Durante os anos 80, o Acre chegou a registrar 110 casos de hanseníase a cada 10 mil habitantes. Sem tratamento disponível, quem contraía a doença era encaminhado para isolamento compulsório em colônias, ou leprosários, como eram mais conhecidas. Os dias atuais são bem diferentes. O Acre vem mantendo anualmente a média de 94% de cura nos casos da doença.
Em todo o Brasil, apenas Acre, São Paulo e Espírito Santo têm percentual de cura acima da média nacional, que é de 83%. Atualmente, são registrados no estado 198 casos em tratamento.
O tratamento para a doença é ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Instalado no Hospital das Clínicas de Rio Branco (HC), o Serviço de Dermatologia de Rio Branco é referência para o diagnóstico e tratamento da hanseníase no estado.
De acordo com a coordenadora do Serviço Especializado em Dermatologia, Franciely Gomes, a significativa redução do número de casos da doença demonstra o empenho do governo do Estado e da equipe médica para eliminar a doença.
“Trabalhamos ativamente com a prevenção, por meio de campanhas educativas e com o combate à hanseníase, oferecendo o tratamento gratuito que interrompe a transmissão em até 48 horas. Orientamos a população sobre os sinais e sintomas e incentivamos o diagnóstico precoce, deixando sempre bem claro que na fase inicial a hanseníase não é transmissível e tem cura, sim”, ressaltou Franciely.
A hanseníase é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae. Afeta primordialmente a pele, mas pode atingir também os olhos, os nervos periféricos e, eventualmente, outros órgãos. Ao penetrar no organismo, a bactéria inicia uma luta com o sistema imunológico do paciente.
A área técnica de hanseníase atende com consultas, exames, cirurgias, curativos e outros procedimentos cerca de 60 mil pessoas por ano em média.