Em 2025, o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), com quase quatro décadas de existência, chega ao fim de mais um ano reafirmando seu compromisso com a conservação das florestas, a integração de políticas públicas e o fortalecimento da gestão participativa.
A atuação da autarquia garantiu diversos avanços na agenda ambiental e, entre os marcos do ano, está a entrega da nova sede. O prédio, com 3.617,49 m² de área construída e 45 salas distribuídas em três pavimentos, representa um salto na estrutura física e administrativa do instituto.
Além disso, o órgão se destacou na atuação em áreas essenciais como licenciamento, fiscalização ambiental, monitoramento e educação ambiental, mantendo o Acre como referência nacional de sustentabilidade, modelo de conservação a ser seguido e responsabilidade socioambiental na Amazônia.
A autarquia é sinônimo de governança ambiental, na fiscalização e licenciamento, assumindo papel central na agenda climática e na promoção do desenvolvimento sustentável acreano.
Para o presidente da instituição, André Hassem, 2025 simbolizou o amadurecimento de uma política pública ambiental sólida e de integração institucional.
“O Imac se fortaleceu no decorrer destes sete anos de gestão do governo Gladson Camelí. Isso representa o avanço de uma política baseada na governança ambiental integrada, que une o desenvolvimento econômico ao uso sustentável dos recursos naturais. Este ano conquistamos a nossa tão sonhada nova sede, um local amplo, que trouxe comodidade aos nossos servidores e melhoria no atendimento à população”, afirma.
Informatização na capital e interior
Outra frente que marcou o ano foi a ampliação da estrutura e do atendimento na capital e nos municípios acreanos. O Imac tem representações no Alto Acre, Purus, Envira, Tarauacá e Juruá, mantendo a autarquia com presença ativa em todo o estado.
A modernização do instituto incluiu a entrega de novos equipamentos, como drones, computadores e notebooks, adquiridos com recursos próprios, do Fundo da Amazônia e do Fundo Especial do Meio Ambiente (Fecca). Somados, os investimentos totalizaram R$ 1,2 milhões, provenientes de recursos próprios, do Fundo da Amazônia e do Fundo Especial do Meio Ambiente (Fecca), modernizando os serviços e acelerando os processos de licenciamento ambiental.
Segundo Hassem, o impacto foi direto na economia do estado: “Esses investimentos colaboram para um ambiente de negócios fomentado, impactando na geração de emprego e renda, pois todas as obras precisam do licenciamento ambiental. Com essa modernização, garantimos melhorias de trabalho aos nossos servidores e também excelência no atendimento aos nossos cidadãos. O governador Gladson Camelí e a vice-governadora Mailza Assis têm procurado dar cada vez mais qualidade de atendimento e trabalho para os servidores de todas as pastas governamentais”.
Tecnologia a serviço da gestão ambiental
Em junho, o lançamento do Sistema de Meio Ambiente do Acre (S-Imac) elevou ainda mais a atuação da gestão, inaugurando uma nova fase no atendimento ao empreendedor e nas etapas de licenciamento. A nova plataforma digitaliza processos e permite o acesso remoto a documentos como a Licença Prévia (LP), concedida na fase inicial do planejamento, para atestar a viabilidade ambiental do empreendimento; a Licença de Instalação (LI), que autoriza o início das obras ou da implantação da atividade; a Licença de Operação (LO), emitida após a comprovação do cumprimento de todas as exigências e medidas de controle ambiental, permitindo o funcionamento regular do empreendimento; e a Licença Ambiental Única (LAU), que integra e simplifica as etapas de análise de um projeto.
O resultado dessa modernização foi mensurado: nos últimos quatro anos houve aumento de 80% nas licenças expedidas, fortalecendo a economia, sem perder de vista os padrões de segurança e sustentabilidade. Atualmente, os processos foram otimizados e agilizados de três dias para algumas horas.
Educação ambiental: prevenção e transformação
Outro eixo mantido com prioridade foi o da sensibilização e formação ambiental. A equipe de Educação Ambiental do Imac atuou com diversas ações nos municípios, escolas e comunidades rurais, promovendo palestras e atividades educativas sobre conservação da floresta, mitigação das mudanças climáticas e informações sobre atuação no enfrentamento aos ilícitos ambientais.
“A educação ambiental é uma das ferramentas mais poderosas na prevenção e no combate aos ilícitos ambientais. Fiscalizar é fundamental, mas educar é transformar vidas”, acrescenta o presidente.
Licenciamento ambiental
O Imac aumentou, em 2025, em 70% o número de licenças ambientais emitidas no estado, resultado que evidencia o fortalecimento da gestão ambiental e a modernização dos processos de licenciamento. O crescimento reflete o esforço do órgão em dar maior celeridade à análise técnica dos processos, sem abrir mão do rigor ambiental, contribuindo para a regularização de atividades produtivas, a segurança jurídica dos empreendimentos e a promoção do desenvolvimento sustentável no Acre.
A autarquia é responsável pela emissão de diferentes tipos de licenças e autorizações ambientais, conforme a legislação nacional estabelecida pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), como a LI, a LP, a LO e a LAU.
“O aumento de 70% no número de licenciamentos ambientais demonstra que o Instituto de Meio Ambiente tem atuado de forma estratégica para conciliar proteção ambiental e desenvolvimento econômico. Nosso objetivo é garantir que os empreendimentos avancem com responsabilidade e respeito às normas ambientais, promovendo um crescimento sustentável para o Acre. Ao tornar os processos mais eficientes, sem abrir mão do rigor técnico, contribuímos para gerar oportunidades, preservar nossos recursos naturais e assegurar qualidade de vida para as atuais e futuras gerações”, destaca André Hassem.
Reduções expressivas do desmatamento e queimadas
O trabalho integrado de fiscalização e monitoramento foi uma das áreas de maior impacto em 2025. As ações coordenadas entre Imac, Casa Civil e demais órgãos estaduais que fazem parte da agenda ambiental contribuíram para redução expressiva dos indicadores ambientais.
O Acre encerra o ano florestal 2024-2025 com queda de 28% na taxa estimada de desmatamento e redução de 75% dos focos de queimadas, em comparação com o mesmo período de 2024. O estado registrou 2.183 focos em 2025, contra 8.628 no ano anterior. Os dados foram qualificados e quantificados pelo Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), baseados em órgãos oficiais.
Os resultados refletem diretamente a atuação da equipe do Departamento de Fiscalização Ambiental Estadual (DFAE) do Imac, com atuação integrada ao Gabinete de Crise do Grupo Operacional de Comando e Controle (Gocc).
Inteligência geográfica e reforço na fiscalização
Uma mudança de paradigma na gestão ambiental do Acre consolidou 2025 como o ano da eficiência na fiscalização. Sob a diretriz da atual presidência do Imac, que priorizou a modernização tecnológica e a tomada de decisão baseada em dados, a criação da Divisão de Inteligência e Monitoramento Ambiental (Dima), ligada do Departamento de Fiscalização Ambiental Estadual (Dfae), redefiniu a presença do Estado em campo.
Os resultados confirmam o acerto da estratégia: o órgão alcançou a marca de 564 autuações, um crescimento de 30,9% em relação ao ano anterior. Mais do que volume, houve ganho em qualidade e robustez técnica, resultando em mais de R$ 19,1 milhões em multas aplicadas contra infratores ambientais.
A implementação da Dima não foi apenas uma reestruturação de organograma, mas uma decisão de gestão para otimizar o gasto público e ampliar a efetividade. Ao centralizar o planejamento e operacionalização de campo com uso de dados geoespaciais, a gestão do Imac garantiu que as equipes de fiscalização deixassem de atuar de forma aleatória.
“O novo fluxo de trabalho, denominado Ciclo de Inteligência Geográfica, elevou o padrão tecnológico da fiscalização. A partir do uso de imagens de satélite de alta precisão, a Dima realiza o refinamento detalhado dos alertas, gerando mapas consolidados e unificados com as demandas específicas de cada operação. Não entregamos apenas coordenadas, mas cenários completos. Produzimos webmaps com layers (camadas) de inteligência que são sincronizados em tempo real nos dispositivos das equipes. Assim, o fiscal recebe a qualificação exata do ilícito e a rota otimizada antes mesmo de a viatura sair do pátio. Isso é gestão eficiente do recurso público”, explica o presidente.
Reconhecimento internacional
A eficácia do binômio de inteligência e integração projetou o Acre no cenário internacional de preservação. O Imac não apenas cumpriu, mas superou largamente as metas estabelecidas pelo Programa REM Acre – Fase II (REDD Early Movers). Com um alvo de 200 ações qualificadas, o instituto entregou 564, atingindo 282% de execução.
O resultado valida o modelo adotado pelo Imac como referência para a Amazônia, provando que é possível combater o desmatamento ilegal com rigor técnico, planejamento estratégico e união de forças.
39 anos de história
O ano de 2025 encerrou um ciclo de entregas que representaram o amadurecimento do Imac como instituição que articula conservação, governança e desenvolvimento sustentável. Com novas estruturas físicas, modernização dos serviços, fortalecimento no interior e redução de indicadores de desmatamento e queimadas, o instituto reafirmou seu papel como protagonista na agenda climática do Acre.
Mais do que celebrar, o Imac encerra o ano reafirmando o compromisso com as próximas décadas: atuar de forma estratégica e integrada para garantir a preservação das florestas e o desenvolvimento sustentável para as futuras gerações.
“Na inauguração da nova sede, fui uma das homenageadas e fiquei feliz. Sou muito grata ao Imac, ao seu André [Hassem], e procuro trabalhar em harmonia com os demais servidores, com dedicação e compromisso no meu dia a dia”, atesta a servidora Geruzia Melo.
