Acre comemora conquistas do artesanato

O setor arrecadou R$ 1.177.432,94 em vendas nas feiras em Rio Branco (Foto: Arquivo Setul)

O setor arrecadou R$ 1.177.432,94 em vendas nas feiras em Rio Branco (Foto: Arquivo Setul)

Já são mais de três milhões de reais em vendas alcançadas pelo segmento artesanal do estado entre 2011 e agosto de 2013.  No total, 6.198 famílias que atuam no setor foram beneficiadas até agora pelas ações e projetos do governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Turismo e Lazer (Setul).

Parte dessas ações são as feiras: somente com a Expoacre, a Feira das Mães e a Feira Natalina os artesãos faturaram mais de um milhão de reais. Os produtos são adquiridos tanto pela população local quanto pelos turistas, que nessas ocasiões fazem encomendas diretamente aos artesãos.

Othília Sampaio, presidente da Cooperativa de Artesãs Mulher Arte de Vencer (Coopermav), comemora as conquistas. “As feiras nos ajudaram bastante, são a grande oportunidade de saída para nossos produtos. Começamos em 2006, com um grupo pequeno e hoje somos uma cooperativa. Essas oportunidades nos fortalecem”, explica.

Além dos eventos de grande porte, os pontos da Casa do Artesão, que atendem o público do Parque da Maternidade e Mercado Velho, também contribuíram com esses resultados, que arrecadaram R$ 260 mil. A busca do consumidor é maior por biojoias, produtos feitos a partir do látex, marchetaria e bombons artesanais, mas a diversidade confeccionada envolve ainda vasos em cerâmica, pinturas, itens de decoração e utensílios.

Incentivos ao setor

O contato com visitantes nas feiras possibilita negócios futuros (Foto: Arquivo Setul)

O contato com visitantes nas feiras possibilita negócios futuros (Foto: Arquivo Setul)

E a iniciativa recebe fortalecimento. Até o momento, 828 artesãos e trabalhadores manuais de todo o estado foram incluídos no Sistema de Informação Cadastral do Artesanato Brasileiro (Sicab). Para Simone Nascimentto, gestora do Setor do Artesanato da Setul, o mapeamento permite identificar pessoas e produtos que serão beneficiados por políticas públicas específicas.

A Setul articula essas atividades apoiada pelo Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Por meio dele, promove-se a qualificação técnica de artesãos e trabalhadores manuais. São feitas ainda, confecções e entregas da Carteira do Artesão, uma identidade profissional necessária para que participem de feiras e eventos nacionais, por exemplo.

As parcerias fortalecem as realizações, o Sebrae, as secretarias de Estado e o trabalho integrado com as prefeituras proporcionam suporte aos empreendimentos individuais e ações de geração de renda.

Autonomia para empreender

A conquista também se reflete no trabalhador quanto à sustentabilidade do próprio trabalho. Maqueson Pereira, de Cruzeiro do Sul, produz peças com a técnica de marchetaria, obras conhecidas internacionalmente. Mas, além desse prestígio, ele também possui uma loja em Rio Branco, que assegura a continuidade de comercialização.

Raimunda participa da exposição “Mulher Artesã Brasileira”, na sede da ONU em Nova York (Foto: Arquivo Setul)

Raimunda participa da exposição “Mulher Artesã Brasileira”, na sede da ONU em Nova York (Foto: Arquivo Setul)

“Eu vejo como conquista, que foi possível por causa da divulgação que é dada ao nosso trabalho quando participamos de feiras e outros eventos. Hoje eu tenho peças no Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil, e ainda em outros países, como Alemanha, França, Itália, Inglaterra, Bélgica”, conta Maqueson.

O artesanato indígena também conquistou o espaço. Em quatro anos, alguns grupos conseguiram multiplicar a produção, estimulados pela visibilidade da liderança feminina nas aldeias. Raimunda Huni Kui, da Associação das Mulheres Indígenas  Kaxinawá Produtoras de Artesanato de Tarauacá e Jordão, diz que os prêmios  e seleções animaram os homens a colaborar no cultivo do algodão e confecção de artefatos de caça. Até mesmo a aproximação com outros povos, que também confeccionam artesanato, melhorou.

As mulheres indígenas receberam o prêmio “Top 100 do Artesanato” pelo Sebrae Nacional, em 2012, e neste mês Raimunda participa da exposição “Mulher Artesã Brasileira”, na sede da ONU em Nova York, após escolha pelo Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), Sebrae e Associação Brasileira de Exportação de Artesanato (Abexa), “Nós, indígenas acreanas, fomos as únicas contempladas de todo o Brasil. Isso é motivo de muita alegria pra gente”, diz Raimunda, entusiasmada.

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