Dando continuidade a ajuda humanitária, equipes do governo do Estado e prefeitura de Rio Branco receberam no sábado, 12, os imigrantes haitianos e africanos que estavam em Brasileia.
O alojamento provisório, no Parque de Exposições Marechal Castelo Branco, oferece alimentação e vacinas até que cada um siga viagem, por via aérea, para outros estados do Brasil. Só neste domingo, 13, embarcaram, em pelo menos cinco voos, quase 400 imigrantes.
Os primeiros a chegarem, na capital acreana, anunciam um a um seu destino e as mais diversas profissões. O Brasil está recebendo mais construtores, metalúrgicos, serralheiros, encanadores, mantendo, assim, sua parceria humanitária, principalmente aos haitianos.
Desde 2010, no meio da Amazônia, o Acre tem feito sua parte nesse contexto latino, a mais de 20 mil migrantes. Mesmo com a crise causada com a cheia do Rio Madeira, os serviços continuam de domingo a domingo.
Ao telefone, Vernet Syliw relata ao amigo, em Porto Velho, sua chegada em seu novo abrigo, com melhores condições. “Estava há um mês em Brasileia, agora estou me sentindo bem aqui, tem um banho melhor”, comenta o haitiano, já com a refeição na mão e demonstrando ansiedade para seguir viagem no dia seguinte.
Hoje, a cada avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e de empresa fretada que aterrissou, em Rio Branco, trazendo cargas de Porto Velho, voltou à capital rondoniense com 60 a 80 passageiros, que logo seguiram de ônibus para outros estados.
Com o passaporte na mão, sorrisos e acenos de despedidas demonstram a felicidade em seguir um novo caminho. Jhesidas Lutchen, não esconde a alegria de ir em busca de trabalho em Santa Catarina. Ele não está aqui a toa, tem duas filhas no Haiti, esperando sua ajuda.
“Estou feliz, muito feliz”, exclama Lutchen, já na fila para o embarque depois da espera de 25 dias no abrigo em Brasileia. “Agradeço a ajuda que me deram, a possibilidade de comer, dormir e agora ir atrás de um trabalho”, assim ele reconhece.
“Não podemos fechar as portas”
Entre recursos do governo Federal e Estadual, os gastos no Acre passam dos 15 milhões de reais desde 2010. Mesmo com o fechamento do abrigo em Brasileia, a ajuda humanitária permanecerá em Rio Branco. “Vamos continuar dando a assistência devida, contando sempre com o apoio do governo Federal”, afirma o secretário de Desenvolvimento Social do Estado, Antônio Torres.
A meta é diminuir o número de imigrantes no estado para que o trabalho de documentação dos que chegam seja mais ágil. “A vinda de imigrantes ao país não vai parar agora, e não podemos fechar as portas”, explica Torres.