As bonecas abayomis, símbolos de resistência, tradição e herança ancestrais dos povos afro-brasileiros, serão uma das atrações da Mostra Viver Ciência 2016.
Elas estarão na exposição itinerante Abayomi: Muito Mais que um Brinquedo, nos dois últimos dias do evento, 14 e 15 de setembro, na Universidade Federal do Acre (Ufac).
A iniciativa do Sesc Acre, em parceria com a Coordenação de Educação para os Direitos Humanos, Cidadania e Diversidade (CEDHCD), da Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE).
De acordo com Izis Melo, coordenadora da CEDHCD, a exposição é uma forma de trazer para o debate a lei 10.639/03, que trata de incluir no currículo a história e cultura afro-brasileira e africana.
“Entendemos que essa exposição contempla parcialmente o que pede a lei, pois, a partir do histórico das abayomis, podemos trabalhar conceitos, valores e atitudes dos povos brasileiros”, explica.
Abayomi
As bonecas surgiram durante as travessias pelo Oceano Atlântico dos negros que eram trazidos da África para o Brasil.
Para acalentar seus filhos durante as terríveis viagens, as mães africanas rasgavam retalhos de suas saias e a partir deles criavam pequenas bonecas, feitas com tecido preto e vestes coloridas, que serviam como amuleto de proteção.
Sem costura (apenas nós ou tranças), as bonecas não possuem demarcação de olho, nariz nem boca, para favorecer o reconhecimento das múltiplas etnias africanas.
Hoje as abayomis são mais que um brinquedo, são consideradas símbolos da resistência cultural de um povo e representam também o poder feminino.
“Encontro precioso”
A palavra abayomi é de origem iorubá, uma das maiores etnias do continente africano, “abay” significa encontro e “omi”, precioso, sendo assim, um encontro precioso. As bonecas sempre serão produzidas para serem ofertadas às outras pessoas, já que trazem consigo a mensagem “o melhor de mim, ofereço a você”.