Acre se destaca na COP 16

Estado organizou eventos paralelos dentro da maior conferência mundial sobre mudanças climáticas

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Quantidade de carbono medida deverá passar por um processo de confirmação por auditoria independente e depois confirmada por certificadora que irá permitir ao Acre comercializar os créditos para fortalecer o sistema de serviços ambientais (Foto: Divulgação)

Os olhos do mundo estão voltados para as experiências do Acre relacionados à política ambiental que vem sendo implementada pelo Estado. A participação do Acre na Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, a COP 16, que aconteceu este mês, em Cancún, no México, foi importante para apresentar a lei que cria o Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais e como os padrões socioambientais estão sendo usados para a implementação do programa e do sistema.

A Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas reuniu delegados de mais de 190 países e representantes de ONGs internacionais para debater questões ambientais e ações integradas de combate ao aquecimento global. A COP-16 é o maior evento do mundo em prol das florestas e do desenvolvimento sustentável. Os secretários de Estado Meio Ambiente, Eufran Amaral, e de Governo, Fábio Vaz, participam do encontro e, ao lado da senadora acreana Marina Silva e pesquisadores como Foster Brown, da Universidade Federal do Acre.

Dentro da conferência o Acre organizou um encontro, onde duas exposições chamaram a atenção. Uma do professor Luiz Gilvan, que já presidiu diversos grupos de trabalho e negociação relacionados ao clima, que mostrou como calcular a quantidade de carbono que o Acre deixou de emitir nos últimos quatro anos do Governo Binho Marques. "A metodologia utiliza um conjunto de informações e equações matemáticas sofisticadas que garantem um rigor científico que aumentam a credibilidade dos créditos gerados possibilitando um maior valor do mesmo", disse o pesquisador. Outra palestra importante dentro do evento organizado pelo Estado foi a do professor da Fundação Getúlio Vargas, Virgílio Gibbon.

Segundo o secretário de Governo, Fábio Vaz, a quantidade de carbono medida deverá passar por um processo de confirmação por auditoria independente e depois confirmada por certificadora. Isso permitirá ao Acre comercializar os créditos para fortalecer o sistema de serviços ambientais criado e financiar novos projetos voltados para as comunidades.

A estratégia de certificar a comercialização dos créditos foi objeto da segunda palestra do professor Gibbon que colocou a importância de buscar mecanismos de registro confiável no mercado, como é caso da plataforma de registro da Markit, empresa especializada em registro de créditos de carbono.

PEQUENOS PRODUTORES – Estava presente ao encontro organizado pelo Acre, o representante para mercado de carbono da Bolsa de Valores de SP que expressou a supresa com a sofisticação e rigor técnico do trabalho do Acre. Na mesma palestra o professor Gibbon apresentou uma estratégia de financiamento para o projeto de reflorestamento do Acre onde os produtores poderão financiar o plantio sem a necessidade de depender de sistema bancário e colocar as terras em garantias, além de garantir durante o crescimento da floresta a remuneração pela atividade antes existente, conhecido tecnicamente como custo-oportunidade. As apresentações acreanos geraram agendas paralelas com investidores e fundos de investimentos asiáticos e europeus.

O Acre também participou de um encontro com associações de investidores em Carbono (IETA), que congrega mais de 112 empresas compradoras ou financiadoras de projetos de carbono, e de uma reunião do GCF, um grupo que congrega governos subnacionais de todo o mundo criado em 2007 e que o Acre passou a fazer parte em 2009. Na oportunidade, Fabio Vaz falou da importância do acordo assinado pelo governador Binho Marques juntamente com o governo de Chiapas, do México, e o Governo da Califórnia no início de mês de dezembro. 

"O trabalho irá beneficiar não só os estados presentes no acordo mais todos os signatários do GCF, pois possibilitará colocar em prática os mecanismos de comercialização e compensação de créditos de carbono entre emissores de co² e provedores de serviços ambientais, como é o caso dos produtores do Acre que conservam florestas", explicou Vaz.

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