“Pensamos que possuímos a natureza, que ela existe para que a exploremos. Mas estamos destruindo seu processo, desestabilizando todos os mecanismos globais que mantêm a biosfera habitável para a vida”, afirmou o pesquisador norte-americano Dennis McKenna, numa das mesas desta quarta-feira, 18, na II Conferência Mundial da Ayahuasca, que está sendo realizada na Universidade Federal do Acre (Ufac).
Um dos medalhões da etnofarmacologia contemporânea, McKenna proferiu a palestra “A(s) mente(s) de Gaia: como a inteligência se manifesta na natureza em todos os níveis, da biosfera ao nível submolecular”.
O pesquisador entende que a ayahuasca é um elemento que está despertando diversas pessoas para o fato de que o caminho que a humanidade está trilhando não é sustentável.
McKenna enfatiza, ainda, a contribuição que o chá amazônico pode fazer para a cura física e espiritual: “Nosso destino, se quisermos sobreviver, é alimentar a natureza e aprender com ela como nutrir a nós mesmos e nossos semelhantes. Esta é a lição que podemos aprender com a ayahuasca, se apenas prestarmos atenção”. Ele entende que a bebida tem uma inteligência própria e funciona como um “embaixador” da comunhão entre as espécies.
Na mesma mesa, o engenheiro florestal e membro da Câmara Temática das Culturas Ayahuasqueiras de Rio Branco, Thiago Martins, abordou o tema “A ayahuasca que você toma é sustentável?”. E o investigador etnográfico Carlos Suárez explorou a questão da mercantilização do chá e a forma como é realizada, na natureza, a extração de suas plantas componentes.