O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), iniciou o curso Letramento em Redução de Danos nesta quarta-feira, 26, e que irá se estender até sexta, 28, no auditório do Museu dos Povos Acreanos, em Rio Branco.
A formação tem como objetivo debater a atual conjuntura das políticas sobre drogas no Brasil e no Acre, com ênfase na redução de danos como estratégia para a prevenção e o cuidado. A proposta busca contribuir para a implementação de políticas públicas mais eficazes, garantindo o bem-estar biopsicossocial das pessoas vulneráveis em diferentes contextos, com a evolução das políticas de saúde, justiça, educação e assistência social.

A aula inaugural do curso teve participação da Secretaria de Segurança Pública (Sejusp), Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad) e Associação Brasileira de Redução de Danos (Aborda).

O titular da Segurança Pública do Acre, José Américo Gaia, ressaltou a importância da capacitação. “O nosso objetivo é sair de uma perspectiva punitiva para uma abordagem que se baseie no respeito e no cuidado. A redução de danos, como estamos discutindo aqui, é uma política que visa tratar a pessoa de maneira integral, respeitando suas necessidades, suas condições e sua trajetória, oferecendo suporte adequado para que possa trilhar caminhos de recuperação, reabilitação e reintegração social”, afirmou.

A capacitação se iniciou com a palestra A Política do Álcool e Outras Drogas no Brasil, ministrada pela Atual coordenadora da Rede Brasileira de Redução de Danos e Direitos e Direitos Humanos, Maria Angélica Comis, que abordou, no contexto histórico, o uso e a proibição de drogas no Brasil. E a segunda palestra com Jadir Assis, coordenador do Projeto “Gente Acessando Direitos” do Ministério da Justiça/Senad/Fiocruz.

“O Letramento em Redução de Danos é uma ferramenta essencial para capacitar os profissionais e equipes técnicas que lidam com a temática do uso abusivo de álcool e outras drogas. É um passo importante para mudar como abordamos a situação, passando de uma abordagem punitiva para uma abordagem baseada na dignidade dos direitos humanos”, disse a assessora técnica do projeto “Gente no centro das políticas sobre Drogas/Acessando Direitos”, Tatiana Cunha Mendes.

O psicólogo Erick Amuruz, participante da capacitação, ressaltou a importância do letramento ao interagir com pessoas vulneráveis. “É importante, para que possamos melhorar a forma com que abordamos as pessoas que fazem o uso de drogas, para abordarmos de maneira não punitiva, visando diminuir o estigma do grupo de pessoas vulneráveis”, analisou.