A Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre) oficializou, nesta segunda-feira, 8, a criação do primeiro banco de órteses para tratamento do Pé Torto Congênito (PTC) no Acre. A iniciativa, construída em parceria com o Rotary Club Rio Branco – Amazônia, vem para somar ao ambulatório especializado que já funciona na Fundação por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Com a doação inicial de 60 órteses ortopédicas, utilizadas no método Ponseti – protocolo reconhecido como o mais eficaz para correção do PTC – o hospital passa a oferecer às crianças um cuidado ainda mais completo para assegurar o uso contínuo do dispositivo, etapa necessária para evitar que a deformidade retorne.
As órteses do tipo “botinha” podem custar até R$ 1 mil no mercado particular. Agora, com o banco de órteses, o acesso será imediato, gratuito e acompanhado pela equipe médica especializada da Fundhacre, formada pelos ortopedistas Pothyra Pascoal e Nelson Marquezini, coordenador do ambulatório de PTC. As órteses serão distribuídas e recolhidas quando houver necessidade de troca, levando o serviço para outras crianças.

Para a presidente da Fundhacre, Sóron Steiner, o momento marca a consolidação de um serviço que nasceu do esforço conjunto entre profissionais, governo e parceiros. “Hoje é um dia histórico para a saúde pública. Estamos criando um banco de órteses que vai permitir atender de imediato as nossas crianças, expandindo o serviço da oficina ortopédica que retomamos com muito esforço. Teremos um estoque permanente, para que nenhum paciente interrompa o tratamento por falta desse material tão importante”, afirmou.
A ortopedista Pothyra Pascoal, uma das responsáveis por trazer a iniciativa para o estado, explica o impacto na vida das famílias. “Essas botinhas são a parte mais importante do tratamento, porque impedem que a deformidade volte. Muitas famílias enfrentavam filas ou precisavam comprar no particular. Agora, com a pronta entrega, a gente garante que as crianças concluam o tratamento até o fim. Mais do que botinhas, isso significa crianças correndo com os pezinhos perfeitos”, disse.

Funcionando no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC), junto à Oficina Ortopédica, o banco de órteses é resultado de um convênio firmado a partir do projeto internacional de subsídio global do Rotary, que mobilizou clubes do Brasil e da Alemanha para qualificar profissionais e viabilizar a aquisição das órteses.
“Esses projetos precisam chegar às comunidades. E aqui no Acre encontramos uma equipe preparada, com a doutora Pothyra e o doutor Marquezini à frente desse trabalho. Hoje instalamos esse projeto com a certeza de que ele vai crescer muito, com apoio da comunidade e de nossos parlamentares. A deficiência não escolhe casa, e o Rotary tem esse compromisso de alcançar quem precisa”, ressaltou o presidente do Rotary Club Rio Branco – Amazônia, Isaías Júnior.
A criação do banco de órteses mostra o esforço das equipes do governo do Estado, da Fundhacre e do Rotary Club em possibilitar que as crianças com Pé Torto Congênito tenham acesso ao que precisam. Com esse serviço, a Fundhacre passa a oferecer um cuidado mais completo e dá às famílias uma maior segurança para permanecer no tratamento em todas as suas fases.











