Evento binacional teve objetivo de debater cultura, história e linguagem da região
A Academia Acreana de Letras participou do I Encontro Cultural da Fronteira Brasil/Bolívia, nos dias 8 e 9 na, cidade de Guajará-Mirim (RO). Com o tema “A Literatura, a História e a Cultura que nos Unem”, o encontro debateu o assunto, exaltando os chamados “Heróis Guaporés”, ou seja, aqueles que se destacaram pela liderança de causas em favor do município. Para isso, contou com palestras com questões voltadas à realidade local e fronteiriça.
A cerimônia de abertura aconteceu na sede do Clube Boinas Rajadas, com apresentações de grupos folclóricos e cantores da Bolívia e do Brasil. A organização ficou por conta da Academia Guajaramirense de Letras, Academia de Letras de Rondônia e Sociedad de Escritores de Guayaramerín, da Bolívia.
Para a professora da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Auxiliadora dos Santos, o encontro foi importante, pois Guajará-Mirim, que conta hoje com aproximadamente 50 mil habitantes, foi o berço da cultura de Rondônia. “Estamos valorizando e reconhecendo a história da região, já que temos poucas possibilidades de discutir essas temáticas”, afirmou.
O governo do Estado do Acre se fez presente ao evento através do diretor-presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Dircinei Souza. “O nosso governador Tião Viana valoriza a cultura. Por isso, estamos aqui, proporcionando a integração das Academias de Letras dos Estados do Acre e Rondônia e de nossa vizinha Bolívia. Queremos estreitar esses laços. Já que o artista, seja de qual segmento for, precisa sentir-se respeitado pelo que é capaz de fazer. Queremos contribuir ainda para estimular e incentivar o ideal dessa juventude presente”, ressaltou.
Para José Lúcio Cavalcanti de Albuquerque, presidente da Academia de Letras de Rondônia, é preciso mostrar que a Amazônia não é só natureza. Por isso é fundamental que se incentive a leitura para que haja gosto pela escrita.
Melissa Vilanga Moreira, recém-formada, mostrou-se bastante empolgada com o evento. “É importante que realmente ocorra esse incentivo e que essa aliança estabelecida entre Brasil e Bolívia seja mais que utopia fraternal, mas sim uma realidade praticada”, disse.
“Esse intercâmbio de informações com o Estado e o país vizinho é fundamental para o enriquecimento da cultura. Por isso, gostaria de agradecer ao governo do Estado do Acre, que através da Fundação de Cultura Elias Mansour proporcionou a nossa ida até o encontro”, disse o presidente da Academia Acreana de Letras, Clodomir Monteiro.
Além das palestras, o encontro também proporcionou exposição de obras literárias de autores dos dois países.