Acre participa de evento internacional sobre as perspectivas de gênero na gestão de florestas

*Colaboração de Katiúscia Miranda

Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCFTF) já realizou a discussão no México, Peru, Indonésia e, agora, no Brasil

Elaborar uma política de gênero abrangente em toda a Força-Tarefa para promover os papéis das mulheres na rede e incluir mais explicitamente o gênero na agenda florestal e climática. Essa foi a motivação para reunir representantes de todos os estados da Amazônia Legal esta semana, no workshop “Perspectivas de gênero na gestão de florestas”.

Para os organizadores do workshop, que encerrou nesta quinta-feira, 25, a integração da perspectiva de gênero e de diversidade pode ampliar significativamente a ação climática nas florestas. “Estamos começando essa conversa dentro dos estados, do Brasil e também dentro da Força-Tarefa dos Governadores”, declarou a Diretora do GCF-TF Global, Colleen Lyons.

Durante o evento, a primeira-dama do Acre, Ana Paula Cameli, realizou apresentação virtual com o tema: “A mulher no Desenho e Implementação de Políticas Sociais Estratégicas e Ações em Situação de Emergência”.

Durante o evento, a primeira-dama do Acre, Ana Paula Cameli, realizou apresentação virtual com o tema: “A mulher no Desenho e Implementação de Políticas Sociais Estratégicas e Ações em Situação de Emergência”. Foto Neto Lucena/Secom

Do Acre, também participaram representantes da Secretaria de Estado de Assistência Social dos Direitos Humanos e de Políticas para Mulheres (SEASDHM), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais (IMC).

Em sua apresentação, a primeira-dama Ana Paula Cameli ressaltou ações do seu gabinete, concretizadas de forma integrada com o Poder Judiciário e o Poder Legislativo visando a promoção dos direitos das mulheres.

“Sinto-me honrada em participar desse momento e mostrar nossa realidade nesse período de pandemia e as ações de governo que estamos promovendo. Esse é um momento propício para refletirmos, trocar experiências e construir conjuntamente propostas que reforcem a participação das mulheres nas políticas da Amazônia”, destacou Ana Paula Cameli.

Ela reforçou o trabalho desenvolvido pelo governo do Acre com as empresárias rurais de baixas emissões, o combate à violência doméstica e familiar e a redução da insegurança alimentar para as mulheres chefes de família, agravadas com as enchentes e o surto de dengue.

“Promover a igualdade de gênero é contribuir para um futuro melhor para o meio ambiente e para a vida humana”, enfatizou a primeira-dama.

Francisca Arara, falou sobre “A mulher indígena no desenho e a implementação de políticas públicas”. Foto Neto Lucena/Secom

A presidente do Comitê Regional para parcerias com os povos indígenas e comunidades tradicionais do GCF, Francisca Arara, falou sobre “A mulher indígena no desenho e a implementação de políticas públicas”, evidenciando em sua apresentação o papel da mulher indígena na conservação e na preservação das florestas, na segurança alimentar e nas políticas de mudanças de clima.

“Precisamos produzir de forma organizada. É fundamental que haja a criação dentro do GCF, de um espaço para as mulheres e assim, sermos contempladas no orçamento do GCF para floresta e clima. É essencial que a mulher seja reconhecida”, explicitou Francisca Arara, que também é técnica do IMC.

De acordo com a diretora de Políticas para as Mulheres da SEASDHM, Isnailda Gondim, com o isolamento social decorrente da Pandemia foi necessário redirecionar as ações de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e a promoção da Autonomia Econômica e Social.

O workshop também contou com a participação da diretora de Políticas para as Mulheres da SEASDHM, Isnailda Gondim. Foto Neto Lucena/Secom

“Estabelecer diálogos com órgãos locais, trocar experiências e boas práticas utilizadas em outros Estados e países são fundamentais para a realização de ações integradas que contemplem a diversidade feminina, as peculiaridades regionais para auxiliar de forma mais efetiva as produtoras rurais de baixas emissões na adaptação e mitigação às mudanças climáticas”, disse.

A diretora executiva da Sema, Vera Reis Brown, moderou um grupo de trabalho dentro do workshop e percebeu que os desafios relacionados a gênero são significativos. “Falar de gênero não é apenas abordar a questão da mulher. Nós temos que levar em consideração que além da mulher, uma série de outras minorias enfrentam problemas semelhantes. Independentemente da cor, da raça, do credo, somos todos seres humanos”.

Sobre o evento

A série de eventos internacionais está sendo organizada pela Força-Tarefa (GCFTF) com apoio Centro de Pesquisa Florestal Internacional (Cifor), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e Florestas, Árvores e Agrossilvicultura (FTA). Os workshops online têm proporcionado aprendizagem e compartilhamento de conhecimento sobre gênero e REDD + para estados membros no México, Peru, Indonésia e Brasil.

A ideia de realizar os workshops de integração de gênero surgiu nas negociações sobre o clima da Conferência das Partes (COP 25) da ONU 2019, em Madrid, onde o Cifor e parceiros patrocinaram um evento paralelo sobre financiamento climático com enfoque de gênero.

O evento paralelo foi complementado por um almoço da Força-Tarefa GCF, onde quase 40 mulheres dos estados e províncias membros da Força-Tarefa GCF, organizações parceiras e instituições de pesquisa se reuniram para traçar estratégias para aumentar a ação efetiva de gênero. Os participantes enfatizaram a necessidade de elaborar uma política de gênero abrangente em toda a Força-Tarefa GCF para promover os papéis das mulheres na rede e incluir mais explicitamente o gênero na agenda florestal e climática.

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