Ordem de serviço da obra no valor de R$ 125.681,78 foi assinada no último dia 2, por Daniel Zen presidente da Fundação Elias Mansour
Símbolo de resistência e espaço das manifestações artístico-culturais nos anos 80, o Teatro Barracão há mais de duas décadas em ruínas, será revitalizado pelo Governo do Acre, através da Fundação de Cultura e Comunicação Elias Mansour. A ordem de serviço para realização da obra foi assinada no último dia 2, por Daniel Zen, presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, no valor de total de R$ 125.681,78, sendo R$ 86.104,00 provenientes de convênio celebrado com o Ministério da Cultura, oriundos do projeto Rede de Pontos e Casas de Leitura, e R$ 39.577,78 de recursos próprios do tesouro estadual.
O espaço que será transformado em Ponto de Cultura com o sub-projeto "Teatro Barracão: Resistência Cultural e Memória Popular" como parte da Rede de Pontos de Cultura do Acre, projeto do programa Cultura Viva do Ministério da Cultura em parceria com o Governo do Acre, através da Fundação Elias Mansour, será equipado para a realização de atividades nas áreas de capoeira, dança, inclusão digital, culturas populares entre outras, fomentando a pesquisa para uma ampla qualificação cultural nas relações sociais com a comunidade. Serão focados grupos artísticos organizados, de cultura popular, jovens em situação de risco social e em conflito com a lei, estudantes e a comunidade do entorno.
O espaço terá uma gestão compartilhada entre a FEM e a Federação de Teatro do Acre – FETAC, entidade que criou e atuou de forma participativa no Barracão na década de 80. Para o presidente da FETAC, Lenine Alencar, revitalizar o Teatro Barracão para otimizar as atividades artístico-culturais com a comunidade, através da formação de grupos de teatro, capoeira, culturas populares e pesquisas audiovisuais, representa o fortalecimento de uma importante parte da memória do teatro acreano.
"O Barracão preenche uma lacuna importante na história do movimento de teatro popular acreano. Esse é um novo momento que representa o retorno de um espaço que na década de 80 foi palco de importantes grupos teatrais da época como Saci e 4 Fuso, que juntamente com a FETAC e a Asacine desenvolviam projetos de espetáculos e exibições de filmes. Não podemos deixar de citar ainda o rico trabalho desenvolvido pelo ativista cultural Matias, um ícone do Teatro Barracão."
Daniel Zen comenta a importância da retomada do Barracão com suas atividades como um articulador de um processo de mobilização social e também econômico. "Esses grupos e a comunidade terão a oportunidade de exercerem sua autonomia e protagonismo para juntos construírem a sustentabilidade de seu fazer artístico e cultural, num exercício de cidadania, elevação da auto-estima, através do forte instrumento que é a arte. Além do valor social não podemos deixar de perceber que o projeto "Rede de Pontos e Casas de Leitura", incluindo a ação "Teatro Barracão: Resistência Cultural e Memória Popular", possui foco na geração direta de renda, com a mobilização de pesquisadores e artistas-instrutores de oficinas, preparando cerca de 260 multiplicadores e ainda oportunizando a movimentação do mercado consumidor de artes através das apresentações". A obra tem prazo de cinco meses para ser concluida.