O Acre vai receber o aporte de recursos para a execução de quatro projetos submetidos ao edital Ecoforte Extrativismo, da Fundação Banco do Brasil. O resultado final da seleção pública está no Diário Oficial da União nesta semana.
A apuração apoia projetos voltados à estruturação de empreendimentos econômicos coletivos em unidades de conservação federais de uso sustentável no Bioma Amazônia. Nesse sentido, os recursos vão beneficiar famílias extrativistas, com foco nas etapas de produção, beneficiamento e comercialização de produtos que carregam o conceito de práticas sustentáveis.
Cada proposta pode ser financiada em até R$ 600 mil, por meio da Fundação Banco do Brasil e do Fundo Amazônia, mediante gestão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A coordenação do Artesanato Acreano, vinculada à Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN), conseguiu aprovar um projeto que beneficiará a Associação dos Seringueiros do Seringal Cazumbá-Iracema.
“Concebemos o projeto junto ao ICMBIO [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade], que é o responsável pela Resex. É uma alegria termos chegado à etapa final, porque agora a associação terá mais condições de participar de feiras nacionais com a melhoria do processo produtivo e acesso às consultorias voltadas ao design”, declara a coordenadora do Artesanato Acreano, Marilda Brasileiro.
Valorização
O grupo de artesanato é formado por mais de 20 extrativistas, principalmente mulheres e jovens, onde os homens têm também o papel de coleta do látex. A equipe trabalha na confecção de peças que reproduzem em látex folhas de plantas e árvores da floresta amazônica.
De acordo com o analista ambiental do ICMBIO e gestor da reserva extrativista do Cazumbá, Tiago Juruá, além de representar a melhoria da produção do artesanato, os investimentos também valorizam o trabalho extrativista, preservando a cultura seringueira local.
“Depois de todas as avaliações pelas quais o projeto passou, estamos felizes com o resultado e a garantia de uma melhor estrutura física para a criação de marca e material de divulgação, além da construção de um novo ateliê de produção. Assim, teremos condições de agregar valor aos produtos, ao mesmo tempo em que poderemos ampliar o número de comunidades envolvidas com o artesanato do látex, que já tem grande aceitação do público e precisa ganhar escalas para atender as encomendas que chegam de todas as regiões do Brasil”, destacou Juruá.