Parceria entre Governo do Estado e ação Cine Mais Cultura do MinC vai levar salas de cinema digitais para os 22 municípios do Acre
Em um cenário de concentração de cerca de duas mil salas de cinema comerciais em 8% das cidades brasileiras, o Acre sairá na frente para alterar esse quadro de déficit: será o primeiro Estado no país a ter 100% dos seus municípios com salas digitais de exibição. Essa marca será atingida graças à parceria entre o Governo do Acre, através da Fundação de Cultura e Comunicação Elias Mansour, e a ação Cine Mais Cultura, do Ministério da Cultura (MinC), que inicia com a realização da Oficina de Capacitação Cineclubista dos dias 26 a 30 de abril, em Rio Branco.
Dois representantes de cada cidade – um membro da sociedade civil e um do Poder Público local – irão participar do treinamento e serão responsáveis pela programação e sessões dos cines que serão implantados em seus municípios. A Oficina de Capacitação Cineclubista será ministrada pelas cineclubistas Juliana Machado e Malu Calixto, sendo a primeira natural do Acre e a segunda, fundadora do cineclube CineOca, em Rondônia. A escolha das oficineiras tem como objetivo garantir maior integração dos exibidores da Região Norte do Brasil.
A simbólica marca de "Um Cine por Cidade" no Acre será alcançada com diversas ações e contrapartidas entre o governo estadual e federal. O Governo do Acre cederá os espaços para as instalações dos Cines – os Centros de Juventude (CEJAs) e Centros de Cultura e Florestania (CCFs) -, além de adquirir os kits com equipamentos de projeção digital. Já o Cine Mais Cultura fornecerá programas (DVDs) da Programadora Brasil, programa da Secretaria do Audiovisual do MinC, ao longo de dois anos; realizará a Oficina de Capacitação Cineclubista; e manterá por três meses um acompanhamento pós-Oficina. Mais informações sobre a ação no Acre podem ser obtidas pelo e-mail: contato@cinemaiscultura.org.br.
Nesta sexta-feira, 24, acontece o terceiro encontro do Conselho Estadual de Cultura – ConCultura, quando na oportunidade será apresentado por Daniel Zen, diretor-presidente da Fundação Elias Mansour, e Frederico Cardoso, Coordenador Executivo do Cine Mais Cultura, o histórico do "Acre Cine Mais Cultura" e sua ligação com os programas Mais Cultura e o Cultura em Movimento, ação estadual que reúne outras áreas artísticas (responsável pela coordenação dessa parceria inédita e dos Cines nos municípios). Ainda no dia 24, a partir das 14 horas, na Filmoteca da Biblioteca Pública, acontece a discussão sobre o Programa de Fomento e Incentivo à Cultura (Profic), que substituirá o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), instituído pela Lei Rouanet, com o secretário de Incentivo e Fomento à Cultura do Ministério da Cultura, Roberto Nascimento.
O Cine Mais Cultura – Com o objetivo de democratizar e regionalizar a difusão do audiovisual no país, o Ministério da Cultura lançou a ação como uma das frentes do programa Mais Cultura, que faz parte da Agenda Social do Governo Federal. O primeiro edital do Cine Mais Cultura foi lançado em fevereiro de 2009 e contemplará 100 núcleos. Os selecionados receberão kits com equipamentos de projeção digital, incluindo uma câmera MiniDV, obras do acervo da Programadora Brasil e oficinas de exibição. A ação atuará sobre o tripé tecnologia digital, conteúdo e capacitação cineclubista.
Lançada em setembro de 2008, a ação Cine Mais Cultura iniciou suas atividades investindo na rearticulação dos exibidores contemplados pelo Edital SAv/MinC Pontos de Difusão Digital 2006. A partir de então, foram realizadas seis oficinas em parceria com o Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros (CNC) nas capitais de São Paulo, Minas Gerais, Paraíba, Pará, Ceará e Bahia. Participaram das oficinas 155 representantes de 80 pontos contemplados no edital em 2006 de 22 estados brasileiros, assim como duas Casas Rurais Digitais paraenses, através de parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Tripé: Tecnologia Digital, Capacitação e Conteúdo
Os kits de equipamento para instalar os Cines são compostos por: uma tela para projeção de 210 polegadas (4m X 3m), um projetor de vídeo de alta potência de luz, um aparelho leitor de DVD, uma mesa de som de 4 canais, quatro caixas não amplificadas de potência de 250 watts, um amplificador com 1200Wrms de potência, dois microfones sem fio de alcance de 150 metros e uma câmera filmadora digital.
Já as Oficinas de Capacitação Cineclubista têm como objetivo qualificar de maneira prática os participantes para a realização de programação, divulgação e debates das sessões; apoiar a formação dos oficinandos com introduções à história do cinema e linguagem cinematográfica; e oferecer informações sobre questões atuais relativas à atividade exibidora como direitos autorais e sustentabilidade. Outra meta é estimular os responsáveis pelos Cines ao diálogo com a comunidade local para a participação efetiva nas atividades. Esse trabalho será desenvolvido com apoio de um manual de capacitação produzido para o programa, por meio de parceria com o Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros (CNC).
Somente após receber os equipamentos e a capacitação, os Cines receberão filmes e vídeos do catálogo da Programadora Brasil, programa realizado pela Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (www.programadorabrasil.org.br). Pela iniciativa, filmes e vídeos nacionais são encartados em DVD e licenciados para exibição pública. A Programadora reúne hoje um acervo de 330 obras, organizadas em 103 programas (DVDs). São filmes históricos e contemporâneos, curtas, médias e longas-metragens, de todos os gêneros. Ao longo de dois anos, cada Cine poderá solicitar até 12 programas por trimestre de trabalho e fazer uma nova solicitação após a entrega dos relatórios das atividades. Os Cines terão que exibir por ano 60% de conteúdo nacional, podendo ser ou não da Programadora Brasil, com total liberdade de escolha dos títulos das suas sessões.