O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen/AC) tem realizado ao longo do mês ações voltadas à saúde do homem em todas as unidades penitenciárias do estado. Desta vez o foco é o Complexo Penitenciário de Rio Branco que teve o início da campanha Novembro Azul na última segunda-feira, 23.
Durante a abertura, 20 presos participaram de uma palestra sobre prevenção contra o câncer de próstata e cuidados com a saúde. Na ocasião, alguns detentos identificaram possíveis sintomas e serão atendidos durante a semana.
O diretor da Unidade de Regime Fechado nº 1 de Rio Branco, Leandro Rocha, ressaltou a importância da campanha no que diz respeito à orientação e conscientização da população carcerária. “Muitos de nós, homens, ainda temos preconceito em relação ao exame de próstata. Essa campanha de conscientização do Novembro Azul vem para informar, orientar e conscientizar para que este homem tenha como prioridade a sua saúde, o que é primordial”, disse.
Já nesta terça-feira, 24, as atividades foram voltadas para a realização de teste rápidos de hepatites B e C, HIV e Sífilis. De acordo com a chefe da Divisão de Saúde do Iapen, Ingrid Kariny Suárez, o objetivo com os exames é testar 100% da população carcerária do Complexo, atualmente com 3.268 presos.
No total, 17 profissionais realizaram a ação desenvolvida em parceria com as secretarias de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Municipal de Saúde (Semsa). Também integraram o grupo, acadêmicos do último período de enfermagem dos Centros Universitários Uninorte e Estácio-Unimeta.
“Nós temos uma equipe na Unidade de Regime Fechado e outra na Unidade de Recolhimento Provisório para que possamos chegar a todos os presos. Só não fará teste aquele preso que realmente não quiser fazer, tendo em vista que não é obrigatório”, explicou Ingrid Kariny Suárez.
Para o detento Wanderson Gomes a ação é positiva, pois o público do sistema penitenciário é vulnerável a algumas doenças. “Para nós a ação é boa pois é uma oportunidade para vermos se possivelmente temos alguma doença e cedo procurarmos um atendimento médico e, dependendo do que for, uma cura”, afirmou.
O enfermeiro da Unidade Básica de Saúde do Universitário ressaltou o olhar diferenciado que se deve dar à população carcerária. Ele destacou que, para os acadêmicos que participaram da ação, esta é uma oportunidade de concluir o estágio supervisionado em grande estilo. “Eles normalmente não têm esse olhar para a saúde do preso e do policial penal durante a faculdade, a não ser os que por algum motivo vão atrás ou prestam algum serviço voluntário”, explicou.
Sobre os testes rápidos, o enfermeiro ressaltou que é muito importante o hábito de fazê-los regularmente. “Nós falamos para os nossos pacientes fora do presídio que eles devem fazer o teste pelo menos a cada seis meses, por conta da janela imunológica. Assim como é lá fora, é importante que façamos dentro do sistema prisional também. Se conseguimos no período de seis meses identificar alguma enfermidade nova, dá tempo de tratar e fazer um acompanhamento mais eficaz”, afirmou.