O grupo de 300 haitianos que está desde janeiro na cidade peruana de Iñapari poderá entrar no Brasil, pelo estado do Acre, a partir da próxima semana. A Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) está organizando a logística para o acesso, que deverá ser feito em grupos por conta da situação em que se encontra Brasileia, ainda se recuperando da maior alagação já sofrida em sua história.
Segundo o coordenador responsável pela logística de recebimento dos haitianos, Dudé Lima, a entrada da documentação de imigração será feita em Epitaciolância, por ser a primeira cidade com Delegacia da Polícia Federal. De lá, os grupos de haitianos seguem para Rio Branco, onde serão acolhidos. O Governo do Estado ainda estuda a forma de alojamento e uma possibilidade é que seja feito o mesmo modelo adotado para o atendimento dos desabrigados pela cheia do Rio Acre: no Parque de Exposições, numa estrutura com banheiros e lan house.
Uma das preocupações da Sejudh é que a entrada dos imigrantes seja feita de forma ordenada e a entrada deve acontecer em grupos de aproximadamente 40 pessoas. Em Rio Branco eles farão a retirada de documentos, entre eles, a carteira de trabalho, essencial para a permanência no Brasil e para este novo começo de vida. Várias empresas, de diversos estados brasileiros, estão interessadas em contratar a mão de obra haitiana tão logo eles estejam aptos a trabalhar no país.
A entrada dos haitianos foi autorizada esta semana pelo secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, e comunicado à Polícia Federal na quarta-feira, 4. Outros 363 haitianos que estão em situação irregular em Tabatinga, no Amazonas, ainda vão receber visto para procurar trabalho em outras regiões, informou o Ministério da Justiça.
A decisão de regularizar a situação dos haitianos foi tomada esta semana pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça, em ação articulada com os ministérios das Relações Exteriores e do Trabalho e Emprego. Resolução do Conselho Nacional de Imigração (CNIg), de 13 de janeiro deste ano, autorizou a concessão de residência humanitária a cerca de 5 mil haitianos que já estavam no país. A decisão foi tomada para apoiar os imigrantes, em razão dos problemas decorrentes do terremoto que afetou o país há dois anos.
O Ministério da Justiça procurou simplificar a regularização dos haitianos para evitar o ingresso ilegal, que acontece com a interferência de máfias especializadas no tráfico de migrantes. De acordo com o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, a migração é um direito humano e o Brasil tem responsabilidade especial com os haitianos, por isso procura apoiar aqueles que vieram para cá para fugir dos problemas em seu país.
Com informações da Agência Brasil