Acre começa cadastro de médicos brasileiros formados em outros países

A médica acreana formada na Bolívia, Cássia Messias, está  em Rio Branco sem exercer a profissão, desde 2011 (Foto: Sérgio Vale/Secom)

A médica acreana formada na Bolívia, Cássia Maciel, está em Rio Branco sem exercer a profissão, desde 2011 (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Cássia Hassen Maciel participou da reunião sobre o cadastro estadual de médicos brasileiros formados em outros países, na manhã desta segunda-feira, 2. Ela e o marido deixaram o Acre para estudar medicina em Cochabamba, na Bolívia, em 2006. “Largamos emprego, pegamos nossos três filhos e fomos realizar um sonho, que custou caro”, relatou a médica entusiasmada com a possibilidade de trabalho no Brasil.

Desde 2011, o casal e os filhos voltaram para o Acre. Hoje, moram em Rio Branco e têm uma pequena empresa, de onde tiram o sustento da família. Em dois anos de formados, nunca exerceram a medicina. “Tentamos por duas vezes a inscrição no programa Mais Médicos. Na primeira, a Bolívia não aparecia entre os países de origem aceitos. Na segunda, um erro de sistema não concluiu nossa inscrição”, disse Cássia.

A reunião esclareceu dúvidas sobre o cadastramento para médicos trabalharem no estado, por meio do programa Mais Médicos (Foto: Sérgio Vale/Secom)

A reunião esclareceu dúvidas sobre o cadastramento para médicos trabalharem no estado, por meio do programa Mais Médicos (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Com o cadastro estadual que o Acre realiza, Cássia e o marido podem conseguir, pela primeira vez, trabalhar no Brasil. Para esclarecer dúvidas de médicos brasileiros formados em outros países sobre o cadastro a secretária de Estado de Saúde, Suely Melo, realizou uma reunião, ao lado de autoridades legislativas do Acre.

Participaram do encontro, o senador da República, Aníbal Diniz, os deputados estaduais Eduardo Farias e Geraldo Pereira e Jamyl Asfury, e a deputada federal Perpétua Almeida.

“Nesse primeiro momento, o governo do Acre entende que devem ser priorizados os médicos brasileiros que são formados em países que fazem fronteira com nosso estado, e não tiveram oportunidade de fazer o cadastro no programa Mais Médicos”, explicou a secretária de Estado de Saúde, Suely Melo.

A secretária de Estado de Saúde, Suely Melo, comentou que o governo do Estado entende que devem ser priorizados os médicos brasileiros formados em países que fazem fronteira com o Acre (Foto: Sérgio Vale/Secom)

A secretária de Estado de Saúde, Suely Melo, comentou que o governo do Estado entende que devem ser priorizados os médicos brasileiros formados em países que fazem fronteira com o Acre (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Suely Melo falou, ainda, que esses médicos irão atuar na atenção básica de saúde do Acre, buscando fazer um trabalho de maior resolutividade, com a qualidade de assistência na prevenção e promoção de saúde.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), caso o Ministério da Saúde aprove a proposta do Acre, os novos médicos irão passar por três semanas de treinamento. Depois disso, serão avaliados por um tutor capacitado que irá homologar as inscrições desses profissionais, de acordo com requisitos técnicos acadêmicos.

De acordo com Aníbal Diniz o governo federal estabeleceu um parâmetro para trazer médicos apenas de países que tenham índices maiores que 1,8 médicos por habitante.

“O nosso país não pode importar médicos de países que tenham o número de profissionais menor que o do Brasil. No entanto, no caso do Acre, temos muitos médicos que são formados no estrangeiro, mas que residem no estado. É esse o motivo da nossa mobilização com a Sesacre e o governador Tião Viana, no sentido de garantir que esses profissionais possam ser cadastrados para trabalhar no Acre”.

A deputada federal Perpétua Almeida ressaltou que o governo do estado do Acre quer oferecer uma oportunidade para os médicos brasileiros que se formaram na Bolívia, por exemplo, e já voltaram para o estado. “Portanto, não estamos tirando médicos da Bolívia e, sim, aproveitando os nossos doutores que se formaram em países vizinhos ao nosso Estado”.

Segundo o deputado estadual Eduardo Farias, esse assunto está  sendo tratado como um grande desafio para o Acre. “Estamos juntando esforços para que, junto aos Ministérios da Saúde e da Educação, e o Conselho Federal de Medicina, para sensibilizar no sentido de aproveitar essa mão de obra qualificada”, enfatizou o deputado.

Oportunidade

O cadastro estadual de médicos brasileiros formados em outros países está sendo realizado na Biblioteca Pública, no Centro de Rio Branco, de 2 a 5 de setembro, das 9 às 12 horas e das 14 às 17 horas. O objetivo do governo do Estado é identificar quantos são os médicos brasileiros formados em outros países que querem trabalhar no Acre, para buscar, junto ao Ministério da Saúde, a possibilidade de contratação deles, por meio do programa Mais Médicos.

Para participar do cadastro estadual, os médicos brasileiros formados em outros países devem apresentar cópias do RG, CPF, comprovante de endereço e diploma. Os que não estiverem no Acre poderão enviar documentos por meio de terceiros, como parentes e amigos, mediante apresentação de procuração registrada em cartório.

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