A maioria dos pacientes que entram no setor de emergência do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco desde o início do feriado desta sexta-feira, 12, e manhã deste sábado, 13, é decorrente de acidentes de trânsito. Segunda maior ocorrência do feriadão estão as agressões por arma branca sobrecarregando o fluxo de atendimento da unidade de saúde.
“Nos feriados prolongados sempre há aumento de vítimas de acidentes, mas está crescendo cada vez mais. Uso excessivo de álcool, imprudência, por exemplo, geram os acidentes e também as agressões”, afirma a diretora do Huerb, Eliádia Prudêncio, orientando a população para os demais casos, com menos gravidade, procurar a UPA do 2º Distrito.
A preocupação da diretora é manter leitos disponíveis não só para casos emergentes, no caso os acidentes, tentativas de agressão por armas, envenenamentos, sintomas de infarto; mas também para casos urgentes, como o da estudante Lalesca Andrieli Rego de Souza, que deu entrada no hospital com suspeita de infecção na perna direita, onde estão fixados pinos de metal. Há 3 meses eles foram implantados para unir ossos quebrados após um acidente de motocicleta.
A estudante do segundo período de Direito da Uninorte, de 19 anos, foi acolhida no Huerb às 16h40 e às 17h00 já havia sido medicada e aguardava que um leito vagasse. “Encaminhamos os casos que necessitam de tratamento para as unidades de referência como Hospital das Clínicas, Hospital da Criança e até para o Santa Juliana, caso não haja leitos nos hospitais da rede SUS. Os demais recebem alta ou continuam aguardando evolução no quadro clínico aqui mesmo”, explica Eliádia.
A tia de Lalesca Souza diz que a menina, que mora com ela há 3 anos, está sendo muito bem atendida desde o momento em que sofreu o acidente, em 23 de julho. No mesmo dia ela passou por cirurgia para a implantação dos pinos, previstos para serem retirados daqui a seis meses. “Ela faz todo acompanhamento na Fundação, faz raio X, ligam pra gente, tá tudo certinho. Ela é super bem tratada. Até liguei pra uma amiga minha que é da saúde. Ela me tranquilizou dizendo que se minha sobrinha não tinha sido encaminhada era por falta de leito mesmo. Que tivesse paciência. E deu tudo certo”, conta Maria Dione Rego Gomes que está acompanhando a moça no hospital desde a sua entrada. “Ela ficou no corredor da maca durante um tempo, mas já estava medicada, toda arrumadinha, nós entendemos”, completa Maria Dione.
Lalesca de Souza está grávida de quatro meses e meio seguirá internada para receber medicação e aguardar avaliação do obstetra para continuar com o tratamento na perna. Tanto ela, quanto a tia permitiram o uso do depoimento na reportagem, mas pediram que não fossem feitas imagens. Na mesma enfermaria do Huerb, uma outra jovem da mesma idade aguarda avaliação clínica sobre os pinos implantados na perna também após acidente de motocicleta.
Cada vez mais jovens se envolvem em acidentes.
No caso de Lalesca, que vinha na garupa do namorado, a culpa foi da motorista que os atropelou, mas eles fazem parte da estatística que aponta índice cada vez mais crescente de pessoas jovens vítimas de acidente de motocicleta. Este veículo lidera como o que mais está envolvido em acidentes. Somente até julho desde ano, mês em que a estudante de Direito sofreu o acidente, haviam sido registrados 248 acidentes de moto. No segundo lugar estão os pedestres, com 68 casos. “É triste entrar no Huerb no fim de semana, na segunda-feira e ver tantos jovens mutilados. Sem perna, sem braço ou incapacitados durante meses, demandando um número maior de leitos em todas as unidades e vagas na UTI”, diz a secretária Suely Melo.
Em 2012, o tema gerou uma ação conjunta de conscientização entre a Secretaria de Estado de Saúde e Detran, durante a Semana Nacional de Trânsito. A campanha de conscientização inclui orientações em rádios, sites oficiais dos órgãos, com o apoio de veículos de comunicação na divulgação de reportagens que ajudem a difundir estas informações e dicas de prevenção à população.
