Comitiva acreana apresentou políticas ambientais do Acre como a Lei que criou o Sistema de Serviços Ambientais, construído de forma participativa e inclusiva
Encerra nesta sexta-feira, 10, em Cancún, no México, a Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, que reuniu delegados de mais de 190 países e representantes de ONGs internacionais para debater questões ambientais e ações integradas de combate ao aquecimento global. Os secretários de Estado Meio Ambiente, Eufran Amaral, e de Governo, Fábio Vaz, participam do encontro e, ao lado da senadora acreana Marina Silva e pesquisadores como Foster Brown, levaram a mensagem do Acre para o resto do mundo.
O Estado do Acre apresentou sua experiência na elaboração da Lei que cria o Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais e também mostrou como está usando os padrões sócio-ambientais para implementação do programa e do sistema.
A COP-16 é o maior evento do mundo em prol das florestas e do desenvolvimento sustentável. A abertura da Conferência contou com a presença do presidente do México, Felipe Calderon Inojosa. Em uma das reuniões do encontro, com a presença do pesquisador do Instituto Canergie, Dr. Greg Asner, foi discutida a definição de cooperação técnica para estimativa de Carbono com uma nova tecnologia que utiliza Laser Aerotransportado (LiDAR) para mensuração de estoques florestais e monitoramento de degradação floresta, estudo já em execução no Departamento de Madre de Dios, no Peru, e que será integrado com áreas prioritárias no Estado do Acre.
“Estes trabalhos serão realizados em cooperação com a Universidade Federal do Acre e a Universidade Federal de Viçosa e serão a base de informações para a construção de um sistema de monitoramento de estoque e fluxos de carbono no Acre”, explica o cientista Foster Brown que integra a comitiva acreana.
O Estado do Acre foi ainda responsável por um dos encontros durante a COP-16. Participaram da reunião representantes de diversas instituições, como Fundação Moore, BIRD, Bolsa de Valores de São Paulo, Governo de Campeche-México, Governo da República Democrática do Congo, Ministério do Meio Ambiente, entre outros.
A abertura do encontro foi realizada pelo representante da entidade anfitriã, Steve Schwartzman, que enfatizou o protagonismo do Acre na construção de políticas públicas socioambientais e a importância das lutas de Chico Mendes. “O evento foi uma demonstração da liderança do Acre nos governos subnacionais na criação de uma economia florestal sustentável. Particularmente interessante a participação de diversos governos que ressalta a importância que a comunidade internacional está demonstrando a esta iniciativa do Estado”, afirmou Eufran.
Em seguida o Secretário de Governo Fábio Vaz falou das etapas do encontro e apresentou vídeo do Governador Binho Marques e do Senador Tião Viana para todos os participantes e agradecimentos pelo apoio às iniciativas do Acre. Eufran Amaral apresentou a evolução das Políticas de Desenvolvimento Sustentável do Acre com ênfase para a legislação do Sistema Estadual de Serviços Ambientais. “O Acre, ao estruturar e construir de forma participativa o SISA, demonstra que é perfeitamente possível integrar melhoria de qualidade de vida, serviços ambientais e desenvolvimento econômico e se coloca na vanguarda para contribuir com outros Estados para a construção de sistemas subnacionais e está pronto para integrar o sistema nacional e de marcos regulatórios internacionais”
Fechando o evento, a senadora acreana Marina Silva fez uma apresentação onde apontou a importância do agir para superar os desafios das mudanças climáticas. “Temos que ter visão, processos e estrutura. A visão já temos: a ideia de florestania que construímos há mais de 30 anos com início da luta de Chico Mendes. O processo são experiências exemplares e bem sucedidas dos Governos da Frente Popular no Acre com Jorge Viana o Binho e o desafio do Tião daqui para frente. A estrutura temos agora a lei do SISA aprovado pela assembleia do Acre e os mecanismos inovadores de financiamento e valoração da floresta apresentado hoje. A comunidade mundial precisa fazer um encontro entre a ecologia e a economia e a proposta do Acre sinaliza para este caminho”.