Acre apresenta política ambiental em Força de Governadores para Clima e Florestas

Respeitar as populações tradicionais, preservar a floresta e gerar renda a partir dela, reduzindo emissões de carbono e garantindo o desenvolvimento econômico sustentável. Talvez esta equação seja o segredo para que o Acre tenha desenvolvido uma política ambiental que hoje é reconhecida em todo o mundo. E mais uma vez o Acre teve voz num encontro internacional para discutir a preservação ambiental. O vice-governador César Messias, acompanhado por uma comitiva integrada por membros do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC) e da Embrapa Acre, participou da Reunião Anual do GCF – Força Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas.

Vice-governador abriu as portas do Acre para sediar a próxima reunião anual do GCF (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Vice-governador abriu as portas do Acre para sediar a próxima reunião anual do GCF (Foto: Sérgio Vale/Secom)

“A política ambiental desenvolvida no Acre tem como vantagem o fato de ter encontrado continuidade nas gestões de governo, que iniciaram com o ex-governador Jorge Viana, foram ampliadas com Binho Marques e agora se consolidam com o governo Tião Viana. São 14 anos desenvolvendo um trabalho sério e integrado, o que nos deu uma experiência que hoje é dividida com outros estados e países, porque viramos referência”, explicou o vice-governador César Messias. A parceria com o banco alemão KFW foi citada como um dos frutos deste esforço do governo do estado.

Milthon Munoz Berrocal, reitor da Universidade Nacional Amazônica de Madre de Dios, no Peru, relatou em seu discurso que esteve no Acre recentemente e conheceu algumas experiências ambientais de reflorestamento e vida sustentável na floresta.

Pesquisadores e governadores de vários estados subnacionais participam do evento que é realizado em Porto Maldonado, no Peru (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Pesquisadores e governadores de vários estados subnacionais participam do evento que é realizado em Porto Maldonado, no Peru (Foto: Sérgio Vale/Secom)

“As mudanças climáticas estão acontecendo muito rápido, mas ao mesmo tempo temos a crescente da demanda por alimentos. Quando a gente olha as discussões internacionais temos esperança com as inovações sendo implementadas por governos regionais e isso nos inspira. Temos muitas pessoas que estão trabalhando no dia a dia para achar soluções concretas para o nosso futuro. Elas só vão funcionar se trabalharmos juntos. Sei que todos que estão aqui são muito empenhados neste compromisso”, disse o reitor.

Madre de Dios tem construído programas de redução de emissões. O governador Jorge Aldazabal, propôs estreitar os laços com o Acre, que já tem parcerias fortes com os estados de Ucayalli e San Martin. “Creio ainda que políticas ambientais tão importantes têm que deixar o âmbito regional e ganhar a força nacional, como uma política nacional. Um dos maiores desafios que temos na sociedade humana é a mudança climática e o consumismo em excesso dos seres humanos. Temos que fazer com que nossa participação seja a mudança da floresta para o desenvolvimento sustentável dos nossos povos”, comentou.

Reunião Anual do GCF vai até o dia 4 e o Acre apresenta suas experiências em redução de emissões de carbono e desmatamento evitado (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Reunião Anual do GCF vai até o dia 4 e o Acre apresenta suas experiências em redução de emissões de carbono e desmatamento evitado (Foto: Sérgio Vale/Secom)

“O Acre hoje é uma liderança mundial na questão do desmatamento evitado. O GCF reúne governadores de estados subnacionais e o Acre, com as suas lições, tem compartilhado para que todos possam crescer. Temos mostrado que é possível um estado pequeno integrar as ações de desmatamento evitado e crédito de carbono, com as políticas de desenvolvimento sustentável. Temos avançado a cada ano e captado recursos para garantir que isso aconteça”, explicou Eufran Amaral, superintendente da Embrapa.

“O Acre, no âmbito do GCF, tem demonstrado um avanço até mais rápido que os outros integrantes em função das experiências que a gente vem trocando, o aprendizado e as dificuldades que nós enfrentamos e os demais estados enfrentam juntos. Aqui é um espaço de troca de lições aprendidas para que a gente possa até mesmo avançar com os estados nacionais, forçando de baixo para cima o desenvolvimento de sistemas que garantam a produção de baixa intensidade de carbono”, analisou o diretor-presidente do IMC, Rodrigo Neves.

Sobre a Força Tarefa

O GCF foi criado em novembro de 2009 durante a Cúpula Global do Clima. Hoje ele é integrado por estados subnacionais do Brasil, México, Espanha, Peru, Indonésia, Estados Unidos e Nigéria. No Brasil fazem parte, além do Acre, Amapá, Pará, Tocantins, Mato Grosso e Amazonas.

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