Abaixo da cota de transbordamento, oito municípios iniciam processo de recuperação e limpeza das ruas

Com base na atualização dos dados sobre o nível dos rios do Acre às 6h desta quinta-feira, 7, os municípios onde os mananciais se encontram abaixo da cota de transbordamento são Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba, Plácido de Castro, Tarauacá e Feijó.

Em grande parte desses municípios, as famílias atingidas e o poder público já trabalham nas ações de retorno das famílias, como o desmonte dos abrigos temporários e a ativação plena do funcionamento de serviços básicos que haviam sido paralisados, como água e energia. 

Municípios do Acre irão receber R$ 2,3 milhões do Ministério do Desenvolvimento Social para executar ações de acolhimento emergencial. Foto: Pedro Devani/Secom

Guiadas por orientações de profissionais estaduais, as prefeituras locais garantiram a captação de recursos do governo federal para impulsionar ações nas áreas de saúde, assistência social e infraestrutura, visando à reconstrução das comunidades.

Caminhões-pipa do Serviço de Água e Esgoto do Estado do Acre (Saneacre) auxiliam no abastecimento de água potável para as famílias. Foto: Deiciane Medeiros/Saneacre

“No momento de dificuldade, o Estado prestou todo o apoio possível para as prefeituras municipais e buscou minimizar os danos humanos, sociais e materiais, prezando pela vida e pelo patrimônio dos acreanos”, destaca o coronel Carlos Batista, coordenador da Defesa Civil Estadual.

O coordenador da Defesa Civil estadual, coronel Carlos Batista, acompanhou de perto a situação de todos os municípios, em busca de respostas eficientes para a situação de calamidade no Acre. Foto: Neto Lucena/Secom

O Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (Deracre) também tem prestado um importante papel de apoio às prefeituras, com a remoção de entulhos, destroços e lama após as enchentes. O órgão governamental tem atuado nas vias mais afetadas pelos transbordamentos, com o objetivo de garantir a recuperação e a limpeza das ruas, proporcionando um ambiente seguro e limpo aos moradores.

O Deracre realiza um trabalho de grande importância para os municípios, com a limpeza das principais áreas afetadas. Foto: Eudes Goes/Deracre

Momento de reconstrução

Tarauacá enfrentou o nível de 11,15 m, frente à cota de transbordamento de 9,50 m. O subtenente João Luiz Gonzaga, coordenador da Defesa Civil local, relata a atual situação enfrentada: “Este é um momento de reconstrução da cidade como um todo, felizmente estamos voltando à normalidade”. 

O subtenente João Luiz Gonzaga agradece o apoio do governo e dos profissionais da sua unidade. Foto: Josciney Bastos/Secom

Após atender tantas emergências e socorrer a população necessitada, ele observa: “Para nós, profissionais, é gratificante ver o nosso trabalho refletido no retorno seguro dessas famílias e ser a resposta num momento de dificuldade, sabendo que nosso empenho valeu a pena, garantindo a integridade de todos. Tenho a sorte de contar com bons profissionais, que abraçaram a causa e lutaram com garra, protegendo nossas famílias.”

O Deracre também já iniciou ações de limpeza no pós-enchente de Tarauacá. Foto: Ascom/Deracre

Durante a enchente, a prefeitura, com o apoio do governo do Acre, instituiu cinco abrigos em instituições de ensino, para as 93 famílias desabrigadas pela enchente e, com o baixar das águas, todas as 486 pessoas puderam retornar às suas casas. 

O alto nível das águas em Tarauacá atingiu 85% da população. Foto: Josciney Bastos/Secom

Em Santa Rosa do Purus, com o nível do rio abaixo da cota de alerta, as famílias também já retornaram às suas casas. O subtenente do Corpo de Bombeiros, Carlos Queiroz, atua como bombeiro há 16 anos e coordena as ações de enchente em Santa Rosa do Purus desde 2021. Ele acompanhou o momento de calamidade pública no município e comunica que, infelizmente, algumas famílias não conseguiram voltar para suas casas: “Muitas casas foram danificadas e outras destruídas, impossibilitando que [as famílias] saiam do abrigo de imediato”.

O subtenente Carlos Queiroz informa que, infelizmente, algumas famílias não conseguiram voltar para suas casas, destruídas pelas águas. Foto: Neto Lucena/Secom

No dia 26 de fevereiro, o nível do Rio Purus chegou à marca histórica de 11,12 m, ultrapassando a última grande enchente, que registrou 10,13 m, em março de 2021. Na cheia de 2024, o Corpo de Bombeiros registrou 521 pessoas desabrigadas e 1.816 desalojadas. Seis abrigos foram montados para atender à população atingida pela cheia no município.

O momento de calamidade desalojou 1.816 pessoas na zona rural e urbana do município. Foto: Neto Lucena/Secom

O comprometimento dos profissionais mostra o empenho das instituições em agir de forma unida, com a missão de apoiar e mitigar os danos causados, prezando pelo bem-estar das famílias afetadas. Agora, o foco se volta para a reconstrução dessas comunidades e o auxílio àqueles que ainda enfrentam dificuldades após a grande enchente.

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