O Coordenador Estadual da Central de Transplantes, Dr. Thadeu Silva de Moura, tira as dúvidas da população quanto aos critérios e a importância desse ato de solidariedade
1 – Margarida Nunes Leão, funcionária pública – O que a gente precisa fazer ou ter para doar órgãos? Existe algum tipo de pessoa que não pode doar?
Margarida a doação é um ato voluntário de amor a vida e ao próximo, portanto, você deve manifestar ainda em vida o seu desejo aos amigos e familiares. Somente eles em uma situação confirmada de Morte Encefálica poderão fazer valer o seu desejo de se tornar um doador de múltiplos órgãos.
2 – Kátia Maria Barros de Lima, tecnóloga em heveicultura – Quando eu falecer quero doar todos os meus órgãos, então quais os órgãos que não podem ser doados? E quais podem?
Kátia, existem alguns critérios que devem ser respeitados na hora de se definir a doação. Basicamente podem ser doados: Córneas, pele, ossos, vasos, válvulas cardíacas, fígado, pulmão, coração, pâncreas, intestino e rins. Quanto aos órgãos que não podem ser doados irá depender de alguns critérios específicos estabelecido para cada órgão, e isso dependerá do histórico de doenças previas desse doador. Por exemplo, diabetes, hipertensão, doenças infecto contagiosas. O fator idade para cada órgão também pode vir a interferir na doação, no caso do pâncreas, por exemplo, as equipes de transplante só aceitam doadores com idade máxima de 50 anos.
3 – Elizabeth Rogério, funcionária pública – Eu tenho que deixar algum documento por escrito para doar órgãos, ou só comunicar verbalmente meu desejo à família basta?
Prezada Elizabeth, caso um dia você se encontre na situação confirmada de morte encefálica, de acordo com o que a Legislação Brasileira atual em transplante, as pessoas que serão abordadas para que saibam da possibilidade da doação são seus familiares, então somente a eles caberá naquele momento autorizar ou não a doação dos órgãos. Avise a todos da sua decisão de ser doadora de órgãos, pois agindo dessa forma eles estarão realizando e respeitando a sua vontade.
4 – Rodrigo Leal, engenheiro florestal – Se eu quero doar um órgão para uma pessoa da minha família, quais são os procedimentos? E como faz com a questão das filas, o parente tem que esperar na fila pelo meu órgão?
Rodrigo, existem dois tipos de doadores, O DOADOR VIVO E O DOADOR EM MORTE ENCEFÁLICA. No caso da doação em vida não existe fila de espera e sim critérios médicos que deverão ser respeitados durante a avaliação tanto do doador como do receptor, como por exemplo, grau de parentesco, idade, peso, altura, a avaliação clínica que requer a realização de uma série de exames, que tem por objetivo confirmar se você poderá realmente doar um órgão ou parte dele sem que isso venha a trazer no futuro prejuízos a sua saúde. A partir do momento que a equipe determina que você poderá sim, doar sem risco de problemas futuros, aí cabe a ela agendar o centro cirúrgico e marcar a cirurgia. No caso de pacientes que não têm doador vivo, a esses a equipe responsável deverá providenciar a inscrição junto a Central de Transplantes por meio de uma ficha de inscrição padrão, isso depois de realizada toda a avaliação clínica. A partir daí a Central providenciará a inclusão deste paciente na lista única.
ÓRGÃOS QUE PODEM SER DOADOS EM VIDA: Parte do fígado, rim e medula óssea.
5 – Juscelino Gadelha Medeiros, agente ambiental – Por que não se introduz na grade curricular da educação básica, na disciplina de ciências, por exemplo, a importância da doação de órgãos, para a criança crescer ciente dessa importância?
Juscelino a questão da doação de órgãos e transplantes passa por uma questão cultural que vem sendo trabalhada à medida que esse tipo de procedimento ganha importância a nível nacional. Aqui no Brasil, o primeiro transplante realizado foi o de rim na década de 60, e para se ter uma idéia da questão do entrave cultural, mesmo já se tendo avançado e muito no desenvolvimento desse tipo de procedimento muitos profissionais da saúde que se formam hoje em universidades federais ou particulares não têm uma disciplina específica que trate dos transplantes na sua grade curricular.
6 – Dejanes Damasceno, funcionário público – Hoje em dia a família tem que consentir para o paciente doar os órgãos, mas e se eu quiser doar e minha família não concordar quando eu vier a falecer. Existe algum modo para eu assegurar a minha vontade, sem que isso fique nas mãos da família?
Dejanes, o que a legislação referente à doação determina hoje é que somente a família tem autonomia para estar autorizando a doação de órgãos ou não. Quem quer ser doador não adianta registrar vontade em cartório ou na carteira de identidade, pois quem terá o poder de decisão serão somente seus familiares. "PORTANTO, AVISE A TODOS DO SEU DESEJO DE SER UM DOADOR CASO VENHA A ACONTECER-LHE ALGO QUE LHE PONHA EM SITUAÇÃO DE MORTE ENCEFÁLICA CONFIRMADA".
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RESPONSÁVEIS PELAS INFORMAÇÕES:
Thadeu Silva de Moura – Coordenador Estadual da Central de Transplantes/Ac
Suilany Maia – Gerência da Central de Transplantes
Ana Sheila Lopes – Coordenação Administrativa
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