governo do Acre investiu e acreditou não só na Educação, mas em todas as áreas da administração pública de forma transformadora para nossos profissionais. E hoje podemos comprovar isso, observando os índices escolares em plena ascensão, fruto de muito trabalho e empenho. Agradeço a Deus pela oportunidade de ter realizado várias conquistas, de ter visto a superação de muitos desafios e de ainda estar contribuindo para isso”, enfatizou a coordenadora.
Avanços da última década
Desde 1999 são incontáveis as melhorias que aconteceram em todas as áreas da administração pública acreana, incluindo a Educação. A partir deste ano, a política educacional do Acre passou a ter como base a reforma do Plano Estratégico da Secretaria de Estado de Educação (PES), condutor de significativas mudanças no curso da educação pública.
No ranking nacional do Índice de Desenvolvimento Básico da Educação (Ideb), o Acre encontrava-se na 27ª posição em 1999. Hoje ocupa a 9ª posição.
Os programas desenvolvidos também contribuem para a constante transformação da sociedade, alguns se tornaram modelos de ação pedagógica para outros estados brasileiros. Foi assim com o “Asas da Florestania”, programa criado em 2005 para atender a demanda escolar nas comunidades de difícil acesso. Criado originalmente para o Ensino Fundamental foi expandido para o Ensino Médio em 2008 e para a Educação Infantil. O “Asinhas” atende mais de cinco mil crianças distribuídas em 2.200 famílias de 260 comunidades de todo o Acre.
Além da Prova Brasil, cujas médias de desempenho nas provas bianuais de Língua Portuguesa e Matemática fornecem o material para cálculo do Ideb, é realizado no Acre desde 2009 o Sistema Estadual de Avaliação da Aprendizagem Escolar (Seape), exame anual cujos conteúdos são apoiados na Prova Brasil, e que apontaram melhora no desempenho dos alunos de mais de 95% das escolas públicas do Estado que realizaram a prova em 2011, no mês de outubro.
Para que o sucesso destas medidas continuem, o Governo do Estado do Acre investe cada vez mais na reforma e na preservação dos espaços físicos das instituições de ensino. Em 2011, assegurou a oferta de qualidade educacional com estruturas adequadas para o ensino nas zonas urbana e rural, foram investidos R$ 22,4 milhões na construção, reforma e ampliação de 150 escolas de Ensino Fundamental e Médio em 19 municípios acreanos: Assis Brasil, Brasileia, Bujari, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Feijó, Jordão, Mâncio Lima, Manuel Urbano, Marechal Thaumaturgo, Plácido de Castro, Porto Acre, Porto Walter, Rio Branco, Santa Rosa, Sena Madureira, Senador Guiomard, Tarauacá e Xapuri, todos contemplados com escolas de Ensino Fundamental e Médio.
Iluminando caminhos
Com um nome inspirado na lamparina usada para iluminar as trilhas nos seringais, foi adotado como política pública de ensino pelo Governo do Estado em parceira com a Fundação Roberto Marinho, o Programa Especial de Aceleração de Aprendizagem do 6° ao 9º ano do Ensino Fundamental, o Projeto Poronga, criado em 2002. O objetivo é proporcionar uma educação onde o aluno aprenda a desenvolver valores e resgate sua cidadania através da formação integral. Graças às ações do Poronga, a distorção idade/série na rede estadual de ensino caiu de 54,12%, em 2002, para atuais 30% no nível fundamental.
Em dez anos de atuação no Acre, 26.480 jovens receberam seus certificados de conclusão dos ensinos fundamental e médio, com formação de 1.500 professores pela metodologia do Telecurso.
Alfabetizar para crescer
O Acre foi o estado da Região Norte que obteve mais sucesso na redução de seu índice de analfabetismo: em 1999, o número de analfabetos chegava a 24,5% da população. Em 2010 o número baixou para 16,5% por meio da alfabetização de mais de 80 mil jovens, adultos e idosos.
A Coordenação de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e a Coordenação do Programa Mova/Alfa 100 lançaram este ano o Plano de Alfabetização e Elevação da Escolaridade de Jovens e Adultos, priorizando pessoas na faixa de 15 a 64 anos. O principal objetivo da ação é fazer com que, até 2014, sejam alfabetizadas cerca de 40 mil pessoas, fazendo com que nenhum município tenha índice de analfabetismo superior a 15% de sua respectiva população.
Para isso, já acontece a formação inicial dos professores que atuarão no programa. Até a primeira quinzena de maio, todas as 1.028 turmas da alfabetização de adultos iniciarão suas atividades em todos os municípios do Estado, ajudando a alfabetizar mais de 12 mil alunos, ultrapassando as metas iniciais propostas ao MEC pelo Governo Estadual, que, inicialmente, previa 9.420 alunos distribuídos em 634 turmas.
Por meio da alfabetização, existem inúmeras possibilidades de crescimento, mudando e melhorando condições de vidas, como a de Hélia Benedita, 46 anos, do município de Sena Madureira. Durante a cerimônia de lançamento do programa, a dona de casa pediu que “os alunos não desistam, que continuem e que vençam a vergonha de ter que aprender a escrever o próprio nome depois de tanto tempo. Não há alegria maior”. Dona Hélia teve que deixar os estudos muito cedo para ajudar a família, só voltou a estudar em 2003, quando buscou o curso de alfabetização. Atualmente ela cursa o Ensino Superior e vai ser formar em Serviço Social.
O atual secretário Estadual de Educação e Esporte, Daniel Zen, disse que a “história da educação do Acre é repleta de sofrimentos e dificuldades, mas também de glórias e conquistas. O trabalho em educação é complexo, exige que se cuide de todas as dimensões de forma simultânea, tratando, paralelamente, de questões que vão desde a garantia de oferta de vagas para todos às questões relacionadas ao desempenho dos alunos nas avaliações externas de rendimento e desempenho e exames nacionais de proficiência. Ao longo desses 50 anos computam-se alguns milhares de homens e mulheres que se dedicaram e outros tantos que se dedicam, diuturnamente, para a melhoria de nossos indicadores. Sinto-me honrado em poder fazer parte dessa grande família de servidores públicos, profissionais da educação.”