Acre é o primeiro Estado da Amazônia a lançar Plano de Resíduos Sólidos

O plano, segundo o secretário de Meio Ambiente do Estado, Edegard de Deus, contém estratégias e diretrizes para a gestão dos resíduos sólidos em todo o Acre (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

O plano, segundo o secretário de Meio Ambiente do Estado, Edegard de Deus, contém estratégias e diretrizes para a gestão dos resíduos sólidos em todo o Acre (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Qual o destino do lixo que você consome? Essa pergunta encontra soluções no Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (Pegirs), lançado nesta quinta-feira, 26, pelo governador Tião Viana. E o Acre, mais uma vez, antecipou-se: é o primeiro Estado da Amazônia a lançar um plano, que saiu antes do plano da União.

O plano, segundo o secretário de Meio Ambiente do Estado, Edegard de Deus, contém estratégias e diretrizes para a gestão dos resíduos sólidos em todo o Acre. “O Pegirs vai permitir resolver de forma definitiva o problema do destino final do lixo. Apenas Rio Branco dá um destino adequado aos resíduos. Os próximos prefeitos terão papel fundamental para erradicar os lixões até 2014, mas a população precisa contribuir nesse processo”, observou.

“Esta é uma importante página da história do Acre, uma pagina que fala de compromisso com o desenvolvimento de forma sustentável”, disse o governador Tião Viana (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

“Essa é uma importante página da história do Acre, uma pagina que fala de compromisso com o desenvolvimento de forma sustentável”, disse o governador Tião Viana (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Segundo o governador Tião Viana, “essa é uma importante página da história do Acre, uma pagina que fala de compromisso com o desenvolvimento de forma sustentável, de viver com qualidade de vida e em harmonia com o meio ambiente. Nós somos o primeiro Estado da Amazônia a lançar um plano de gestão de resíduos sólidos, e fazemos isso antes mesmo que a União lance o plano nacional. Estamos muito orgulhosos de fazer parte desse momento”, disse.

Uma inovação do plano é considerar também o lixo produzido nos assentamentos rurais, comunidades ribeirinhas ou áreas indígenas. “Essa é a ferramenta que faltava para a gestão, e ela chega em boa hora. Esse diferencial me chamou atenção. Já trabalho com essa questão há 22 anos e hoje, com o aumento da produção do lixo e o novo padrão de consumo, é importante pensar também nas comunidades rurais”, disse o presidente da ONG SOS Amazônia, Miguel Scarcello.

O promotor Samy Barbosa, do Ministério Público Estadual, parabenizou o governo do estado pela elaboração do plano (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

O promotor Samy Barbosa, do Ministério Público Estadual, parabenizou o governo do estado pela elaboração do plano (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

O promotor Sammy Barbosa, do Ministério Público Estadual (MPE), parabenizou o governo do Estado pela elaboração do plano. “Ele converte os grandes problemas da sociedade moderna em soluções, principalmente para a segurança e a saúde da população”, comentou.

O que a legislação diz

Pela lei 13.305, de 2 de agosto de 2010, todos os municípios brasileiros têm até agosto deste ano para apresentar os planos de gestão de resíduos. “A política nacional de resíduos sólidos trouxe prazos bastante severos para que as cidades possam se adequar, planejar e solucionar os problemas relacionados à destinação final do lixo. E não é algo tão fácil, porque elaborar e executar um plano como esse se torna caro. Isso obriga os municípios menores a se consorciar, porque quem não seguir os prazos e a lei vai ficar sem receber os repasses federais”, observou a secretária de Meio Ambiente de Rio Branco, Silvia Brilhante.

Indústria amiga do meio ambiente

Por dia chegam à UTRE de Rio Branco 200 toneladas de lixo, sendo 20% de lixo plástico (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Por dia chegam à Utre de Rio Branco 200 toneladas de lixo, sendo 20% de lixo plástico (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

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Por dia chegam à Utre de Rio Branco 200 toneladas de lixo, sendo 20% de lixo plástico. São 40 toneladas de todos os tipos de plásticos jogados fora a cada 24 horas. Matéria-prima de uma infinidade de produtos, esse lixo passa por uma seleção, lavagem e processamento nos galpões da indústria acreana Plasacre e se transforma em mangueiras, telhas, mourões e até tijolos!

A Plasacre retira da Utre de 150 a 180 toneladas de lixo plástico por mês. A meta é chegar a 300 toneladas no próximo mês. Hoje a indústria gera 70 empregos diretos e 250 indiretos, movimentando também os catadores cooperados do Projeto Catar.

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Uma parceria da Plasacre com o Governo do Estado, através da Secretaria de Pequenos Negócios vai promover uma grande mudança no destino de parte do lixo (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Uma parceria da Plasacre com o governo do Estado, através da Secretaria de Pequenos Negócios, vai promover uma grande mudança no destino de parte do lixo (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Parceria – Uma parceria da Plasacre com o governo do Estado, por meio da Secretaria de Pequenos Negócios, vai promover uma grande mudança no destino de parte do lixo dos municípios e na vida de milhares de pessoas. “O governo está adquirindo prensas que serão colocadas nos munícipios, para que, através de cooperativas, sejam feitas a coleta, seleção e prensagem do lixo que será enviado para a fábrica. Isso vai gerar mil empregos diretos, aumentar a produção de matéria-prima da indústria e diminuir a quantidade de lixo”, explica o empresário Eder Paulo.{/xtypo_rounded2}

O papel da população

A população tem um papel essencial no processo da gestão dos resíduos sólidos. E não é na etapa final – ajudando a separar o lixo através da coleta seletiva ou apoiando iniciativas de reciclagem – que as pessoas são fundamentais. A secretária Silvia Bilhante alerta para o consumo consciente: o primeiro passo importante é comprar de forma responsável para diminuir a produção de lixo.

Em segundo lugar vem a reutilização do lixo, que evita o processo de transformação industrial – o que implica menos gasto de energia e menos insumos – e, por último, embora não menos importante, a reciclagem. “Não adianta achar que essa responsabilidade cabe apenas ao Estado ou aos municípios. Cada um tem um papel a desempenhar”, disse.

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