Acre é ouro na Olimpíada de Língua Portuguesa

Os alunos da escola estadual Humberto Soares da Costa trouxeram para o Acre a medalha de ouro da Olimpíada de Língua Portuguesa. Os estudantes Eloís Eduardo do Santos, Raele Brito, Thomaz Oliveira e a professora Ynaiara Moura foram ganhadores da categoria documentário com a produção Nordestinos no Acre. “É uma satisfação, um orgulho e um sentimento de gratidão porque a gente sabe o quanto foi difícil chegar até a última etapa e graças a Deus deu certo. Voltamos com a medalha de ouro para o Acre”, comemorou a professora.

Emoção na final que ocorreu nesta segunda, 9, em São Paulo Foto: Bianca Pimenta/Itaú Social

A final ocorreu na noite dessa segunda, 9, em São Paulo. Nesta terça-feira, ao meio-dia, os ganhadores foram recebidos em grande estilo no aeroporto de Rio Branco por uma comitiva de colegas, amigos e familiares. “Nós estávamos nessa expectativa desde a etapa passada, quando eles conquistaram a medalha de prata e nós já estávamos muito felizes. A palavra agora é orgulho, orgulho da nossa professora e dos nossos alunos”, comemorou a gestora da Humberto Soares, Juliana Marinho.

A categoria documentário foi a grande novidade da edição de 2019 do concurso e considerada um desafio pelos organizadores, pois os estudantes tiveram de capturar as imagens e fazer a edição do audiovisual apenas por meio do aparelho celular. O trabalho dos garotos contou a história da imigração dos nordestinos para o Acre no Primeiro Ciclo da Borracha, tendo como pano de fundo a história da família de um dos alunos do trio, Eloís Eduardo, e personagem principal a avó, dona Raimunda dos Santos.

Colegas, amigos e familiares se organizaram para receber os campeões na aeroporto Foto: Dayana Soares

A mãe de Eloís, Fátima dos Santos, conta que a história é especial para a família. “É muita felicidade. Ontem quando eu vi o resultado, quase desmaiei, mas foi só de felicidade. Na verdade, até agora estou sem chão. Além de ser a história da minha mãe, que ela sempre contava quando a gente era criança e para a nossa família é muito especial”.

A produção do documentário durou cerca de dois meses. Antes, para poder orientar os estudantes no processo, a professora passou por capacitações e teve acesso ao material on-line que foi disponibilizado do site da Olimpíada. Na hora de colocar a mão na massa, os estudantes se dedicaram ao máximo. Como a Humberto é uma escola em tempo integral, as imagens foram feitas nos finais de semana e a narração à noite.”Foi uma experiência muito legal, apesar de sido trabalhoso, pois nós estudamos durante todo o dia. Nós dividimos as tarefas em roteiro, captação de imagens, narração e edição e não foi fácil, mas foi muito graficamente”, celebrou a Raele.

A avó de Eloís Eduardo foi a personagem principal da produção Foto: Dayana Soares

Além da divisão de tarefas, os estudantes contam que passaram por alguns desafios. “Nós fizemos bastante pesquisa, o Thomaz captou as imagens, escrevemos o roteiro. A edição foi a mais demorada e o grande desafio foi a narração, por conta da falta de silêncio, pois eu moro com muita gente e às vezes, por mais que não houvesse ninguém em casa, sempre tinha o latido do cachorro. Então, eu acordava de madrugada para gravar, ia para casa de amigos, foi um desafio”, relembra Eloís Eduardo.

Depois de tanto trabalho, eles agora poderão aproveitar a premiação. Além da medalha de ouro, os estudantes ganharam uma viagem cultural para uma cidade brasileira, já a professora foi premiada com uma imersão pedagógica internacional e a escola com uma placa de homenagem e um acervo para a biblioteca. Para o estudante Thomaz a missão foi cumprida.”O sentimento é de missão cumprida e se eu definir essa nossa experiência em uma palavra ela é gratidão”.

Além das medalhas, o grupo recebeu outras premiações Foto: Dayana Soares

Para o  chefe da Divisão de Ensino Médio da Secretaria Estadual de Educação, Luís Carlos Silva, o sucesso dos meninos da Humberto Soares só ocorreu porque a escola deu espaço para os alunos serem protagonistas do processo de ensino. “O trabalho da professora Yanaira e dos meninos só vem engrandecer a educação do Acre. A gente sabe do desafio e as dificuldades que os professores, os alunos e até a escola, por ser uma escola integral, passaram, além do empenho que eles dedicaram e o protagonismo dos estudantes. É importante ressaltar que, para se tenha sucesso em ações como essa, é necessário, primeiro que a escola dê liberdade para os estudantes brilharem e foi isso que aconteceu”.

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