A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) certificou investimentos de projetos do Acre que vão desenvolver pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) por meio da Lei de Informática, que prevê, entre outros benefícios, o incremento a oferta de empregos. Os cases de sucesso foram apresentados durante a Jornada de Integração e Interiorização do Desenvolvimento, promovida pela instituição, em parceria com o governo do Estado, no auditório da Federação da Indústria do Acre (Fieac), em Rio Branco, evento que se encerrou nesta quinta-feira, 14.
Os certificados de investimento foram entregues pelo superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, e pelo titular da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), Assurbanípal Mesquita. Saraiva explicou que os recursos da Lei de Informática de posse das empresas são acessados por institutos, organizações sociais, fundações e universidades credenciadas no Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (CAPDA).
“Cumprimos nossa obrigação de incentivar a participação de mais institutos, a formação de mais pesquisadores, de maneira que efetivamente possamos dar conta de tantas riquezas na região amazônica. A partir das pesquisas, queremos proporcionar mais geração de emprego”, destacou Saraiva.
O titular da Seict, Assurbanípal Mesquita, avaliou como positiva a jornada, com “legado de boas expectativas e esperanças ao ecossistema. O governador Gladson Cameli considerou este evento como um marco nas relações institucionais”.
O projeto Aflafree, um sistema de descontaminação de castanha-do-brasil por UV-C modulada, desenvolvido pelo Centro de Pesquisa Agroflorestal do Acre (Cpaf), foi contemplado com R$ 538 mil. Para a propositora do projeto, Cleísa Brasil, a castanha é o produto mais importante da bioeconomia do Acre.
“Pensar em aumentar a participação da castanha no mercado internacional representa ganhos em toda a cadeia, desde a indústria extrativista à comercialização dos produtos; essa é uma combinação do setor produtivo com a pesquisa, apoiada pela Suframa”, disse.
A segunda proposta contemplada foi da empresa Encantos da Floresta Comércio, Importação e Exportação de Produtos Naturais, desenvolvida junto à incubadora Cide e proposta por Rafael Rosa, que recebeu o valor de R$ 500 mil. “Agora vamos mapear as comunidades extrativistas na Amazônia, trazer os bioinsumos que elas produzem e oferecer educação sustentável. Vamos colocar o produto na praça”, garantiu Rafael.
A analista de projetos do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), Taiane Freitas, disse que o programa de bioeconomia da Suframa busca a descentralização dos investimentos. Explicou que, desde o ano passado, mais de 20 projetos foram inscritos no plano prioritário de bioeconomia. “Até o fim do ano, a expectativa é de contemplar mais dois projetos no Acre”, acrescentou.
O coordenador do Fundo Prioritário de Modernização Industrial, Alberjan Pinto, lembrou que a aproximação com o ecossistema é fruto do trabalho de articulação das empresas credenciadas junto ao Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (Capda).
Em pesquisa e desenvolvimento, foram certificados R$ 4,2 milhões. O projeto de iniciação tecnológica Eu Programo Robôs recebeu R$ 1,2 milhão; o projeto Mão na Massa na Indústria 4.0, R$ 747 mil; Internet das Coisas (IoT) para a Indústria 4.0, R$ 1,2 milhão; e Capacitação em Robótica + IoT para Indústria 4.0, R$ 956,5 mil.
No encerramento da jornada, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Ronald Polanco, entregou exemplares do diagnóstico socioeconômico Acre 60 Anos: Passado e Presente a Bosco Saraiva e Assurbanípal Mesquita.