Boletim enchentes – 20 de março

Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDC) do Acre informa que na manhã de quinta-feira, 20, todas as bacias do estado apresentaram redução de nível ou pequena variação. Na bacia do Rio Acre, os municípios de Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia, Capixaba e Xapuri encontram-se em normalidade. O principal afluente, Riozinho do Rola, ainda em transbordamento, também apresentou sinais de vazante.

Em Rio Branco, o Rio Acre apresenta vazante, mas ainda encontra-se em transbordamento e está na cota de 15,22m. Os danos permanecem os mesmos, tendo em vista a previsão de mais chuvas, ou seja, permanecem atingidos 43 bairros e 8.698 famílias, totalizando 31.318 pessoas. Dentre essas totalidades, 169 famílias estão em abrigos (544 pessoas) e 598 desalojadas (2.381 pessoas). Na zona rural, 19 comunidades foram atingidas, com 2.198 famílias rurais (9.231 pessoas). Em Porto Acre, também em transbordamento, apenas uma família está desalojada.

Na bacia do Purus, em Santa Rosa do Purus, o nível do rio voltou a elevar-se, encontrando-se acima da cota de alerta (8m), encontrando-se em 8,54m. Na bacia do Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, o nível do rio está marcando 13,73m, permanecendo acima da cota de transbordamento, mas dando sinais de estabilização, permanecendo com 12 bairros, 3 mil famílias atingidas, totalizando 12 mil pessoas, dentre essas, 178 famílias estão com corte de energia elétrica. No momento, 17 famílias estão desabrigadas (89 pessoas) e 25 famílias desalojadas. Em Rodrigues Alves, permanece acima da cota de transbordamento, mas não há registros de famílias desabrigadas.

Já na bacia do Rio Abunã, em Plácido de Castro, o nível está estável e ainda continua acima da cota de transbordamento, impactando 3 bairros e deixando 2 famílias desalojadas e 6 famílias isoladas. Na zona rural, o Igarapé Macauã, no Ramal do Maloca, 3 famílias foram atingidas. E no Ramal Mendes Carlos 2, o Igarapé Visionário está afetando 3 famílias. Na Bacia do Rio Tarauacá, o rio apresentou sinais de vazante, em 24h, e hoje se encontra 41cm acima da cota de alerta, saindo da cota de transbordamento (9,50m) e entrando em cota de alerta (8,50m), afetando 5 bairros, 20 famílias retiradas e 92 pessoas desabrigadas.

Ações do governo

O governo do Acre republicou, no início desta semana, o Decreto de Situação de Emergência, em decorrência do aumento dos índices de chuvas e do nível dos rios e igarapés no estado, incluindo em situação de emergência os municípios de Feijó, Tarauacá, Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves, Marechal Taumaturgo, Porto Acre, Rio Branco, Plácido de Castro, Mâncio Lima e Santa Rosa do Purus. O decreto tem validade de 180 dias e institui Situação de Emergência de Nível 2 no Acre. O documento autoriza medidas administrativas urgentes para a instalação de abrigos, fornecimento de insumos e mobilização de recursos para o enfrentamento da crise. 

Para fazer frente à crise ocasionada pela alagação do rios Tarauacá e Muru, que atingiu o município de Tarauacá no último fim de semana, afetando cerca de 5 mil famílias, com uma média de 100 pessoas instaladas no abrigo e 45 alojadas em casas de parentes, o governo do Estado colocou toda a sua estrutura à disposição para prestar apoio à prefeitura, por meio da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Secretaria Estadual de Saúde, Departamento Estadual de Água e Saneamento e na quarta-feira, 19 de março, foram doados, pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Assistência Social (SEASDH), 50 colchões, entregues pela Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos (Cageacre).

O governo do Acre, em parceria com a Prefeitura de Rio Branco, intensifica as ações de assistência às famílias desabrigadas pela cheia do Rio Acre na capital. No Parque de Exposições Wildy Viana, equipes atuam para garantir acolhimento, segurança e acesso a serviços essenciais para os atingidos, com as ações estaduais focadas nas comunidades indígenas. No abrigo indígena, um atendimento diferenciado é realizado para respeitar a cultura e as necessidades específicas desse público. Segundo a diretora da Secretaria de Povos Indígenas (Sepi), Nedina Yawanawa, o primeiro contato é feito por equipes especializadas, que realizam o acolhimento, muitas vezes na língua materna, e iniciam o processo de triagem.

Para trabalhar o fortalecimento da autoestima e valorização das mulheres, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), continua com os atendimentos do Vestuário Social no Parque de Exposições, em Rio Branco. Ação integra o Programa Juntos Pelo Acre, com doações de roupas femininas para as abrigadas no local.

Apoio do governo federal

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Defesa Civil Nacional, reconheceu, nesta quarta-feira, 19, a situação de emergência na cidade de Rio Branco, capital do Acre. O município foi afetado por inundações devido à cheia do rio Acre. A portaria com o reconhecimento foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

O governo do Acre está utilizando o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para garantir a segurança alimentar de famílias em situação de vulnerabilidade devido à cheia do Rio Acre. Entre os beneficiados estão cerca de 65 indígenas do Povo Huni Kuin, alojados no Parque de Exposições, em Rio Branco. O PAA, iniciativa do governo federal executada pelo Estado, compra alimentos da agricultura familiar e os destina a instituições que prestam assistência social. No Acre, o programa atende organizações como hospitais, unidades do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e o Instituto Socioeducativo (ISE). Entre as instituições cadastradas, está a Cozinha Solidária Marielle Franco, que, além de produzir milhares de refeições, também recebe e distribui os alimentos às comunidades mais necessitadas.

Cuidados com a rede elétrica

A Energisa orienta os clientes afetados pela cheia a não tentarem consertar eventual falta de energia. Se a casa for atingida pela água da alagação, deve-se desligar o disjuntor de energia (chave geral) antes que a água entre na residência, de forma segura (usando calçado de borracha e enxuto).

A empresa atua sempre em parceria com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, para avaliar ou realizar o desligamento da energia, a fim de evitar acidentes e garantir a segurança das equipes que estão atuando no resgate das famílias atingidas pelas águas, além da população.

A Energisa reforça que, ao identificar algum perigo com a rede elétrica, o cliente deve entrar em contato pelos canais de atendimento: aplicativo Energisa ON, Gisa (www.gisa.energisa.com.br) e Call Center: 0800-647-7196.

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