Governo estuda novas tecnologias para melhor aproveitamento da madeira

Galhos estão sendo utilizados para fabricação de pequenos objetos, portas e móveis

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Várias peças são confeccionadas com os resíduos de madeira (Foto: Angela Peres/Secom)

 

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Pesquisador Dixon Gomes diz que objetivo do projeto é fazer com que resíduos sejam utilizados de forma sustentável (Foto: Angela Peres/Secom)

Com o objetivo de promover o melhor aproveitamento dos resíduos sólidos da cadeia produtiva da madeira e oferecer nova condição para agregar valor ao setor, o Governo do Estado, por meio da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) e da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), está desenvolvendo desde o ano passado o projeto “Aproveitamento de Resíduos Florestais”.

A proposta é utilizar os galhos de árvores das áreas de manejo florestal para a confecção de artefatos moveleiros como painéis maciços aplicados na fabricação de pequenos objetos, mobiliários e portas e também de pré-cortados, como componentes para móveis. Esse material atualmente é queimado ou deixado na floresta, sem nenhuma utilização apropriada.

“O projeto visa fazer com que os resíduos sejam utilizados de forma sustentável e econômica, dando nova condição para agregar valor à cadeia produtiva do setor moveleiro”, destacou o coordenador da pesquisa Dixon Gomes Afonso.

A iniciativa conta com investimentos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia e do Serviço de Apoio a Pequenas e Médias Empresas (Sebrae) e também com a parceria do Centro de Tecnologia da Madeira e do Mobiliário (CETTEM), unidade do Senai/AC, e das empresas IIBA Produtos Florestais, Marcenaria Sulatina e Jarina’s Móveis.

Estão sendo disponibilizados na pesquisa R$ 454 mil. Metade do valor foi destinada à compra de equipamentos, e o restante para custeio do trabalho de campo, pesquisa e divulgação.

A primeira etapa do projeto destinou-se à identificação dos resíduos florestais. Os galhos possuem características diferenciadas, os ensaios nos laboratórios são para medir a resistência e a viabilidade técnica e econômica, além de apontar a utilidade do material.

Cabe ao governo do Estado e aos parceiros o trabalho de pesquisa que dá o aval técnico da matéria-prima. Os resultados do projeto e as imagens das peças confeccionadas a partir do aproveitamento dos galhos das áreas de manejo florestal serão reunidos em um catálogo que deve ser lançado ainda este ano. Depois disso, os produtos começam a ser comercializados.

Atualmente, cerca de 90% da madeira do Acre é proveniente de áreas de manejo. Com a adoção de novas práticas de aproveitamento do material, a cadeia produtiva do setor se consolida, garantindo aumento de renda aos madeireiros, além de contribuir para a diminuição do impacto ambiental e agregar valor aos produtos finais em razão da questão ambiental. 

Os trabalhos estão sendo desenvolvidos em duas áreas de manejo florestal localizadas em Sena Madureira e Xapuri. Os primeiros painéis e pequenos objetos já foram confeccionados. Para o empresário George Dobré, depois de analisada a questão técnica de viabilidade, o próximo passo será o estudo de viabilidade econômica. “Estamos buscamos soluções para o desenvolvimento sustentável. Esse aproveitamento pode ser uma forma diferente de complementação ao manejo florestal.”

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