Reconhecido por sua política de desenvolvimento sustentável, o Acre possui 47,9% do território composto por áreas protegidas e sedia pela primeira vez o Seminário Internacional de Turismo em Áreas Protegidas da Amazônia. A quinta edição do evento é realizada de 7 a 9 de maio, no auditório Garibaldi Brasil da Universidade Federal do Acre (Ufac).
Promovido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio), Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS) e Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e governo do Estado, o seminário reúne gestores, comunitários que residem dentro ou no entorno das unidades de conservação e sociedade civil organizada.
Além de fomentar a troca de experiência entre os participantes, sobre turismo de base comunitária, o evento capacita o público por meio de palestras diversas, de colaboradores da Pan-Amazônia, Estados Unidos, Canadá e do Brasil, que vão abordar práticas exitosas de turismo no mundo e em florestas tropicais.
Paulo Faria, coordenador de Ecoturismo do ICMBio, explica o objetivo do encontro. “Além de capacitar os participantes, pois teremos a apresentação de 14 experiências exitosas, que são boas práticas de turismo de base comunitária, temos como meta de desdobramento a consolidação do nosso Caderno de Diretrizes do Turismo de Base Comunitária, além de catalisar alguns projetos nas nossas unidades de conservação”, destacou.
No Acre, o governo do Estado tem impulsionado o turismo de base comunitária e a produção sustentável, o que tem ampliado a geração de emprego e renda e garantido a conservação da floresta, é o que observa a secretária de Estado de Turismo, Rachel Moreira.
“O seguimento de turismo no Acre é, substancialmente, de base comunitária. Pois, aqui, ele ocorre nas comunidades, sejam tradicionais ou indígenas. Todo o nosso trabalho é baseado nesse patamar que o seminário põe em discussão, pois compreendemos que quando o turismo gera renda para uma comunidade, os moradores passam a ser os maiores defensores daquela área, uma vez que gera renda e promove o desenvolvimento sustentável”, frisou.
No primeiro dia de seminário, segunda-feira, 7, o público debateu as seguintes temáticas: o sucesso do TBC em comunidade indígenas remotas; lições e boas práticas de TBC ao redor do mundo; promoção e comercialização do ecoturismo e turismo de base comunitária sob a ótica de mercado, além das experiências de sucesso do Peru e Acre.
A atividade conta com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), governo do Amazonas, Universidade de Montana, Universidade do Colorado, empreendedores e comunitários. Com o intuito de unir otimizar esforços, o Grupo de Trabalho de Turismo de Base Comunitária (GT-TBC) realiza, no mesmo período, o 1◦ Encontro de Práticas de Turismo de Base Comunitária.
Economia sustentável
Para o seringueiro e morador da Reserva Extrativista Chico Mendes, Anacleto Maciel, 52 anos, o turismo surge como nova alternativa de renda para os comunitários. “Essa é uma maneira da gente diversificar a nossa renda e conscientizar as pessoas que a floresta em pé é muito mais lucrativa. Sem falar, que nós vivemos em reserva que a base do movimento social no Acre, a Chico Mendes”, ressaltou.
Na Resex Chico Mendes, o ICMBio e o governo do Acre tem impulsionado o turismo de base comunitária, fomentando o acesso à Trilha Chico Mendes – produto turístico que fomenta atividade de trekking na unidade de conservação e promove a economia sustentável na região.
Das 22 UCs que compõem o território acreano, 11 são federais e geridas pelo ICMBio. Outras nove estão sob a coordenação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). As outras duas classificam-se como Reserva Particular do Patrimônio Natural e UC Municipal.