Acre realiza primeiro transplante de rim a partir de um doador falecido

Momento histórico na medicina acreana beneficiou dois pacientes com insuficiência renal

A medicina do Acre promoveu um momento inesquecível e de valor inestimável para seu avanço: o primeiro transplante de rim a partir de um doador falecido. Os órgãos foram captados na noite de quarta-feira, 15, e já na quinta-feira, 16, cerca de 22 horas depois da captação, dois pacientes receberam os novos rins. As cirurgias foram um sucesso e ambos os pacientes passam bem e já estão na enfermaria da Unidade de Nefrologia da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre).

O Acre é o segundo Estado da Região Norte a realizar transplantes de rim a partir de um doador falecido – o primeiro foi o Pará. A equipe que participou do transplante, formada pelos médicos Técio Genzine, Suzuki e Ednaldo, além de outros profissionais, vem se preparando há três anos, resultado do amplo investimento do Estado nesse setor que consiste na formação de médicos do Acre em hospitais de referência de São Paulo e na vinda desses profissionais ao Estado.

Tanto o doador falecido quanto os receptores são acreanos. Foram beneficiados com os rins dois jovens, de 21 e 27 anos. As cirurgias duraram em média 2h30. Os pacientes passam bem, já estão na enfermaria, não apresentaram rejeição e urinam normalmente. Segundo a médica Luciene Oliveira, atualmente o Acre tem uma lista de espera de cerca de 20 pacientes. Além de acreanos, há também peruanos e rondonienses.

Os transplantes de rim começaram no Acre em 2006, mas foram paralisados em 2008. Eles foram retomados apenas em 2010, e até agora dez transplantes já foram realizados entre pacientes e doadores vivos. A média de transplantes é de dois pacientes por mês. Em 2011, esse número deve passar para quatro.

Agora, a equipe médica está totalmente preparada para realizar transplantes a partir de doadores falecidos. Além dos profissionais envolvidos na delicada cirurgia, existe uma equipe treinada especialmente para a abordagem junto às famílias dos possíveis doadores, já que apenas com a autorização dos familiares, a captação dos órgãos após a constatação de morte cerebral do doador é possível.

A notícia do transplante inédito aumentou ainda mais a esperança dos pacientes que esperam a oportunidade de ter um novo rim. O Governo do Estado do Acre tem investido bastante na infraestrutura e profissionalização dos especialistas do setor de nefrologia. "Não é só gratificante para os pacientes e familiares, mas para nós profissionais também, que estamos fazendo um trabalho tão importante", conta a médica Luciene Oliveira.

 

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