Contato com a floresta, técnicas e políticas públicas acreanas como estratégia de aprimoramento de conhecimentos florestais
“Eu vim para o Brasil para ganhar uma experiência no país do futuro”, enfatiza o aluno alemão Okke Ottenlinger, que faz engenharia florestal e está em intercâmbio na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ele integra o grupo de trinta acadêmicos do 3º, 4º e 5º anos da instituição que estão em deslocamento desde Curitiba até os seringais acreanos.
O objetivo é de, além de conhecer a floresta amazônica, obter conhecimentos empíricos a partir das realidades observadas no trajeto e conhecer técnicas ambientais como manejo florestal realizado Acre. Eles vieram por meio de patrocínios, e no Acre têm o apoio do Instituto de Meio Ambiente do Acre, Secretaria de Estado de Florestas, Funtac, Embrapa e Universidade Federal do Acre (Ufac).
“O Brasil tem uma realidade muito rica. Do Sul para o Acre há muitas diferenças. O Brasil vai ter uma importância ainda maior, porque na Europa achamos que a melhor alternativa é proteger a Amazônia, mas eu fui provado do contrário, dá para fazer o manejo sustentável sem destruir tudo. Minha vivência ensinou que não faz sentido ter essa mentalidade alienada” afirma Ottenlinger.
O professor Renato Robert, da UFPR, conta que o deslocamento foi programado para 21 dias. Eles já visitaram uma empresa reflorestadora (Reflorestadora Ramirez) do Mato Grosso, a Floresteca, a maior produtora privada de teca (uma madeira nobre) certificada do mundo, e a Universidade Federal do Mato Grosso. Estão desde ontem no Acre e o itinerário inclui palestras técnicas pelo Imac, visita ao Viveiro da Floresta e a partir de amanhã deslocamento a Xapuri, onde se pretende ter contato com os locais de manejo madeireiro e não-madeireiro, o seringal Cachoeira e as madeireiras Triunfo e Ouro Verde.
“Manejo é utilizar e preservar ao mesmo tempo”, define a acadêmica do 4º ano, Maichele Bernatti. Para as florestas da Amazônia, o código florestal brasileiro definiu que esse processo só pode ser feito através de planos de manejo. E é por isso que o Acre tem esse destaque na programação, pois aqui tem a oportunidade de inserção mais próxima da floresta original e o contato com uma gestão que defende a política do desenvolvimento sustentável.