Acre fortalece e amplia sua indústria de aves

Até o início do ano passado, o acreano Itamar da Silva Tolentino não passava de um boia-fria que ganhava cerca de R$ 500,00 por mês, batendo campo para alimentar a mulher e os dois filhos que moravam com ele na Rodovia BR-317, entre Brasileia e Assis Brasil. A partir de janeiro deste ano, no entanto, tudo mudou na vida de Itamar e de sua família. Desde então, Tolentino passou a ser um dos prósperos criadores de frango da empresa Acreaves, um dos muitos empreendimentos industriais que o governo do Estado vem construindo ou ajudando a construir para gerar renda e empregos na região do Alto Acre.

Fábrica de ração da Acreaves (Foto: Alexandre Carvalho)

Fábrica de ração da Acreaves (Foto: Alexandre Carvalho)

Como criador de mais de 20 mil pintos, que em 45 dias farão parte dos milhares de frangos consumidos atualmente nas mesas acreanas, Itamar Tolentino viu sua renda crescer para até R$ 11 mil a cada mês. Com isso, já pagou a terra que comprou para construir sua granja, matriculou a filha mais velha num curso superiro de Gestão Ambiental e mobiliou parte da casa, construída ao lado do aviário.

“Só estudei até a primeira série, mas agora posso realizar o sonho de ver minha filha fazendo a faculdade”, diz Itamar, enquanto mostra o lote de 20.800 pintos de 11 dias que está criando em seu grande e moderno aviário, situado na altura do km 12 da BR-317, sentido Brasileia a Assis Brasil, em direção ao Pacífico peruano, pela rodovia Interoceânica.

Filho de pais agricultores, nascido e criado em Brasileia, casado, dois filhos, Itamar Tolentino confessa, aos 34 anos de idade, a sua “grande felicidade” de participar de um projeto moderno, arrojado e completo, como é o do Acreaves. Além do moderno frigorífico, que já abate 14 mil frangos por dia e passará a abater 25 mil a partir de dezembro próximo, o projeto conta, ainda, com uma fábrica de produção de ração, uma incubadora – com capacidade para incubar 450 mil ovos e produzir 380 mil pintos por mês – e uma fábrica de embutidos.

Frangos já despenados (Foto: Alexandre Carvalho)

Frangos já despenados (Foto: Alexandre Carvalho)

“Estou muito satisfeito porque aqui estamos todos progredindo”, destaca Itamar, ao lembrar-se dos outros 83 pequenos agricultores do Alto Acre que também fornecem os frangos originários dos milhares de pintos que recebem, a cada 45 dias, da incubadora da Acreaves, empresa da qual a cooperativa dos criadores tem 30% de participação acionária. O complexo industrial da Acreaves foi construído pelo governo do Estado no período de 2005 a 2008 e será explorado em regime de cessão por 30 anos pela iniciativa privada.

Numa parceria público-privada-comunitária, o produtor de aves entra com a propriedade rural e a construção do aviário, o governo entra com o fomento da cadeia produtiva, que inclui a construção dos pequenos aviários, e a empresa Acreaves fornece os pintinhos, a ração, a assistência técnicas, vacinas, medicamentos quando necessários e o transporte dos frangos a serem abatidos.

Frigorífico, granjas e fábricas de produção de ração e de embutidos

Com apenas cinco anos funcionando no município de Brasileia, o complexo industrial da Acreaves impressiona pelos números e resultados alcançados em tão pouco tempo. Gerando 300 empregos diretos e 1,5 mil indiretos na região do Alto Acre, a indústria já atende 30% do mercado de frangos congelados do Acre e 100% da demanda do estado por frango resfriado.

Aves embaladas e encaixotadas (Foto: Alexandre Carvalho)

Aves embaladas e encaixotadas (Foto: Alexandre Carvalho)

O complexo industrial dispõe de um moderno e amplo frigorífico, situado no km 8 da BR-317, com capacidade para abater até 40 mil frangos por dia – atualmente abate 14 mil/dia e, até dezembro deste ano, deve chegar à marca de 25 mil frangos diários. Ao todo, 84 famílias de pequenos agricultores abastecem os frangos abatidos pelo frigorífico.

“Antes, os jovens de Brasileia viviam numa região sem maiores expectativas, hoje sonham em trabalhar na nossa empresa”, assinala o administrador da Acreaves, Paulo Santoyo, que não se cansa de elogiar o entusiasmo e ajuda decisiva que o governador Tião Viana oferece aos empreendimentos industriais, tanto no Vale do Alto Acre quanto nas demais regiões do estado.

Hoje, os produtos da Acreaves e da fábrica de embutidos do grupo são encontrados nos principais supermercados e casas que comercializam alimentos na capital e no interior do estado.

Para avançar ainda mais no mercado consumidor acreano e exportar para os países banhados pelo Pacífico, a partir da rodovia Interoceânica, o complexo Acreaves conta com uma moderna unidade de incubação de ovos e produção de pintos, que é totalmente climatizada e dispõe de tecnologia e equipamentos de alta precisão, além de profissionais acreanos treinados e qualificados até fora do estado.

Com capacidade de produção diária de 45 toneladas, a fábrica de ração garante toda a alimentação dos frangos criados nas pequenas e médias granjas que trabalham para a Acreaves. Para produzir a ração destinada aos pintos e frangos, a fábrica usa milho, farinha de carne e sebo originários no próprio estado, trazendo de fora apenas micronutrientes e farelo de soja. Esse último componente, em breve, será produzido pela agricultura acreana.

Outro componente importante do complexo da Acreaves é a fábrica de embutidos, montada na saída de Brasileia rumo a Assis Brasil, que gera os produtos da marca Sabbor. São produtos como mortadela, mortadela light, salsichão, apresuntado e linguiça, entre outros, que cada vez mais conquistam o mercado acreano.

Tanto o governador Tião Viana quanto o secretário de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar, Lourival Marques, fazem questão de destacar o aumento da qualidade de vida da população das regiões em que estão sendo instaladas indústrias como a da Acreaves, que geram emprego e renda e reduzem a pressão de desmatamento sobre a floresta.

“Há uma dívida com a qualidade de vida do trabalhador rural no Acre. Foi muita coisa pra cuidar. A cidade, a infraestrutura, as escolas, a segurança, os hospitais, o servidor público e o trabalhador rural, que estava num canto e precisava que a gente chegasse mais perto. Essa é a hora em que podemos fazer um esforço para garantir o governo mais próximo da mão calejada e ajudar a mudar a economia rural do estado”, assinala Tião Viana.

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