4ª Feira Brasil Certificado: Iniciativa privada cada vez mais à frente do evento, presença marcante das comunidades e o fortalecimento de uma Nova Economia para o Estado
A 4ª Feira Brasil Certificado trouxe avanços significativos para o Acre, único Estado com presença marcante na maior vitrine da certificação do País. A FBC encerrou-se na última sexta-feira, 10, no Centro de Convenções São Luiz, em São Paulo, consolidando a presença do produto acreano no mercado paulista. Nos três dias de feira, segundo o secretário de Florestas, Carlos Resende, pelo menos 3.000 pessoas passaram pelo stand do Acre -o maior e mais bonito espaço da mostra, com 156 metros quadrados e um design que chamava a atenção de todos. "Tivemos quinze consultas industriais e cerca de 90 consultas de compradores nacionais e industriais", resumiu Resende, citando, como novidade para o Estado, a consulta de um fundo de investimento que planeja aportar R$15 milhões nas industrias de madeira manejada e certificada com o selo FSC.
"Para a indústria, o resultado da feira foi excepcional, com aumento de 40% nas consultas em relação à edição passada", avaliou Fátima Almeida, presidente da Associação das Indústrias Manejadoras de Madeira do Acre (Assmanejo). "Importante é que entraram os comunitários", disse Fátima, destacando a presença cada vez mais forte da iniciativa privada á frente do evento. O Sindicato da Indústria de Móveis do Acre (Sindmóveis) considerou que a feira promove o contato direto entre produtores e compradores. "Isso traz sempre a possibilidade de novos negócios e abertura de mercado", disse George Dobré, presidente em exercício do Sindmóveis e dono da iiba, que há cinco anos atua em Rio Branco no segmento de utilidades e brindes corporativos propondo "um jeito novo de produzir, comprar e vender".
"O Selo FSC representa um caminho sem volta", observou,em palestra a brasileiros e visitantes internacionais, o empresário Jandir Santin, da Laminados Triunfo, de Rio Branco. Santin referia-se ao grande e consistente mercado que se abre a partir da certificação. De outro lado, a Precious Woods, empresa que até o final estará se instalando em Feijó, também participou da FBC. Christian Marzari, diretor geral da companhia, reafirmou o compromisso da corporação suíça com a sustentabilidade social e ambiental, informando que a previsão de investimentos no Estado é de R$50 milhões, com início das operações ainda em 2010.
A certificação é uma das principais ferramentas utilizadas para garantir a origem dos produtos. Para conquistá-la, empresas e produtores devem seguir rigorosos padrões internacionais para o manejo florestal e para a produção agrícola, contribuindo para a conservação dos recursos naturais e para a promoção de benefícios sociais. As comunidades estão obtendo importantes benefícios a partir da certificação. "Nesta feira pudemos fazer contatos importantes, como com a Tramontina, que quer comprar resíduo de madeira para artefatos como cabos de talher. Demos passos muito interessantes para as comunidades", afirmou o presidente em exercício da Cooperativa de Manejadores Florestais Comunitários (Cooperfloresta), Raimundo Ferreira da Silva.
Na feira de 2010 foram apresentados produtores, empresas e produtos com dois tipos de certificação: a do FSC (sigla em português de Conselho de Manejo Florestal), que define os padrões mundiais para a boa utilização das florestas, e a da Rede de Agricultura Sustentável (SAN – Sustainable Agriculture Network), que garante práticas agrícolas responsáveis, por meio do selo Rainforest Alliance Certified. Além da exposição, o evento também contou a realização de fóruns de discussão sobre o mercado da certificação no Brasil e no Mundo. Esses fóruns se constituem, a cada veira, num espaço em que representantes da cadeia produtiva florestal mostram como é possível transformar matéria-prima proveniente de florestas certificadas em produtos de consumo consciente. em geral, mostram casos práticos e próximos à realidade das empresas, dos órgãos governamentais e dos consumidores finais. A Feira Brasil Certificado é um projeto do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola), em parceria com Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, FSC Internacional e a Rede de Agricultura Sustentável (RAS).