Acre recebe visita de Pesquisadores do INPE e da Universidade de Maryland

Uma equipe do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) esteve em visita à Secretaria de Meio Ambiente (Sema) nos dias 24 e 25 deste mês, propondo a elaboração de um termo de entendimentos para o desenvolvimento de pesquisas relacionadas à capacidade de dispersão do fogo nas áreas florestais do Estado. O objetivo é analisar as emissões de gases e partículas emitidos pelas queimadas para avaliação da qualidade do ar, além de realizar transferência de tecnologias e desenvolvimento de capacitação técnica, visando aperfeiçoar a coleta de dados para o monitoramento de queimadas.

O Secretário de Estado de Meio Ambiente Edegard de Deus, em reunião com equipe do INPE e da Universidade de Maryland (Foto: Assessoria Sema)

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Edegard de Deus, em reunião com equipe do INPE e da Universidade de Maryland (Foto: Assessoria Sema)

O pesquisador da Universidade de Maryland, Wilfrid Schroeder, também acompanhou a equipe do INPE na visita, com a proposta de elaborar um vínculo formal de colaboração com o Estado do Acre para monitoramento dos incêndios florestais, expondo novas tecnologias utilizáveis a partir do cruzamento de dados de satélites.

Em resumo, o Estado contará com a possibilidade de um trabalho conjunto envolvendo o INPE, a Sema, o IMC (Instituto de Mudanças Climáticas), o Imac (Instituto de Meio Ambiente do Acre), Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), visando o acompanhamento da dispersão do fogo, formas de controle, indicadores de monitoramento e capacitação técnica.

Imagem de satélite do INPE para avaliação da qualidade do ar e incidência de queimadas (Foto: Assessoria Sema)

Imagem de satélite do INPE para avaliação da qualidade do ar e incidência de queimadas (Foto: Assessoria Sema)

Segundo Vera Reis, assessora técnica da Sema, os dados científicos que estão sendo coletados servem para avaliar não apenas o comportamento do fogo em nossas florestas, mas principalmente nossa capacidade de resposta a este tipo de evento. Ela avalia que “antes das mudanças ambientais rigorosas que vem ocorrendo desde 2005, o fogo não conseguia atingir a cobertura florestal, porque ela era mais compacta e, portanto, mais capaz de reter umidade. Após 2005, com processos mais intensos de desmatamento e fragmentação, a floresta começou a se tornar suscetível, com o sol incidindo diretamente sobre a matéria orgânica depositada no solo, transformando o que era antes um isolante térmico natural em combustível perfeito para incêndios. O resultado é que o fogo está se expandindo com muita facilidade e ainda não temos dados suficientes para prever este comportamento.”

Para José Carlos dos Santos, Coordenador de Pesquisas de Biomassa do INPE, além de realizar estudos sobre as condições da serrapilheira (revestimento superficial do solo, composto por materiais orgânicos em decomposição) outro objetivo importante é o de quantificar e qualificar os gases emitidos pelas queimadas: “Quando alguém queima uma determinada área é possível mensurar a quantidade de gases poluentes que irão para a atmosfera, comprometendo ou não a qualidade do ar que respiramos. Deste modo, o estudo é muito importante, porque possibilita que possamos acionar os órgãos competentes em uma situação extrema causada por grandes incêndios florestais.

A Importância da serrapilheira

Serrapilheira, ou manta morta  é a camada formada pela deposição e acúmulo de matéria orgânica morta em diferentes estágios de decomposição que reveste superficialmente o solo, sendo a principal via de retorno de nutrientes.

 Magda Cunha (GIZ), Wilfrid Shroeder (Pesquisador da Universidade de Maryland), Gabriel Pereira, José Carlos do Santos e Isilda Menezes (Pesquisadores do INPE), Foster Brown (Pesquisador da UFAC e da ONG Woods Hole Research) e Vera Reis (Assessora Técnica da Sema) (Foto: Assessoria Sema)

Magda Cunha (GIZ), Wilfrid Shroeder (Pesquisador da Universidade de Maryland), Gabriel Pereira, José Carlos do Santos e Isilda Menezes (Pesquisadores do INPE), Foster Brown (Pesquisador da UFAC e da ONG Woods Hole Research) e Vera Reis (Assessora Técnica da Sema) (Foto: Assessoria Sema)

A serrapilheira ajuda a manter a integridade de sistemas florestais, pois atenua os processos erosivos, fornece substâncias que agregam as partículas do solo (tornando-o estruturalmente mais estável), funciona como isolante térmico e ao mesmo tempo age como uma barreira que evita a intensa dissolução pela ação das chuvas, retendo considerável proporção de água e reduzindo a evaporação do solo.

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