Dia da Amazônia: Acre reafirma compromisso com a conservação do bioma fundamental para o equilíbrio climático e ambiental do planeta

*Com colaboração de Janine Brasil

Nesta quinta-feira, 5 de setembro, é celebrado o Dia da Amazônia. Uma data para refletir sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e como preservar sua biodiversidade. Com sete milhões de quilômetros quadrados, sendo cinco milhões e meio de florestas, o bioma é fundamental para a vida na Terra, para o equilíbrio ambiental e climático do planeta e para a conservação dos recursos hídricos.

Dia da Amazônia é celebrado nesta quinta-feira, 5. Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema

Presente em nove estados brasileiros – Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Tocantins e parte do Maranhão e Mato Grosso – e se estendendo por diversos países da América do Sul, a Amazônia concentra os principais rios do país: Amazonas (maior do mundo em extensão), Negro, Trombetas, Japurá, Madeira, Xingu, Tapajós, Purus e Juruá.

O Acre, de acordo com o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) abriga uma rica variedade de fauna e flora, com 84% do território coberto por florestas preservadas. O estado conta com 22 unidades de conservação (UCs), sendo nove delas estaduais, sob gestão da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).

O Acre faz parte da Amazônia e tem rica biodiversidade. Foto:André Dib

Para garantir a continuidade da conservação da floresta, neste Dia da Amazônia o governo do Acre, por meio da Sema, do Instituto de Meio Ambiente (Imac) e demais órgãos que fazem parte do Sistema Integrado de Meio Ambiente, reforça o compromisso pela conservação do bioma amazônico.

“A Floresta Amazônica é essencial para o futuro do planeta, dos nossos povos que vivem aqui. Nós somos floresta, pois vivemos nela. Sei que passamos por um momento delicado em relação aos eventos climáticos extremos, mas não podemos esmorecer, estamos lutando com políticas públicas, atuação de diversos órgãos, secretarias e autarquias para cuidar desse importante bioma e vamos vencer”, disse o governador do Acre, Gladson Cameli.

Ribeirinhos, produtores rurais e indígenas fazem parte dessa história. Foto: André Dib

Somos todos floresta

O Acre é um estado privilegiado por sua vasta biodiversidade e tem sido protagonista na luta pela conservação ambiental. A região abriga uma rica variedade de fauna e flora. Esse patrimônio natural é essencial para a população e também para o equilíbrio ecológico do planeta.

A população acreana, em sua maioria, é composta por indígenas, extrativistas, ribeirinhos, pequenos, médios e grandes produtores. Uma população descendente de uma genética biodiversa, que faz parte da Amazônia. Dentre suas riquezas há os rios, os bichos e a mata.

Amazônia e seus recursos naturais precisam ser preservados para o futuro dos povos. Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema

Trata-se de uma imensa floresta, com mais de 11 milhões de hectares de áreas naturais protegidas, sendo mais de 47% do território em unidades de conservação, e mais de 2 milhões de hectares de terras indígenas e demais povos da floresta.

“A floresta é a nossa casa, precisamos cuidar dela. Estamos atuando para prezar pelos nosso povos, pela nossa gente, mas precisamos do engajamento de todos nesse enfrentamento aos evento climáticos, causados, infelizmente, pela ação humana”, complementou a titular da Sema, Julie Messias.

Acre enfrenta uma das piores secas dos últimos 40 anos. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Desafios climáticos

O Dia da Amazônia é celebrado no período mais crítico do verão amazônico, quando o estado enfrenta uma das secas mais severas dos últimos 40 anos. A data é uma forma de refletir sobre a importância de cuidar dos recursos naturais.

O estado vem enfrentando eventos climáticos extremos com maior frequência, como as cheias de 2023 e 2024, e períodos de estiagem severa. Esses acontecimentos reforçam a urgência para a implementação de políticas eficazes de adaptação às mudanças climáticas, o que já vem sendo feito com muito rigor pelo governo do Acre.

Ações concretas, que chegam às comunidades tradicionais, ribeirinhas e indígenas estão em andamento, bem como iniciativas de combate ao desmatamento e queimadas ilegais, buscando desenvolver estratégias que aliam desenvolvimento econômico a sustentabilidade e a recuperação das florestas degradadas. Em menos de três meses, o estado enfrentou uma grande cheia, que foi a segunda maior histórica e agora passa por uma seca extrema.

“A floresta é a nossa casa, precisamos cuidar dela. Estamos atuando para prezar pelos nosso povos”, destacou secretária do Meio Ambiente. Foto: Divulgação/Sema

Para a secretária do Meio Ambiente, é fundamental informar e sensibilizar a sociedade sobre as principais ameaças à biodiversidade da Amazônia e sensibilizá-la para a necessidade do desenvolvimento de uma economia sustentável para a região.

“Sabemos dos nossos desafios e estamos unidos para que possamos passar juntos por eles. Mas o engajamento da sociedade é primordial. Na Sema temos ações contínuas de educação ambiental e mutirões de regularização ambiental, para oportunizar às comunidades que se regularizem e se informem sobre o momento que estamos vivendo. O governo está atuando e fazendo o possível para mitigar os impactos dos eventos extremos na sociedade e, principalmente, nas comunidades que vivem na floresta”, reafirmou.

Sema instalou filtros em unidades de conservação. Foto: Divulgação/Sema

Políticas públicas e ações de enfrentamento

Para promover a preservação e conservação do bioma quanto aos eventos extremos, garantir a saúde da população e atuar no enfrentamento ao período de seca extrema que o estado se encontra, o governo do Acre instituiu o Gabinete de Crise, criado para coordenar e agilizar a resposta às situações críticas geradas pela seca e pelos incêndios ambientais. O órgão é composto por representantes de diversas secretarias e órgãos estaduais, que trabalham em conjunto para planejar e executar ações emergenciais.

Entre as ações, está a suspensão total do uso do fogo em todo o Acre. A determinação é válida nos 22 municípios acreanos, até 31 de dezembro. Além disso, são realizadas reuniões semanais do Gabinete, coordenado pela Casa Civil e Defesa Civil Estadual, Sala de Situação de Monitoramento Ambiental da Sema, realizada no Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma).

Ao total, há cinco decretos publicados sobre Emergência Ambiental nas 22 cidades acreanas. Os documentos dispõem sobre a situação de emergência em decorrência de incêndios em áreas de cobertura florestal, queimadas descontroladas e elevada emissão de fumaça em todo o Estado do Acre; escassez hídrica e aumento brusco da ocorrência de doenças infecciosas.

Governo lançou Operação Sine Ignis (Sem Fogo) de combate às queimadas e ao desmatamento no estado. Foto: Neto Lucena/Secom

Está em andamento a Operação Sine Ignis – Sem Fogo -, em reforço a ações de fiscalização ambiental, com a atuação de órgãos  para combater o desmatamento e as queimadas.

Por meio da Sema, o estado atua de forma integrada com as secretarias municipais de meio ambiente, por meio da Rede Estadual de Governança Ambiental. A secretaria e o Imac realizam, em todo o estado, mutirões de educação e regularização ambiental.

É preciso preservar e conservar os recursos naturais. Foto: André Dib

O governo, por meio do Corpo de Bombeiros Militar (CBMAC), reforçou o efetivo para atuar diariamente no combate às queimadas e na prevenção de incêndios florestais. A corporação conta diariamente com 170 militares, distribuídos em nove unidades operacionais que atuam em todos os municípios.

Ainda pela Sema, foram instalados filtros de água potável nas UCs estaduais para dar suporte à população, entre outras ações prioritárias.

Indígenas são guardiões da floresta. Fofo: Diego Gurgel/Secom

“Paralelo a isso, a Sema, por meio do CAR [Cadastro Ambiental Rural] e do PRA [Programa de Regularização Ambiental], oferece oportunidade para os produtores rurais se regularizarem. A partir disso, disponibilizamos os nossos projetos de fomento, o SAFs [Sistemas Agroflorestais], que são o plantio gratuito aos produtores, para que fiquem regularizados ambientalmente com suas propriedades ambientalmente”, informa a gestora.

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