A arquiteta que escolheu contribuir com o Acre

Marlúcia Cândida diz que o amor pela arquitetura a faz buscar meios para ajudar o Acre a melhorar, a progredir (Foto: Cedida)

Marlúcia Cândida diz que o amor pela arquitetura a faz buscar meios para ajudar o Acre a melhorar, a progredir (Foto: Cedida)

A simplicidade salta aos olhos ao primeiro contato com Marlúcia Cândida, arquiteta que tem se doado ao Acre como primeira-dama, mas que também é mãe de três filhos, e optou por

Aliando design a cultura tradicional Marlúcia Cândida auxiliou na interlocução do arquiteto Marcelo Rousenbaum com a tribo Yawanawa para criação de luminárias confeccionadas com miçangas (Foto: Cedida)
Aliando design a cultura tradicional Marlúcia Cândida auxiliou na interlocução do arquiteto Marcelo Rousenbaum com a tribo Yawanawa para criação de luminárias confeccionadas com miçangas (Foto: Cedida)

Aliando design a cultura tradicional Marlúcia Cândida auxiliou na interlocução do arquiteto Marcelo Rousenbaum com a tribo Yawanawa para criação de luminárias confeccionadas com miçangas (Foto: Cedida)

Ela lembra que o caminho para a formação foi extenso, começando pela graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e seguido de especialização com a pós-graduação em Planejamento e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Acre (Ufac), mestrado em Arquitetura pela Universidade de Brasília (Unb) e pós-graduação em Lighting Design pelo Instituto de Pós-Graduação (Ipog).

“O arquiteto quer sanar problemas estruturais de cidades, de construções. Quer que as coisas sejam perfeitamente elaboradas e executadas. Essa é a visão política que um arquiteto tem do mundo e é assim que eu tento ajudar o governo do Acre, a gestão do Tião [Viana], nas minhas atuações na área de urbanismo e arquitetura”, declara.

Hoje, Marlúcia Cândida contribui em projetos do Estado como servidora pública concursada pela Prefeitura, mas cedida ao Estado. Cessão possível graças à parceria que há entre a gestão da Prefeitura de Rio Branco e o governo do Acre.

“Esse meu amor pela arquitetura e qualificação que busquei me possibilitou ajudar a montar e coordenar o curso de Arquitetura da Uninorte, por quatro anos e hoje ser professora do curso”, ressalta.

Os projetos e os traços do regional aliado ao moderno

Na área da Arquitetura e Design, Marlúcia Cândida observa que tem contribuído com o governo em ações como a organização dos espaços da Expoacre, nas exposições do Cinquentenário, de Portugal, a exposição Origens levada à Milão e a mais recente exposição do Politecnico, apresentada no prédio da Bienal de São Paulo.

Entre os maiores destaques desta atuação marcante de Marlúcia Cândida na arquitetura está  a elaboração do projeto da Escola de Gastronomia. “A primeira proposta era a escola ser construída atrás do Casarão, depois mudou para o local do prédio antigo da Secretaria de Comunicação, mas, por fim, decidiu-se que o melhor seria essa escola ser construída na Cidade do Povo. Então, o projeto desse prédio preciso ir adequando-se aos espaços”, explica.

A mais recente contribuição dela ao governo do Estado está no projeto de reforma e ampliação do Aeroporto de Rio Branco na composição de faixadas, do projeto luminotécnico, no projeto de interiores e na estética do edifício.

O projeto do novo Aeroporto de Rio Branco tem pilastras que remetem as ramificações de galhos das frondosas árvores amazônicas e surge com a proposta de ser motivo de orgulho para todos. (Imagem Cedida)

O projeto do novo Aeroporto de Rio Branco tem pilastras que remetem as ramificações de galhos das frondosas árvores amazônicas e surge com a proposta de ser motivo de orgulho para todos. (Imagem Cedida)

“Um dia Tião [Viana] me mostrou o projeto do novo aeroporto de Rio Branco. Ao olhar percebemos que pouco tinha a ver com nossa região. Decidimos, então, apresentar outro projeto a Infraero, com design que mostrasse nosso regionalismo e ficasse mais agradável aos usuários do aeroporto. A ideia é construir um aeroporto que os acreanos se orgulhem, tanto quanto nos orgulhamos do Aeroporto de Cruzeiro do Sul”, detalha.

Outra contribuição é na ampliação do Parque do Tucumã na discussão do paisagismo, nas melhorias para estacionamento. “Estamos criando um quiosque de Bambu valorizando essa matéria-prima que temos em abundância aqui na região. Estou incentivando esse desafio que é o uso do Bambu”, completa.

O design aliado à cultura tradicional

Marlúcia observa que sempre buscou parceiros para aprimorar o design da movelaria acreana e, com isso, conseguiu trazer ao Acre profissionais da Escola Politécnica de Milão.

A busca começou em 2011, quando uma missão do Acre foi à Milão para conhecer escolas de design e fazer contato com empresas, convidando-as a conhecer o Estado. “Nessa oportunidade fui recebida pelo consulado e pelo governo de Milão, o prefeito. Foi nosso primeiro contato com a Politécnica de Milão”, lembra.

Em 2012 o Acre retorna à Itália com a exposição “Origens” e com uma delegação composta por empresários e equipe técnica de governo. Na ocasião foram visitadas empresas, feira de móveis e estreitadas às relações com o governo de Milão. “Nós firmamos um convênio coma Politécnica que garantia que eles viriam ao Acre para ministrar um curso de design para os nossos marceneiros. Eles vieram, formaram cerca de 30 profissionais e assim, criou uma linha de produtos e a marca ‘Acre’ para inserir nessa linha de produtos”, destaca.

Atualmente o Acre segue com a parceria com a Politécnica para formar mais profissionais da área de marcenaria e dialogando com outros setores, como o Instituto Europeu de Design, com o Consulado Italiano em São Paulo, a Câmara e Comércio do Brasil em Milão. “A finalidade é construirmos a nossa escola em design coma chancela de uma escola da Itália”, frisa.

Ela lembra que as exposições sempre receberam o apoio do Sebrae e da Federação das Indústrias do Acre (Fieac), instituições fundamentais para que os projetos fossem bem sucedidos.

O carinho pelo povo indígena – Marlúcia e Tião Viana não escondem o carinho, mas principalmente o respeito que têm pelos povos indígenas do Acre. O casal já foi quatro festivais promovidos, anualmente, pelos Yawanawas.

Além disso, na Aldeia Nova Esperança ela auxilia um trabalho em parceria como arquiteto Marcelo Rousenbaum e os Yawanawas na produção de luminárias com miçangas. “Há um trabalho intenso na busca por um resgate das origens das casas dos povos indígenas, de como era essas moradias antes da interferência do homem branco na vida desses povos. A proposta é resgatar suas construção, assim como eles hoje buscam resgatar suas danças, pinturas, os vestuários, a língua, nós estamos buscando resgatar essas construções”, acrescenta Marlúcia.

Prédio projetado para ser a Escola de Gastronomia está finalizado e deverá ser construído na Cidade do Povo (Imagem Cedida)

Prédio projetado para ser a Escola de Gastronomia está finalizado e deverá ser construído na Cidade do Povo (Imagem Cedida)

Natal iluminado

Há três anos os projetos da iluminação natalina tem a participação da primeira-dama. A cada ano um novo tema é eleito para a decoração natalina da capital. Tudo planejado pelo governo do Estado com apoio da Prefeitura, que busca seguir a mesma linha para criar uma decoração harmoniosa na cidade e assim, permitir que a população tenha um atrativo diferenciado ao final de cada ano.

“Este ano nós vamos homenagear Chico Mendes, já que estamos lembrando os 25 anos da morte de Chico com as ações do “Chico Vive Mais”. Será uma decoração com borboletas e outros atrativos e a proposta é fazer o ato em que acendemos as luzes em frente ao Palácio e seguirmos, juntos com a população, em caminhada até o Terminal Urbano, acompanhando o acender da iluminação natalina até lá”, adianta.

A projeção do Mapping, lançada em 2011, também acontece este ano. Imagens da região serão reproduzidas nas paredes do Palácio, proporcionando um espetáculo de belas imagens do Acre, de suas belezas, seu povo e riquezas naturais.

Além disso, Marlúcia segue com as atividades do Acre Solidário, pelo terceiro ano consecutivo. Nesta reta final do ano a coordenação do Acre Solidário promove o Brechó Solidário que visa arrecadar produtos para serem vendidos, doando a renda para entidades sociais.

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